quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Pinturas pré-históricas são encontradas às margens do rio São Francisco

Pinturas rupestres de povos que viveram às margens do rio São Francisco na pré-história foram descobertas nessa terça-feira (29) em uma região rural do município de Olho D'Água do Casado, no sertão alagoano. As imagens estavam em rochas em três pontos diferentes e foram achadas durante uma força-tarefa de vários órgãos que investiga e previne irregularidades na região ribeirinha.
As imagens estão localizadas dentro do território do assentamento Nova Esperança. A maioria das pinturas é de formas geométricas. Ao lado dos desenhos, há alguns pequenos buracos no chão, que devem ser espécies de pilões cavados com intuito de amassar sementes para produção de tinta.
Segundo a arqueóloga Rute Barbosa, do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), não é possível definir há quanto tempo as pinturas foram feitas. "Sabemos que se trata de sítios arqueológicos relacionados a povos que habitaram o baixo São Francisco na pré-história, mas não temos o período exato", disse.
 
 
Entre os sertanejos, as imagens são conhecidas como 'letreiro de caboclo brabo'

Ao todo, o Instituto já possui mais de 300 sítios arqueológicos na região do Baixo São Francisco. Entre os sertanejos, as imagens são conhecidas como "letreiro de caboclo brabo". As imagens dão indícios de que vários povos passaram pelo local, mas apenas pesquisas mais detalhadas podem confirmar a hipótese.

Ocupação antes de Cristo

A arqueóloga conta que descobertas já realizadas garantem a presença de comunidades há pelo menos 3.500 anos na região. "O registro mais antigo até o presente momento encontrado em Alagoas foi localizado no sítio arqueológico 'São José 2', no município de Delmiro Gouveia [sertão alagoano], onde foram encontrados 29 esqueletos humanos, além de outros artefatos líticos e cerâmicos, com datação aproximada de 3.500 AP [anos presentes]", afirmou.

O que aconteceria se o mundo inteiro virasse vegetariano

Há uma série de motivos pelos quais as pessoas se tornam vegetarianas. Algumas se dizem contrárias ao sofrimento dos animais, enquanto outras tentam manter um estilo de vida mais saudável, por exemplo.
 
Por mais que seus amigos "carnívoros" neguem, vegetarianos têm razão: reduzir a ingestão de carne traz muitos benefícios à saúde e ao planeta. E quanto mais novos adeptos, mais essas vantagens são reproduzidas em escala global.
Mas se todos nós resolvêssemos nos tornar vegetarianos inveterados, as consequências poderiam ser dramáticas para milhões - ou até bilhões - de pessoas.
"Trata-se de um conto de dois mundos", define Andrew Jarvis, do Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT), com sede na Colômbia. "Em países desenvolvidos, o vegetarianismo traria vários tipos de vantagens para a saúde pública e para o meio ambiente. Mas nas nações em desenvolvimento, poderia haver ainda mais pobreza."

Bife x carros

Legumes e verduras à venda
 
Jarvis e seus colegas analisaram a hipótese de todos os habitantes da Terra mudarem suas dietas da noite para o dia.
Primeiro, eles observaram o impacto nas mudanças climáticas. A produção de alimentos responde por algo entre 25% e 30% de todas as emissões de gases de efeito estufa geradas pelo homem em todo o mundo. E o grosso disso vem da pecuária.
Apesar disso, o impacto de nossa alimentação sobre o clima é frequentemente subestimado. Nos Estados Unidos, por exemplo, uma família de quatro pessoas emite mais gases de efeito estufa por comer carne do que por dirigir dois carros. Mas, em geral, são os veículos motorizados - e não bifes - que aparecem como vilões nas discussões sobre o aquecimento global.
"Muitas pessoas não pensam nas consequências que a produção de alimentos tem sobre o clima", diz Tim Benton, especialista em segurança alimentar da Universidade de Leeds, no Reino Unido. "Mas se consumirmos um pouco menos de carne hoje em dia, deixaremos um mundo um pouco melhor para nossos filhos e netos."
Marco Springmann, pesquisador no programa Future of Food, da Universidade de Oxford, tentou quantificar esse argumento, construindo modelos computadorizados que simularam o que aconteceria se todos os seres humanos se tornassem vegetarianos até 2050.
Os resultados indicam que, graças à eliminação da carne vermelha da dieta, as emissões ligadas à produção de alimentos cairiam 60%. E se o mundo todo passasse a ser vegano - sem consumir nenhum produto de origem animal - a queda seria de 70%.
"Esse cenário não é muito realista", admite Springmann. "Mas destaca a importância que as emissões relacionadas à produção de alimentos terão no futuro."
 
Mais florestas e biodiversidade
 
Loja de embutidos na Espanha
 
A indústria alimentícia, especialmente a pecuária, também toma muito espaço, o que provoca emissões com a transformação do uso da terra e com a perda da biodiversidade. Dos quase 5 bilhões hectares de terra usados atualmente no mundo para a produção de alimentos, 68% são usados para a pecuária.
Se todos nós virássemos vegetarianos, em um mundo ideal, nós dedicaríamos 80% desses pastos ao reflorestamento, o que aumentaria a absorção de carbono e aliviaria as mudanças climáticas.
Transformar antigas pastagens em habitats nativos também seria uma bênção para a biodiversidade, inclusive para grandes herbívoros como os búfalos, que perderam seu espaço para o gado bovino, e para predadores como os lobos, frequentemente mortos por atacarem ovinos, suínos e aves.
Os 10% a 20% de pastos restantes poderiam ser usados para o cultivo de mais alimentos com a finalidade compensar as falhas no abastecimento de comida. Apesar de um aumento relativamente pequeno na área cultivada, isso compensaria a perda da carne, já que um terço das terras hoje é usada para produzir alimentos para o gado - não para humanos.

No entanto, o reflorestamento ou a conversão das terras para o plantio precisariam de planejamento e investimento, já que as pastagens tendem a ser altamente degradadas. "Você não pode simplesmente tirar o gado de uma fazenda e esperar que o lugar se torne uma floresta primária sozinho", diz Jarvis.

Impacto econômico

Churrasco
 
As pessoas envolvidas na indústria da carne também precisariam de ajuda para mudar de carreira, arrumando novas posições na agricultura, no reflorestamento ou produzindo bioenergia a partir de derivados dos produtos atualmente usados como ração de gado.
Alguns fazendeiros também poderiam receber pagamento para continuar cultivando parte de seu gado com o objetivo de manter a biodiversidade.
Se não conseguíssemos criar alternativas profissionais e subsídios para essas pessoas, seria possível imaginar uma alta taxa de desemprego e uma grande inquietação social, especialmente nas comunidades rurais ligadas ao setor pecuário.
"Há mais de 3,5 bilhões de ruminantes domésticos em todo o planeta, além de dezenas de bilhões de aves produzidas e mortas a cada ano para servirem de alimento", explica Ben Phalan, que pesquisa o equilíbrio entre demanda alimentar e biodiversidade na Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha. "Estamos falando de um enorme transtorno para a economia."

Tradições carnívoras

Mas até mesmo os planos mais bem executados provavelmente não seriam capazes de oferecer um modo de vida alternativo para todas as pessoas que atualmente trabalham na pecuária. Cerca de um terço das terras do mundo são áridas ou semiáridas e só comportam a criação de animais.
"Sem gado, a vida em algumas regiões seria impossível", diz Phalan. Isso inclui particularmente povos nômades que, sem seus animais, seriam obrigados a se assentarem em algum povoado ou cidade, perdendo sua identidade cultural.
Até mesmo pessoas cujas vidas não dependem apenas da pecuária poderiam sofrer, já que pratos à base de carne fazem parte da história, da tradição e da cultura de vários povos. "O impacto cultural de abrir mão da carne seria enorme, e é um dos motivos pelo qual os esforços para reduzir o consumo acabam fracassando", explica o cientista.

Menos mortes e doenças crônicas

Agricultora trabalhando em canavial
Os efeitos na saúde também seriam variados. O modelo de Springmann mostra que se todos nós adotássemos uma dieta vegetariana até 2050, veríamos uma redução na mortalidade global de 6% a 10%, graças a uma menor incidência de doenças cardíacas, diabetes, derrames e alguns tipos de câncer.
Isso não seria apenas o resultado de eliminar a carne vermelha, mas também por causa da redução de calorias e do aumento da ingestão de frutas e legumes.
E com menos pessoas sofrendo de doenças crônicas relacionadas à dieta, isso também traria um corte nos gastos da saúde pública, economizando de 2% a 3% do PIB global.
Mas para que isso aconteça seria necessário encontrar substitutos apropriados do ponto de vista nutricional, especialmente para os mais de 2 bilhões de subnutridos que existem em todo o mundo. Alimentos de origem animal possuem mais nutrientes por caloria do que certos grãos. "O vegetarianismo em escala global poderia criar uma crise de saúde no mundo em desenvolvimento porque de onde traríamos esses micronutrientes?", pergunta Benton.

Com moderação

Felizmente, o mundo inteiro não precisa adotar o vegetarianismo ou veganismo para que possamos ter os benefícios sem os prejuízos.
Em vez disso, é fundamental uma moderação na frequência com que se come carne e no tamanho das porções.
Um estudo comprovou que se a Grã-Bretanha adotasse as recomendações alimentares da Organização Mundial de Saúde (OMS), suas emissões de gases de efeito estufa cairiam 17% - algo que poderia cair ainda outros 40% se os habitantes evitassem produtos de origem animal e alimentos processados.
"São pequenas mudanças que os consumidores nem perceberiam. Não seria algo como ser vegetariano versus ser carnívoro", explica Jarvis.
BBC Brasil

"Pescar", puxar e empurrar: os planos dos cientistas para "recolher" o lixo espacial

Resultado de imagem para fotos mostram lixo espacial na órbita da terra
 
Desde o início da exploração espacial nos anos de 1950, toneladas de lixo espacial estão se acumulando na órbita da Terra.
Para resolver o problema, cientistas planejam enviar ao espaço no ano que vem uma nave criada para testar maneiras de se livrar desses detritos.
Pesquisadores da Universidade de Southampton, no Reino Unido, monitoram o lixo espacial na órbita terrestre. Eles estimam que haja cerca de 22 mil pedaços com tamanho superior a 10 centímetros.
Detritos menores, porém, chegam à casa dos milhões.
O lixo espacial é formado em geral por partes e componentes de satélites, foguetes e naves descartados durante missões espaciais.
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A nave que será colocada em órbita no ano que vem testará maneiras de limpar esse lixo. Ela vai usar uma rede e um arpão para capturar esses destroços.
Vai usar ainda uma vela para tentar forçar grandes destroços a entrar na atmosfera - onde são destruídos pela alta temperatura de reentrada.
Mas haverá outras dificuldades a superar - a principal delas deve ser o financiamento dessas missões.
Cientistas estimam que custará milhões para retirar um único detrito.
Além disso, eles não podem, por questões legais, capturar lixo espacial aleatoriamente - para recolher um satélite obsoleto, por exemplo, é preciso que o país responsável por ele concorde com isso.
Mas os pesquisadores alertam que, se nada for feito em relação ao problema, será impossível manter satélites ou operar no espaço no futuro.
BBC  Brasil

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

O quilo vai mudar? unidades de medidas passam por uma grande atualização

Este é o protótipo que define exatamente o que é um quilo

Você já parou para pensar o que define constantes tão usadas no nosso dia a dia como o metro, o segundo ou o quilograma? Pois por trás disso estão metrologistas, um tipo raro de cientistas que estudam esses valores. E uma atualização das unidades de medida deverá acontecer em breve, segundo o site Science News.
O valor de um quilo, por exemplo, passa por um objeto sagrado guardado em um cofre nas redondezas de Paris: um cilindro de metal de 137 anos que é um protótipo que define exatamente o que é um quilo – e, por consequência, define a massa de todos os objetos do Universo para nós, terráqueos.
Este cilindro, contudo, não tem uma massa perfeitamente constante: arranhões em sua superfície ou outros problemas podem mudar o valor sutilmente. Tal ligeira mudança importa pouco para a peça de picanha que você compra no açougue, mas para medidas utilizadas por cientistas é um problemão. É por isso que os metrologistas resolveram atuar para acabar com isso.

Além do quilo, a unidade de medida kelvin é outra que irrita os cientistas. Assim como o quilograma, o padrão  para a temperatura é um valor escolhido aleatoriamente por humanos. Há também um incômodo de cientistas com amperes, que é definido por uma corrente que, ao fluir por meio de dois fios longos e finos, colocados a um metro de distância, produz uma certa força entre eles. Tais fios, claro, são impossíveis de reproduzir na vida real.
Os exemplos mostram o desconforto de cientistas com as fundamentais unidades de medida. Para resolver isso, eles estão programando uma atualização para o Sistema Internacional de Unidades em 2018. O quilograma, kelvin, ampere e o mol serão redefinidos. As novas unidades serão baseadas no entendimento moderno da física, incluindo as leis da mecânica quântica e da Teoria da Relatividade de Einstein.
Não é a primeira vez que isso ocorre : os cientistas já fizeram "acrobacia" semelhante ao redefinir o metro. Em 1983, o metro passou a ser a distância que a luz viaja no vácuo em 1/299.792.458 de segundo. As outras unidades devem passar por revisões semelhantes.
Cientistas chamam as mudanças de algo que ocorre "uma vez na vida". Se você, como nós, ficou completamente confuso com toda essa revolução, calma: os humanos "normais" não irão sentir o peso das modificações. As definições serão diferentes, mas as mudanças serão orquestradas para que o valor de um quilo ou de um kelvin continue o mesmo mundo afora. Menos mal.

A hora e a vez das constantes da natureza: as novas definições

Em breve, todos os tipos de medidas serão definidos por constantes da natureza – números que não mudam como a velocidade da luz, a carga de um elétron e a constante de Planck.
A mudança já começou: os cientistas se livraram de uma barra de platina e irídio com inscrições que servia como um padrão artificial para definir o metro. Em 2008, querem se livrar de uma barra de platina e irídio com inscrições que servia como um padrão artificial para definir o metro.
Para acabar com ele, passarão a utilizar a constante de Planck, valor fundamental da mecânica quântica. Entrarão na definição ainda metros e segundos (confira na imagem abaixo as novas definições.  Os cientistas ainda buscam definir com máxima precisão a constante de Planck antes da mudança (você encontra aqui uma tabela com as novas definições).


Empregos: Onze novas profissões que darão muito o que falar



Os números falam por si sós: com a chegada do tsunami digital, 47% do emprego atual desaparecerá dentro de uma ou, no máximo, duas décadas, de acordo com estimativas da Universidade de Oxford e outras instituições. Como se isso não bastasse, 90% das profissões que permanecerão sofrerão alguma transformação e exigirão a incorporação de novas competências. No entanto, nem tudo é negativo. Oportunidades sem precedentes virão para aqueles que apostarem em sua e-renovação e se lançarem para explorar e liderar a mudança. Não importa qual seja nosso presente ou passado, a chave é apostar em se juntar ao futuro.
Para aqueles que querem saber quais serão as novas profissões, ou como adaptar a sua, apresentamos em seguida uma seleção de 11 tipos de empregos que darão muito que falar. A formação na maioria destas novas profissões não corresponde a estudos universitários específicos, ainda não há um plano para elas na universidade. Existem vários caminhos que costumam partir de uma formação tradicional e se completam com cursos ou pós-graduações. Plataformas como Coursera ou MiríadaX oferecem muitos programas MOOCs gratuitos e completos para continuar aprendendo.

1. Analistas e programadores de Internet das coisas (IoT)

Os números que envolvem o setor da Internet das coisas (IoT na sigla em inglês) mostram isso claramente: essa tecnologia, que em 2014 ocupava 300.000 profissionais especializados, precisará multiplicar por 15 sua força de trabalho em 2020, de acordo com projeções da VisionMobile compiladas pela Universidade de Richmond. Qualquer coisa é suscetível de ter um sensor que nos forneça dados ou nos permita interagir com ela, tudo pode ser monitorado. E sobre essa máxima serão construídas as cidades e as casas do futuro.
Haverá necessidade de profissionais com conhecimentos analíticos, de programação e lógica, que sejam capazes de tirar proveito da chegada dessas tecnologias. Serão trabalhadores formados em engenharia da computação, mas também no resto das engenharias com amplos conhecimentos de programação, sobre a Internet das coisas e, é claro, big data.
 

2. Arquiteto de novas realidades

Espera-se que a realidade aumentada traga consigo 110 bilhões de euros (cerca de 406 bilhões de reais) em 2020, de acordo com previsões da empresa de consultoria especializada Digi-Capital, em comparação com os 4,5 bilhões de euros esperados para 2016. Naquele mesmo ano, a realidade virtual vai gerar mais de 25 bilhões e, por trás disso haverá muitos empregos que não podem faltar em áreas como o militar, a educação e, acima de tudo, a empresa.
Portanto, precisaremos de pessoas com conhecimentos de desenvolvimento de videojogos, sociologia e psicologia. Sua formação deve incluir programação, “gamificação”, realidade virtual e aumentada, complementados por noções de ciências humanas. Isso abre uma porta para aqueles que começam com a programação e decidam avançar para as ciências humanas, mas também para quem, a partir da psicologia ou da sociologia, deseje avançar para aplicá-las às novas tecnologias.
É importante acrescentar que, como essa tecnologia terá impacto em áreas específicas como a arquitetura “tradicional”, também surgirão novas oportunidades de trabalho para pessoas que, a partir dessas disciplinas, queiram rentabilizar o desenvolvimento da realidade virtual e aumentada.

3. Cientista de Dados

O big data não pertence ao futuro, pois já é uma realidade do presente. É uma tecnologia que em 2015 gerou um negócio global de mais de 115 bilhões de euros e nos próximos anos continuará crescendo. Será aplicada por empresas e administrações de maior ou menor tamanho e seu futuro estará ligado ao desenvolvimento da Internet das coisas.
Nessa área trabalham profissionais com conhecimentos analíticos, de programação e lógica. São pessoas formadas em matemática ou estatística, especializadas em aplicar suas disciplinas às novas tecnologias.

4. Designer de órgãos

De acordo com a Comissão Europeia, cerca de 70.000 pessoas estão na lista de espera para um transplante na Europa e, infelizmente, muitas morrem antes de chegar a recebê-lo. No entanto, já está sendo utilizada a impressão 3D para órgãos simples (como bexigas) e em breve isso será feito para os mais complexos. Portanto, há necessidade de profissionais do mundo da medicina para ajudar a consolidar essa tecnologia e, acima de tudo, conseguir que se torne algo ao alcance de todos.
Precisaremos de profissionais de saúde com conhecimentos de impressão de órgãos 3D para transplantes e experiências médicas. Estamos diante de uma evolução do médico “tradicional”, cujo perfil será complementado com amplos conhecimentos de impressão 3D e, claro, de bioimpressão, o que implica estar atualizado ou pesquisar o desenvolvimento de novos materiais e técnicas para obter órgãos cada vez mais parecidos com os humanos.

5. Roboticista

A robótica movimentará um volume total de 75 bilhões de euros em 2020, de acordo com a Merrill Lynch. Isso é resultado da evolução do custo da robótica, que caiu 27% na última década e deve cair mais 22% na próxima, e dos avanços trazidos pelas melhorias tecnológicas em chips de silício, sensores e na computação.
Nessa área atuará um novo tipo de profissional com conhecimentos de engenharia e ciências da computação para aprofundar o desenvolvimento de robôs com estabilidade dinâmica, inteligência e capazes de criar empatia com aqueles que necessitarem dele. Além da formação básica em engenharia e informática, terá de acrescentar uma permanente revisão dos progressos em áreas como a Internet das coisas, a inteligência artificial e a impressão 3D. O sucesso desse profissional dependerá em grande parte do design de suas criações, o que o obrigará a estar atento às novidades nessa área, e deverá estar o mais familiarizado possível com o corpo e sua mecânica para que seus robôs  se pareçam com um ser humano.

6. Designer de redes neurais robóticas e inteligência artificial

A inteligência artificial movimentará um volume total de 65 bilhões de euros em 2020, de acordo com dados da consultoria especializada IDC, sete vezes mais do que hoje. Esse crescimento exponencial vai gerar muitos empregos. Para que essa indústria se desenvolva, serão necessárias pessoas especializadas no funcionamento do nosso cérebro e na tecnologia necessária para replicá-lo artificialmente e que esse progresso tenha aplicações concretas e úteis.
O designer de redes neurais deve ter conhecimentos lógico-matemáticos, de programação e, se possível, de filosofia para o desenvolvimento de novas aplicações dessa tecnologia. Essa profissão abre uma dupla oportunidade: em primeiro lugar, para aqueles que estudaram (ou estudarão) ciências humanas e ousarem se formar em programação de aplicações de inteligência artificial, mas também para aqueles que apostarem na engenharia de computação (e nas disciplinas técnicas) e desejarem seguir o caminho que começaram. Nesse caso, para conseguir criar um robô que pensa como uma pessoa terão de se basear em determinados ramos das ciências humanas.

7. Terapeuta de empatia artificial

Espera-se que uma das áreas em que mais a robotização avançará seja a da formação e apoio a pessoas com necessidades especiais (cognitivas, motoras ou sensoriais). Aqui eles não se tornam um concorrente para o professor ou o terapeuta, mas uma ferramenta útil para que este possa alcançar seus objetivos.
A chegada dos robôs às terapias exigirá pessoas com conhecimentos de psicologia, sociologia, psiquiatria, e, claro, competências em termos de programação e tecnologia.

8. Impressor 3-D

A impressão 3D oferece oportunidades empresariais que até recentemente eram impensáveis. No entanto, o que mais chama a atenção é sua capacidade de transformar muitos modelos de negócios tradicionais completamente consolidados.
Portanto, precisaremos de profissionais de todos os setores de atividade, com conhecimento das ferramentas de impressão 3D, capazes de imaginar (e inventar) o que mais podemos fazer com elas. Como a impressão 3D será combinada com outros avanços, também será necessário conhecer robótica e Internet das coisas.

9. Protético robótico

A cada ano, entre 250.000 e 500.000 pessoas sofrem uma lesão da medula que as deixam, muitas vezes, “condenadas” para sempre a uma cadeira de rodas. Há apenas uma década ler algo assim nos teria levado a pensar: é a vida, não? Felizmente, aqueles eram outros tempos e com o advento dos exoesqueletos mecânicos já não há razão para se resignar. As próteses robóticas também já proporcionam a possibilidade de devolver aos membros todas as suas funções e controladas pela mente daqueles que os perderam.
Isto significa que serão necessários profissionais com conhecimentos sobre robótica, impressão 3D, biologia e, embora pareça mentira, avanços em telepatia e telecinese com tecnologias informáticas. O perfil será o de um médico ou profissional de saúde familiarizados com essa tecnologia.

10. Engenheiro de nanorrobôs médicos

A aplicação da nanotecnologia para a prática médica é chamada de nanomedicina, disciplina que está fazendo experiências com o uso de nanorrobôs para, entre outros usos, transportar medicamentos por dentro do corpo. Por exemplo, estima-se que dentro de cinco anos poderemos recorrer a nanorrobôs cerebrais para prevenir ataques epiléticos. Como se isso não bastasse, já se conseguiu curar o câncer de cólon em camundongos com nanorrobôs.
Serão necessários trabalhadores do mundo médico com conhecimentos multidisciplinares que incluam tanto a engenharia e a computação como a biologia e o conhecimento tradicional da prática médica. Estamos diante de outra evolução de profissões como a de médico e biólogo, que terão de completar seus conhecimentos com outros de robótica e saber quais efeitos a nanotecnologia pode ter dentro do corpo humano.

11. Advogado especializado em drones e segurança cibernética

O potencial de tecnologias como os drones ou a Internet das coisas é enorme. No entanto, elas chegam com muitos desafios e riscos para a nossa segurança e a de nossas empresas. Portanto, precisamos de um marco regulatório e profissional que permitam sua expansão, mas que também controlem e limitem o que as pessoas sem escrúpulos poderiam fazer com elas.
Para desenvolver e agir sobre esse novo marco legal precisaremos de advogados com conhecimento de tecnologia e de seu marco regulatório, que sejam conscientes do impacto desses avanços sobre nossas vidas e negócios.
El País .com


A onça-preta: o tesouro brasileiro chave para o maior corredor verde do mundo

 
O holandês Ben Valks conta que há 15 anos vivia em Dubai, onde dirigia uma empresa de tratamento de água, em pleno deserto da Arábia. Fez dinheiro e a vendeu quando pôde “para perseguir outros sonhos”. Ele foi morar no Alasca para competir na “última grande corrida da Terra”, a Iditarod: uma competição de duas semanas em trenós puxados por 16 cães huskies. Ele trocou os mais de 40 graus de temperatura de Dubai pelos ventos de até 70 graus abaixo de zero do Alasca. Mas aquilo é história.
Em 2009, Valks fundou a Black Jaguar Foundation com o único objetivo de gravar um documentário sobre a onça-preta em seu habitat natural. Mas em vez de encontrar o raro animal –uma variante escura do tigre americano da qual existem apenas 600 exemplares–, ele se deparou com o desmatamento da bacia amazônica. Agora, o objetivo da fundação é outro: criar “o maior corredor de biodiversidade do planeta" para salvar o lar da onça e das milhares de espécies que compartilham seu ecossistema, como o boto amazônico e o jacaré preto. 
 
“Pretendemos plantar mais de dois bilhões de árvores”, proclamou Valks no último Congresso Mundial da União Internacional para a Conservação da Natureza, realizado em setembro, em Honolulu (EUA). O holandês explicou sua ideia com entusiasmo, mas com uma cautela correspondente à dificuldade do projeto. O corredor verde ocuparia 2.600 quilômetros de comprimento e 40 quilômetros de largura ao longo do rio Araguaia, um dos maiores do Brasil. Uma onça poderia caminhar tranquilamente do Cerrado até a floresta amazônica.
“Há algumas décadas, esse território poderia estar nas mãos de cerca de 200.000 proprietários. Mas muitos venderam suas terras para grandes latifundiários e eles as alugam para multinacionais como a Coca-Cola, para cultivar cana de açúcar”, explicou Valks em Honolulu. Os grandes criadores de gado e os latifundiários agrícolas são responsáveis por 80% do desmatamento na Amazônia.
O projeto tem uma viga-mestra. A legislação brasileira exige que os proprietários preservem o estado natural de uma parte de suas terras. Na região amazônica, o percentual a ser preservado é de 80%. No norte do Cerrado, chega a 35%. E no sul, 20%. O objetivo da Black Jaguar Foundation é que os proprietários organizem suas reservas naturais particulares obrigatórias como peças de um quebra-cabeça, até completar os 2.600 quilômetros: o futuro Corredor Araguaia.
Cerca de 15% da superfície do corredor já está protegida, dentro de reservas indígenas ou parques nacionais. Mas a quase totalidade dos 85% restantes foi desmatada. “A Black Jaguar Foundation ajudará os proprietários das terras a recuperar as áreas degradadas para atender às exigências das leis ambientais brasileiras”, explica Ivan Nisida, coordenador da organização.
O corredor verde foi imaginado em 2008 pelo biólogo brasileiro Leandro Silveira, presidente do Fundo para a Conservação da Onça. Quase uma década depois, a ideia ainda está no princípio. Começou efetivamente neste ano. Um projeto-piloto para mapear e recuperar 6.000 hectares, do qual participa a Universidade de São Paulo, é a ponta de lança. Mas a área total do Corredor Araguaia ocupará mais de 10 milhões de hectares. “Completar esse projeto exigirá seguramente milhões, ou até bilhões, de dólares”, admite Nisida.
A fundação lançou uma campanha de arrecadação de fundos para financiar a primeira fase do projeto. Entre os primeiros colaboradores há figuras conhecidas, como o fotógrafo e veterinário francês Yann Arthus-Bertrand, famoso por suas espetaculares imagens aéreas do planeta e a também veterinária Astrid Vargas, ex-diretora do programa de reprodução do lince-ibérico na Espanha. Até o momento conseguiram 1,8 milhão de euros (cerca de 6,5 milhões de reais), de acordo com Nisida. E do projeto-piloto já estão participando sete proprietários, dos municípios de Santana do Araguaia, Limoeiro do Ajurú e Caseara. Um deles é um fazendeiro de soja.
“Nosso Governo é muito receptivo às iniciativas privadas, como a da Black Jaguar Foundation”, diz Warwick Manfrinato, diretor do Departamento de Áreas Protegidas do Ministério do Meio Ambiente. O órgão iniciou recentemente um Programa de Corredores Ecológicos para responder às demandas da sociedade civil. A equipe de Manfrinato também se reuniu na Cúpula de Honolulu com os membros da fundação para estudar possíveis formas de colaboração. “Estamos muito satisfeitos com a iniciativa da fundação e vamos apoiá-la na medida do possível”, diz Manfrinato. O megaprojeto para salvar o ecossistema da onça-preta é uma utopia, mas pode deixar de sê-lo.
El País.com

domingo, 27 de novembro de 2016

7 mitos e verdades sobre datas de validade de remédios e cosméticos que compramos

Jogar fora medicamentos e cosméticos com prazo de validade vencido, especialmente os mais caros, nunca é uma tarefa fácil.
 
Mas quais são os mitos e verdades sobre o assunto? Confira.

1) O prazo de validade é uma estratégia comercial de laboratórios para que compremos mais

A legislação de todos os países exigem que remédios comercializados tenham prazo de validade. O cálculo é feito após estudos científicos exaustivos. Nos Estados Unidos, por exemplo, o procedimento existe desde 1979.
"Há alguns anos, a Organização Mundial da Saúde decidiu que os prazos de validade não deveriam superar cinco anos", explica à BBC Mundo (o serviço em espanhol da BBC) José Ramón Azanza, diretor de farmacologia da Clínica Universidad de Navarra, na Espanha.
Segundo ele, o mais comum é a data de vencimento de dois anos.
A médica Inmaculada Posadas, professora de Farmacologia da universidade espanhola de Castilla-La Mancha (España), afirma que a lei se aplica mesmo se o laboratório produzir fórmulas que resistam mais tempo.
 
Medicamentos sobre uma mesa
 
"Podem existir medicamentos que continuem funcionando após a data de validade, mas a legislação os impede de dizer isso", afirma.

2) Se tomo um remédio vencido, posso passar mal

O que acontece a um remédio vencido?
"Normalmente nada", diz Azanza. "Se alguém toma um remédio depois do vencimento, nada vai acontecer. São raríssimos os remédios que podem produzir efeitos tóxicos em pacientes após a data de validade expirar".
Mas tampouco o remédio poderá surtir efeito ─ é uma questão muito mais de eficácia de que tolerância.
Azanza alerta, contudo, que nunca se pode ter certeza absoluta de que medicamentos vencidos sejam inofensivos.
A razão é simples: os organismo nacionais e internacionais que regulamentam a produção e comercialização de remédios não realizam estudos sobre os efeitos pós-vencimento, mas em sua eficácia durante sua vida útil.
"Na farmacologia, a incerteza não é aceita porque afeta a segurança das pessoas", diz Azanza.
 
Comprimidos em um frasco
 
Outra razão para respeitar a data de validade é no caso de medicamentos de uso sistemático, em especial os que mantém a qualidade de vida de um paciente.
"Se nesses casos não respeitarmos a data de validade, o efeito negativo sobre o paciente pode ser muito grave. Por isso, é melhor termos uma data-limite e estarmos seguros de que o medicamento será eficaz no tratamento de condições mais graves", adverte Inmaculada.
No artigo "Não caia na tentação de usar medicamentos vencidos", o FDA, a agência de vigilância sanitária dos Estados Unidos, indica que "certos medicamentos vencidos correm o risco de estimular a produção de bactérias e antibióticos com potência reduzida podem não atacar as infecções, desencadeando doenças mais graves e aumentando a resistência ao remédio".

3) Aspirinas vencidas não representam risco algum

Um dia não é a mesma coisa que seis meses.
Mas de acordo com Inmaculada, a aspirina não deve ser utilizada muito tempo depois da data de validade porque a degradação do princípio ativo da aspirina, o ácido acetilsalicílico, forma outra substância, o salicilato, que é abrasivo e não deve ser consumido por via oral.
"Não há problema em consumir uma aspirina poucos dias depois da validade, mas em seis meses a quantidade de salicilato contida no comprimido é suficientemente alta para ser tóxica", explica ela.

4) Um medicamento pode perder sua eficácia antes da data de validade

"Remédios contêm substâncias químicas que estáveis e instáveis, dependendo de sua composição, e do meio em que se encontram", diz Azanza.
Fatores como umidade, temperatura e a incidência de luz solar podem reagir com essas substâncias e modificar suas estruturas químicas.

Vidros de remédio
 
Os laboratórios garantem que um medicamento funcionará durante um determinado período de tempo, mas com um importante alerta: que seja armazenado nas devidas condições.
"Se o medicamento está em um entorno com mais umidade e calor que os testados em laboratório, por exemplo, ou que tenha sido exposto à luz, nada pode assegurar que a data de validade estará valendo", diz o farmacologista.
É importante, então, ler cuidadosamente a bula para saber como se devem guardar os medicamentos.

5) Vitaminas não precisam dos mesmos cuidados

Precisam, sim. O princípio é o mesmo.
"Quando o laboratório vende um composto vitamínico, ele assegura que as vitaminas funcionarão como esperado: desde o primeiro dia ao último", assinala Inmaculada.
Depois do prazo, pode haver alterações na fórmula e perda de efeito.

6) Um creme que não seja aberto funcionará depois da data de validade

"Um creme faz parte da legislação sobre produtos sanitários e tem uma data de vencimento que nos diz que, até aquele momento, terá suas propriedades adequadas", enfatiza Inmaculada.

Mulher aplicando creme no rosto

"Mesmo que não seja aberto, o creme tem ingredientes que também contam com um prazo de validade médio", explica a médica.
E como explicar a situação na qual, depois de muito tempo sem ser usado, um tubo de creme expele uma espécie de óleo amarelado quando o abrimos?
"É um sinal de que o creme ficou tanto tempo sem ser usado que sua base ficou de um lado e o medicamento de outro. Pode ser usado? Talvez não vá causar danos, mas sua eficácia poderá não ser a mesma", diz Azanza.

7) Colírios devem ser jogados fora mesmo ainda na data de validade

Muitos colírios não contém conservantes para evitar problemas de irritação ocular, explica Azanza.
Isso significa que, quando seus frascos são abertos, devem ser usados conforme orientação médica e jogados fora depois do tratamento, ainda que estejam dentro do prazo de validade.
 
Mãe pinga colírio nos olhos do filho
 
De acordo com Azanza, o mesmo colírio não serve para o mesmo paciente, inclusive nos casos em que o problema original volte a se manifestar, pois a solução pode estar contaminda com bactérias e mesmo fungos por causa do contato com o ar.
Organizações de saúde recomendam que medicamentos vencidos sejam levados a locais autorizados para serem destruídos.
E que embora tomar um analgésico expirado em uma emergência não seja um grande problema, isso nunca deve se tornar uma prática sistemática.
Além disso, os armários de remédios têm que ser limpos e renovados com regularidade.
BBC Brasil

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Fábricas de criatividade revolucionam aprendizado (e já existem no Brasil)

Na entrada do Fab Lab Galeria Olido, no centro de São Paulo, uma escultura da Vitória de Samotrácia feita em impressora 3D recepciona os visitantes juntamente com três imagens de mulheres cientistas – Hedy Lamarr (inventora da tecnologia que possibilitou a criação do wifi), Tabitha Babbitt (inventora da serra circular) e Ada Lovelace (coinventora da primeira máquina de cálculo). “As pessoas sempre me perguntam se não vou terminar a escultura, pensando que o que falta é a cabeça”, brinca Ricardo Elias Delgado, líder do espaço, que faz parte da Fab Lab Livre SP, uma rede de laboratórios de criatividade, aprendizado e inovação criada pela Prefeitura de São Paulo.
 
 
Não se trata de uma escola, ao menos não uma no modelo tradicional. O conceito de fab lab (em inglês fabrication laboratory) surgiu há pouco mais de dez anos, no Centro de Bits e Átomos do Massachusetts Institute of Technology (MIT), e designa espaços colaborativos de compartilhamento de conhecimento, tecnologias e ferramentas de fabricação digital. Os fab labs oferecem cursos inseridos na cultura maker, uma versão tecnológica do movimento “faça você mesmo”, nos quais pessoas comuns aprendem a desenvolver projetos, independentemente da idade ou escolaridade.
São três os modelos de fab lab disponíveis no Brasil: os públicos, como o da Galeria Olido, gratuitos por serem financiados pelo Governo; os acadêmicos, mantidos por entidades de ensino superior; e os privados (de interesse social ou não), em que os participantes pagam pelo uso do espaço. Todos têm uma característica em comum: equipamentos de ponta, como impressoras 3D, cortadoras a laser, plotter de recorte, fresadoras CNC (máquinas de corte e modelagem em diversos materiais que são guiadas por computador), computadores com software de desenho digital CAD, equipamentos de eletrônica e robótica, além ferramentas de marcenaria e mecânica.
A Prefeitura de São Paulo investiu 2,3 milhões de reais em equipamentos e mais 2 milhões de reais por ano em pagamento de insumo e pessoal no contrato com a ITS Brasil, vencedora da licitação, para a abertura de 12 laboratórios. Desde dezembro de 2015, os fab labs da rede atendem entre 4.500 e 5.000 pessoas por mês. A rede recebe um público variado. “Os mais velhos têm mais paciência para aprender, enquanto os mais novos são mais intuitivos. O diálogo entre gerações ajuda a desenvolver persistência para reavaliar os processos, identificar os erros e aprender”, explica Luiz Otávio Alencar Miranda, chefe da rede pública da Instituto de Tecnologia Social (ITS Brasil), responsável pelo Fab Lab Livre. Ele destaca um dado interessante: a participação feminina é alta nos espaços, chegando a 46% do total de inscritos.

Aprender fazendo

As estudantes de arquitetura Nathallya Martins, 19, e Camila Antunes, 21, frequentam o fab lab localizado dentro do CEU Heliópolis, com o objetivo de utilizar a máquina de corte a laser para montar maquetes de habitação de interesse social para o curso de arquitetura. “Esse equipamento não está disponível em nossa universidade, mas faz muita diferença na qualidade do trabalho”, diz Camila. Elas contam que, por enquanto, foram as únicas de sua turma a utilizar o equipamento. O motivo? Muita gente não conhece os fab labs.



No Brasil, já existem fab labs em várias cidades, mas a divulgação ainda é tímida. No caso do laboratório do CEU Heliópolis, há uma coordenação com o projeto Bairro Educador da região, o que faz com que o laboratório seja muito utilizado pelas crianças e jovens das escolas locais. “Discutimos ações conjuntas e já impactamos 56 escolas da região do Ipiranga com nossos projetos de capacitação de professores, que hoje voltam com seus alunos”, conta Yuri Alexsander Tavares Pereira, líder do Fab Lab Heliópolis.

Empreendedorismo

A mineira Heloísa Neves, fundadora do We Fab e professora do Insper, é uma das pioneiras no desenvolvimento e implementação de fab labs no Brasil. Formada em arquitetura, ela conheceu o movimento maker em 2012, quando passou um ano sabático na Espanha. No Fab Lab Barcelona, ela participou de um curso livre, ministrado pelo MIT e coordenado pelo Fab Academy.



Heloísa admite que passou o primeiro mês reclamando com o fab manager que pagou caro pelo curso e não estava aprendendo. “Demorou um pouco para eu entender que temos que pensar de maneira horizontal e ver que o professor não tem resposta para tudo”, conta. Aliás, muitas vezes a resposta está com o colega. “O maker é uma pessoa que, independentemente de título, tornou-se um expert naquele tema, e quer compartilhar o que aprendeu”, explica ela.
A maker revela que o foco dos fab labs é inovação na área social e educação. “Mas ele não é um espaço para criar produtos complexos e sim acolher pessoas." Em suas viagens, ela percebeu o grande alcance dos fab labs também na Holanda, nos Estados Unidos, e na França e ressalta que, no Brasil, o alcance ainda é limitado principalmente a estudantes de faculdades de arquitetura, design e engenharia. “Está muito elitizado ainda, dá para ampliar”, garante.

Educação por projeto

O Garagem abriu as portas em 2012 como o primeiro fab lab independente do país. Em 2015, a Associação Garagem Fab Lab se mudou do centro de São Paulo para o bairro de Barra Funda, com foco em se tornar um espaço construído pela comunidade. Sem vínculo ou financiamento de nenhuma instituição, o espaço sem fins comerciais conseguiu recursos para reforma por meio de crowdfunding. Todos os móveis do laboratório foram feitos pela CNC, uma fresadora (máquina guiada via computador) capaz de fazer peças maiores. “A própria CNC foi construída aqui, por um arquiteto e um químico, e também temos a nossa própria impressora 3D, feita por mim, que sou designer de produtos e por um amigo fotógrafo”, conta Tauan Bernardo, diretor do Garagem.



Ali, a regra do “faça você mesmo” atrai pessoas curiosas e autodidatas, que pagam um valor mensal para utilizar o espaço ou participar dos cursos. E não há barreira para o acesso à tecnologia. “O conjunto de máquinas é adequado para pessoas que não têm conhecimento técnico”, afirma Tauan. O espaço recebe muitas crianças, especialmente para os cursos de programação e robótica.
“Somos bastante requisitados por empresas e instituições de educação para trazer o movimento maker para dentro da escolar”, conta Tauan. Essa experiência fez com que o Garagem montasse um grupo de estudos para entender como a educação pode interagir melhor com o movimento maker.
“Trabalhamos com a ideia de educação por projeto, bastante difundida nos Estados Unidos e Europa”, afirma. Trata-se de uma metodologia de trabalho educacional que tem como objetivo a construção do conhecimento em torno de metas definidas previamente por professores e alunos. “Para realizar projetos, os estudantes precisam aprender as disciplinas”, conta Tauan.
El País.com

A tabela periódica que mostra para que serve cada elemento

Tabela criada por Keith Enevoldsen

Quem nunca teve que estudar, nos tempos de escola, a notória tabela periódica com dezenas de elementos químicos ordenados por seus números atômicos?
Mas afinal, qual é a relação entre aquelas colunas de símbolos e números e o mundo que nos cerca? E indo além dos elementos mais conhecidos, como carbono e cálcio, para que servem outros, como o rutênio ou o rubídio?
As respostas para todas essas perguntas estão numa versão interativa da tabela periódica, que mostra pelo menos uma utilidade para cada elemento. A ideia é do desenhista americano Keith Enevoldsen, de Seattle.
Na tabela interativa, pode-se aprender que o elemento túlio é essencial nas cirurgias a laser, que o estrôncio é usado nos fogos de artifício e o amerício, nos detectores de fumaça.
"Fiz a tabela que eu gostaria de ter quando era criança", disse Enevoldsen à BBC.

Do hidrogênio até...

A tabela periódica tradicional ordena os elementos químicos por número atômico (número de prótons), configuração dos elétrons e propriedades químicas.

Tabela periódica tradicional

Elementos que têm um comportamento químico semelhante ficam na mesma coluna.
A primeira versão da tabela periódica foi criada pelo químico e físico russo Dmitri Mendeleiev em 1869, e foi revolucionária ao prever as propriedades de elementos que ainda não tinham sido descobertos.
O primeiro elemento é o hidrogênio e o último é o de número 118, o ununóctio, que recentemente passou a ser chamado de oganessono, em homenagem ao físico nuclear russo Yuri Oganessian.
A União Internacional de Química Pura e Aplicada (Iupac, na sigla em inglês) validou os elementos sintetizados mais recentemente em dezembro do ano passado.

'Para mim e meus filhos'

Mas como o americano Enevoldsen teve a ideia de fazer uma tabela com ilustrações modernas?

Tabela criada por Keith Enevoldsen

"Nasci em 1956. Quando era criança, gostava das tabelas periódicas com figuras, mas elas nunca tinham boas imagens de todos os elementos", conta o desenhista.
Ele também foi inspirado por um escritor e bioquímico americano nascido na Rússia: Isaac Asimov, considerado um dos mestres da ficção científica.
"Também li um livro de Isaac Asimov, chamado Building Blocks of the Universe (algo como "Blocos de construção do Universo", em tradução livre), que tinha relatos maravilhosos sobre a história e os usos dos elementos. Gostava de saber, por exemplo, que os químicos que mexiam com telúrio acabavam com mau hálito e boca seca."
 
Ciclistas em fila
 
Você sabia que o escândio é usado no alumínio das bicicletas?
 
Jovens com celulares
 
Já o tântalo é usado nos celulares e é extraído principalmente do mineral tantalita; o Brasil é um dos grandes produtores.
 
Foi assim que Enevoldsen resolveu criar o que sempre sonhara desde os tempos da escola: uma tabela periódica com imagens divertidas e importantes dos elementos químicos listados até o número 98.
"Queria que toda a tabela fosse colorida, com um desenho limpo, que não fosse cheia dos números dos pesos atômicos que, para as crianças, não servem para muita coisa."

Trem de alta velocidade

O nióbio é usado em trens ultramodernos, como este no Japão

Pessoas assistindo queima de fogos

Os fogos de artifício contêm o elemento químico estrôncio

A tabela é interativa, como pede um mundo conectado por computadores. Assim, ao colocar o cursor sobre cada elemento, o quadradinho correspondente aparece ampliado em um quadrado maior na parte superior da tabela.
"Fiz a tabela para mim e meus filhos, e a coloquei na internet para que outras pessoas desfrutassem dela. Muitos estudantes, professores e pais dizem que ficaram encantados."
O trabalho do desenhista pode ser acessado neste site. Ainda não há uma versão em português.

Elementos 'amigos'

"Quero que as crianças saibam que aprender os elementos químicos pode ser divertido", diz Enevoldsen.
As ilustrações coloridas servem para chamar a atenção das crianças, que podem procurar mais informações em cada quadradinho que vai surgindo na tela.
"Espero que, graças a essa tabela, as crianças queiram conhecer os elementos como se estivessem conhecendo um novo amigo", afirma o desenhista americano.
"E quero que as ilustrações e palavras facilitem lembrar das informações."
"Na próxima vez que virem a palavra estrôncio, por exemplo, vão poder dizer: Ahhh, estrôncio é o que usam nos fogos de artifício..."
BBC Brasil

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Cientistas recuperam meteorito que caiu na Austrália

Meteorito encontrado pela Universidade de Curtin, em Perth, na Austrália
 
Os cientistas responsáveis por recuperar o meteorito que cruzou o céu da Austrália no dia das Bruxas (31 de outubro) — parecido com um tijolo ‘esmagado’ — divulgaram nesta segunda-feira os resultados das pesquisas preliminares. O fragmento foi encontrado em uma fazenda na cidade australiana de Morawa e tem 1,15 quilos. As análises mostram que ele pode ter em sua composição cristais minerais, ainda não identificados, e água de seu ‘asteroide pai’, segundo nota oficial.
O resultado ainda aponta para um tamanho original de 50 a 100 vezes maior do que o atual, antes de entrar em contato com a nossa atmosfera.
Por conta da rapidez da localização, os cientistas afirmaram que encontraram o material com contaminação miníma, sem contato da água da chuva, por exemplo, e isso irá ajudar nas análises futuras dos cientistas. “Nós vamos descobrir muito mais, uma vez que já conseguimos compreender uma pesquisa química feita no material e atualmente estamos analisando o modelo 3D que criamos a partir do meteorito”, disse Phill Bland, professor de geologia aplicada da Universidade de Curtin, na Austrália, em nota.
Veja.com

Nuvens de poluição: O que a China está fazendo contra o "ar-pocalípse" ?

Chineses enfrentam dia de forte smog, uma nuvem de poluição do ar, em Pequim, China. Autoridades emitiram novos alertas sobre riscos da poluição (Foto: Andy Wong/AP)
Todos os anos, no inverno no Hemisfério Norte, vemos imagens que impressionam: enormes nuvens de poluição nas principais cidades chinesas tornam praticamente impossível qualquer atividade ao ar livre e ameaçam a saúde e a vida humana. Não por acaso a poluição chinesa foi apelidada de “ar-pocalipse”.
A poluição chinesa é resultado de um intenso processo de industrialização usando energias fósseis, principalmente o carvão; do tráfego intenso, com carros movidos a gasolina e diesel; e do uso de combustíveis sólidos, como lenha, para aquecimento nas casas. A China, no entanto, não está parada. O problema ambiental mobiliza a sociedade e as autoridades do governo central. ÉPOCA conversou, na semana passada, durante a 22a Confêrencia do Clima em Marrakech, no Marrocos, com Yan Li, vice-diretora do Greepeace na China. Ela conta como está a situação no país.
ÉPOCA – A China tem uma delegação grande e influente na Conferência do Clima. As mudanças climáticas estão sendo tratadas com seriedade no país?
Yan Li –
A China se interessa no assunto por dois fatores. O primeiro é por esse processo dentro da Conferência, essa bolha política no processo multilaral. Nesse processo, a China desempenhou um papel de liderança ao lado dos Estados Unidos. Agora, com a nova administração americana, abre uma oportunidade para negociar com a União Europeia e outros países. Mas, fora dessa bolha, há muita preocupação com o tema. As mudanças climáticas estão no interesse central, porque o país precisa fazer uma mudança de paradigma econômico.
ÉPOCA – Essa mudança seria por causa do carvão?
Yan Li –
Sim. Pelo terceiro ano consecutivo, houve uma queda no uso do carvão. É uma fonte de energia que está entrando em declínio. Isso acontece porque o paradigma está mudando para uma economia que favorece o setor de serviços e uma indústria de maior valor agregado. Isso sem falar que milhões de chineses enfrentam problemas com a poluição do ar e da água.
ÉPOCA –  Os problemas de poluição são muito sérios na China. Houve progresso recente? O governo tem feito boas políticas?
Yan Li – 
Houve progresso nos últimos anos, especialmente no contexto do “ar-pocalipse”. É aí que o governo central está mais focado. Nos últimos 12 meses, o país criou sistemas de dados de qualidade do ar em 300 cidades. Hoje, são 360 cidades que monitoram o ar diariamente. Há um plano nacional, planos locais e metas de redução de emissões. Além disso, temos um forte investimento em energias renováveis. É o suficiente? Ainda não. Temos de mudar essa mentalidade que só se preocupa com o PIB. O desafio é muito grande. A China ainda precisa implementar um mercado de carbono, precisa de uma estratégia robusta de incentivos e controle para reduzir as emissões de governos locais e indústrias, precisa enfrentar os grandes poluidores. Tem muito trabalho a ser feito. Por isso eu não faria muitos elogios para a China. Mas é preciso reconhecer o progresso recente.
Época.com

Amsterdã abrirá mão de gás natural para combater a mudança climática

 
Do carvão ao gás natural, e agora a energia limpa. A prefeitura de Amsterdã deu início a um ambicioso plano de reconversão energética com a finalidade de acabar até 2050 com o uso do gás natural em toda a cidade e torná-la, assim, uma “zona livre de emissões de CO2”. Para cumprir com o previsto no Acordo de Paris (assinado em abril passado), que visa a evitar um aumento de 2 graus da temperatura do planeta, as autoridades holandesas começarão desconectando da rede, em 2017, 10.000 moradias antigas de sua propriedade. Dois bairros novos já foram construídos sem essa infraestrutura, e se espera que, nos próximos quatro anos, cerca de 100.000 moradias já possam utilizar “uma rede alternativa alimentada com a energia que sobra da indústria bem como daquela que é derivada da queima de resíduos em equipamentos específicos”, assinalam seus representantes. Essa modalidade já abastece, hoje, na cidade, cerca de 70.000 imóveis servidos pela Nuon, uma companhia de eletricidade e de gás que atua no país, na Bélgica e no Reino Unido.
Para evitar custos adicionais aos moradores, a prefeitura pediu ajuda ao Estado, que precisa, por sua vez, cumprir com o Pacto Energético Nacional. Acordado em 2013 por mais de 40 instituições, de empresas e sindicatos a organizações de ecologistas e financeiras, ele estabelece, entre outras coisas, uma redução de 1,5% ao ano no consumo de energia. Como hoje em dia as companhias de eletricidade e de energia controlam também os relógios de apuração do consumo e as faturas, além de fazerem grandes investimentos na manutenção da infraestrutura, a mudança terá de ser realizada de forma gradual, para que elas possam participar do processo. Como exemplo da nova forma de ver a questão, a secretaria de Sustentabilidade de Amsterdã lembra que o Jardim Botânico e o museu Hermitage, filial da sede de São Petersburgo, se ajudam um ao outro: o primeiro precisa de calor, que é fornecido pelo segundo, que utiliza mais ar-condicionado. É o ciclo recomendado pelos poderes locais: “aquele que produz calor o devolve para a rede”.
Embora até o momento os novos contratos tenham sido firmados com imobiliárias para facilitar os trâmites, a boa disposição de todas as partes decorre dos problemas para a obtenção de gás natural do Mar do Norte. A Holanda explora ali a maior reserva europeia, mas sua extração produz terremotos de até 4,5 graus na escala Richter na região de Groningen, noroeste do país. Em 2014, a Sociedade do Petróleo e do Gás (NAM, na sigla em holandês) recebeu 19.000 denúncias de moradores apontando gretas e telhados tombados. Propriedade das empresas Esso e Shell, a NAM fabrica 75% do gás natural da Holanda. No entanto, quando se soube que o Governo ignorou os perigos à população para não comprometer os lucros, foi preciso retroceder. O Ministério de Energia aceitou que saíssem apenas 30 bilhões de metros cúbicos anuais da jazida de Groningen, e em 2015 foram extraídos 29 bilhões. Para compensar o restante, foi preciso importar gás da Rússia e da Noruega. Uma dependência sujeita aos vaivéns políticos, em especial no caso russo, que o projeto de Amsterdã tenta reduzir.
 

Algumas caras da energia limpa

A transição do gás natural para a energia limpa conta com várias possibilidades. O desafio é conseguir que sejam acessíveis para o consumidor.
- Energia produzida por incineradores de lixo, introduzida nas casas através de tubos que esquentam a água (requer suficientes empresas desse tipo para ser rentável)
- Geotermia, que consiste em bombear a água do interior da Terra que já está quente a 500 metros de profundidade, devolvendo-a ao subsolo quando a casa estiver na temperatura desejada.
- Armazenamento sob a terra, no verão, da água quente da superfície terrestre para usá-la no inverno.
- Gás verde, assim chamado porque é liberado por compostos orgânicos como o esterco e restos de plantas, podendo ser usado nas instalações atuais.
- Eletricidade obtida por meio de painéis solares.
El País.com

domingo, 20 de novembro de 2016

Drones vão substituir iluminação pública na Inglaterra

drone
 
A ideia é que as pessoas possam chamar os drones por um aplicativo de celular e que eles as acompanhem até o destino final
Uma empresa de seguros britânica quer disponibilizar drones para iluminar o caminho de seus assegurados em áreas sem iluminação pública, os fleetlights.
A ideia é que a pessa que precise atravessar uma região sem luz possa usar um aplicativo de celular geolocalizado para chamar os drones – que virão com um holofote e a acompanharão até seu destino.
A iniciativa deve ser usada principalmente em áreas rurais e cidades pequenas, e deve ser mais econômica do que instalar postes de luz por todo o interior da Inglaterra, por exemplo.
O cliente terá a opção de chamar três drones para si, que o iluminarão por cima e pelos lados, ou de usar apenas um aparelhinho voador.
A seguradora quer, com isso, evitar que acidentes aconteçam – e, de quebra, economizar os gastos que teria com cuidados médicos.
“Acreditamos que a noção de seguros vai deixar de ser um negócio de indenização – ou seja, consertar coisas que se quebraram – para virar um negócio de prevenção e evitar que coisas ruins aconteçam”, disse Mark Evans, diretor de marketing da empresa Direct Line, à revista Fast Company.
O drones também poderão acompanhar bicicletas ou até mesmo carros em rodovias sem iluminação. A principal dificuldade foi desenvolver uma luz que seja leve o suficiente para ser carregada pelo drone, e que o GPS consiga prever o movimento do usuário – qualquer atraso na localização significa que as pessoas ficarão no escuro.
Os fleetlights estão sendo programados em código aberto, para que qualquer um possa ajudar a botar a ideia em prática. O serviço, porém, ainda está na fase de testes.
Exame.com

5 aplicações da realidade virtual no mundo real

 Gear VR: dispositivo de realidade virtual da Samsung vem como brinde na compra do smartphone Galaxy S7

A realidade virtual já tem diversas aplicações no mundo real que vão além dos games, que tornaram a tecnologia famosa graças ao sucesso do Oculus Rift em uma campanha de financiamento coletivo.
Diversos aplicativos já estão disponíveis para download gratuito em lojas, como a da Oculus VR, e podem ajudar a aprender, tratar condições psicológicas e até mesmo no planejamento estratégico.
Essa indústria, que começou a se desenvolver nos anos 1990 e atraiu a atenção do público nos últimos tempos, tem crescimento anual estimado de 41,2% até 2025 e estará avaliada em 130 bilhões de dólares na metade da próxima década.
 
O diretor-fundador do Laboratório de Interação Virtual Humana da Universidade de Standford, promoveu um workshop usando o Gear VR, o dispositivo de realidade virtual da Samsung, e realizou uma palestra sobre as aplicações dessa tecnologia durante o evento HSM Expo, em São Paulo. Para ele, o método de visualização de conteúdos que substitui a sua visão do que está ao redor das pessoas tem um poder de aumentar a empatia pelo próximo, bem como teletransportar você para outros lugares ou situações sem precisar sair do lugar.

“O cérebro trata a realidade virtual como se fosse verdade. Você pode mudar seu corpo, viajar no tempo ou quebrar todas as regras do mundo tradicional nesse ambiente digital”, afirmou Bailenson. “A realidade virtual foi projetada para possibilitar a criatividade.”
O pesquisador diz que as imagens vistas ao longo de pelo menos quatro minutos na realidade virtual são tratadas como reais pelo cérebro humano.

Aumentar empatia

A realidade virtual permite que você tenha uma experiência de ficar temporariamente cego. O aplicativo “Notes on blindness”, disponível para Gear VR, mostra como é o processo gradual de perda de visão.

Bailenson conta que, em suas pesquisas em Stanford, simulações como essa se mostraram eficientes para despertar um maior sentimento de empatia por deficientes visuais. Quem assistiu ao conteúdo em realidade virtual passou duas vezes mais tempo ajudando pessoas com essa condição do que as que não tiveram essa experiência digital. Bailenson diz ainda que a tecnologia também ajudou a reduzir o preconceito.

Educação

Para a educação, a realidade virtual tem aplicações mais óbvias. No ensino de biologia ou em faculdades de medicina, a tecnologia permite tornar menos abstratos conceitos sobre vírus, células ou bactérias.
“Estudantes poderão ver as organelas celulares diante de seus olhos”, afirmou Bailenson, citando ao similar ao que acontece no app Incell, para Gear VR, no qual você ajuda um organismo humano a combater vírus.
No Brasil, a Positivo Informática conta com o projeto chamado Na Real, que leva às escolas vídeos em 360 graus sobre temas como os cuidados da dengue, com o objetivo de aproximar os alunos do assunto de maneira segura.

Tratamento de fobias

Aplicativos como o Face your fears, disponível para Gear VR, permitem que as pessoas enfrentem seus maiores medos. Com ajuda especializada, Bailenson declara que é possível superar fobias comuns, como andar de avião ou medo de animais.

Treinamento de atletas Strivr

O Strivr Labs possui um aplicativo atualmente usado por jogadores de futebol americano, hockey e beisebol para treinar jogadas ensaiadas fazendo repetições mentais dos movimentos.

Tratamento de dor

Empresas como a DeepStream VR e a Firsthand em parceria com a Universidade de Washington já têm soluções para aliviar a dor de pacientes em hospitais. Jogos em realidade virtual são capazes de tirar o foco do que está acontecendo nos corpos dos pacientes, como a troca de um curativo delicado.
“A realidade virtual distrai tanto a mente que as pessoas esquecem da dor”, segundo Bailenson, que estima uma redução de até 70% da sensação dolorosa.
Os dispositivos de realidade virtual mais famosos à venda no Brasil são o Samsung Gear VR, que funciona em conjunto com um smartphone topo de linha da marca, o Beenoculus, compatível com diversos aparelhos, e o CardBoard, uma solução de baixo custo que funciona com a maioria dos celulares.  
Exame.com