sábado, 23 de julho de 2016

Extração de recursos da Terra triplicou nas últimas décadas

Homem trabalha em mina de carvão em Shanxi, China (Foto: Kevin Frayer/Getty Images)
 
 Relatório mostra que estamos perdendo eficiência. Extraímos mais recursos do planeta ao mesmo tempo que o crescimento econômico está desacelerando
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) publicou na quarta-feira (20) um relatório que mostra que estamos longe de parar com a exploração predatória do planeta Terra. Segundo esse estudo, a retirada de minerais, combustíveis fósseis e biomassa triplicou nas últimas quatro décadas.
Os números impressionam. Em 1970, a média era extrair 22 bilhões de toneladas de recursos naturais por ano. Agora, na década de 2010, essa média subiu para 70 bilhões de toneladas por ano. Segundo o estudo, essa tendência resulta em aumento da poluição do ar, redução da biodiversidade, intensifica o aquecimento global e pode levar ao esgotamento dos recursos naturais.
O pior é que esse aumento foi maior do que o crescimento da população ou da economia. Ou seja, estamos sendo menos eficientes. Segundo o relatório, isso acontece porque a produção migrou de países com indústrias mais eficientes, como o Japão, para países que usam mais materiais por produto criado, como a China. "Isso resulta em crescente pressão ambiental e trabalha contra a hipótese de decoupling – conseguir mais com menos –, que é tão importante para o sucesso da sustentabilidade global", diz o estudo.
Decoupling (ou dissociação) é uma hipótese que diz que, com aumento de eficiência na produção, podemos continuar com o crescimento econômico indefinidamente e sem causar impacto ambiental. Para que isso ocorra, é preciso usar menos materiais por produto e aumentar expressivamente a reciclagem e reúso, migrando a produção para um modelo de economia circular. Os dados mostram que estamos longe de "descasar" o crescimento econômico da extração de materiais.
Segundo a ONU, a principal causa do aumento da extração de recursos naturais é o consumo. Se continuarmos no atual ritmo de consumo, o mundo extrairá 180 bilhões de toneladas de recursos naturais em 2050.
Época.com

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