segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Belo Horizonte tem menos área verde entre as dez maiores capitais do Brasil

Imagem de satélite mostra o que sobrou de florestas em Belo Horizonte, em verde (Foto: MapBiomas)
 
Belo Horizonte é a cidade com menos áreas verdes entre as dez maiores capitais do Brasil. A capital de Minas Gerais tem apenas 3,9% de sua área coberta por florestas. São 1.316 hectares de cobertura vegetal florestal. O bioma original do município é Mata Atlântica e uma vegetação de transição com o Cerrado e trechos de Campos de Altitude e Campos Rupestres.
Em percentual de área verde, Belo Horizonte perde para as outras nove cidades na lista das maiores do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Salvador, Fortaleza, Manaus, Curitiba, Recife e Porto Alegre. Todas essas capitais têm mais vegetação do que a capital mineira. A capital com mais área verde da lista é Manaus – mas isso não seria grande surpresa... Algumas capitais totalmente inseridas no Cerrado, como Brasília, Palmas e Goiânia, têm maior percentual de florestas do que Belo Horizonte.
Na imagem acima estão os usos de terra do município de Belo Horizonte. As pequenas manchas verdes representam área com floresta. Os pedaços em azul são trechos com água. A imagem e os dados são do MapBiomas, um sistema de monitoramento dos usos de terra no Brasil.
Um dos fatores que contribui para a carência de floresta em Belo Horizonte pode ser a própria diversidade da vegetaçao nativa que restou. A maior área verde da capital é a Serra do Curral, com 400 mil metros quadrados. Ela tem uma mistura de Campo de Altitude, Cerrado, Campo Rupestre - que não contam como floresta pela análise do satélite – e um maciço vegetal com vestígios de Mata Atlântica. 
Não é à toa que a cidade vive dias de calor e abafamento começando agora na privamera e indo até o fim do outono. O desmatamento intenso da cidade agrava o fenômeno conhecido como ilhas de calor. Ele ocorre quando a urbanização transforma floresta em deserto de cimento e asfalto, com pouca arborização. Também não é por acaso que as chuvas estão mais destrutivas no município. Com a retirada da vegetação, a chuva bate direto no cimento ou asfalto e corre mais rápido para os bueiros, canais de águas pluviais ou rios canalizados.
O levantamento é feito a partir de imagens do satélite Landsat, que consegue enxergar o uso do solo com resolução de 15 metros.
O último pedaço de alguma coisa que lembra a Mata Atlântica original do município é a Mata do Planalto, um pedaço de 200.00 metros quadrados que abriga nascentes. A vegetação está ameaçada pela construção de um condomínio.
Época.com

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