sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Derretimento de geleiras desacelera rotação da Terra, alertam cientistas

What is climate change
 
O derretimento de geleiras causado pelo aumento das temperaturas parece estar resultando uma leve desaceleração na rotação da Terra, em mais um sinal da abrangência do impacto das mudanças climáticas globais, disseram cientistas nesta sexta-feira (11).
A força por trás das pequenas, mas discerníveis, mudanças na rotação da Terra medida por satélites e métodos astronômicos é o aumento do nível do mar no mundo, alimentado pelo fluxo de água derretida das geleiras para os oceanos, afirmaram pesquisadores.
"Uma vez que os glaciares estão em altas latitudes, quando eles derretem, eles redistribuem a água dessas altas latitudes para latitudes mais baixas, e, como um patinador que move os seus braços para longe do seu corpo, isso age para reduzir o índice de rotação da Terra", declarou o geofísico da Universidade de Harvard, Jerry Mitrovica.
O movimento do gelo e da água derretida também causa uma leve migração do eixo da Terra, ou polo norte, num fenômeno conhecido como "deslocamento polar", disseram os pesquisadores.
"Imagine um patinador que não estica os seus braços direto, e sim estica um num ângulo, e outro em outro ângulo. O patinador vai começar a balançar para frente e para trás. Isso é a mesma coisa que o movimento polar", afirmou Mitrovica.
A pesquisa investigou as mudanças na rotação e no eixo do planeta com o aumento do nível do mar no século 20 como resultado do aumento das temperaturas globais.
AUMENTOS HISTÓRICOS - Cientistas de todo o mundo se reuniram em julho na França e alertaram que tanto a temperatura da superfície terrestre e dos oceanos como o nível do mar, a concentração de gases do efeito estufa e as emissões de CO2 aumentaram a níveis históricos desde meados do século 19. Stocker destacou a necessidade de reduzir as emissões de dióxido de carbono entre 40% e 70%, antes de 2050, para diminuir os efeitos do aumento da temperatura global e limitar o aquecimento a 2ºC acima dos níveis pré-industriais.
EXTINÇÃO DAS ABELHAS - O aquecimento tem levado ao declínio mundial dos polinizadores, principalmente abelhas e outros insetos, o que pode causar até 1,4 milhões de mortes adicionais por ano, um aumento de mortalidade mundial de quase 3%, segundo pesquisa publicada na revista médica The Lancet. Isso porque nossa alimentação seria prejudicada.
ADEUS ÀS SUAS FRUTAS E LEGUMES PREDILETOS - Uma redução de 100% dos "serviços de polinização" poderia reduzir os estoques globais de frutas em 22,9%, legumes em 16,3% e 22,9% em nozes e sementes. Ainda em um cenário de completa eliminação de polinizadores, 71 milhões de pessoas em países de baixa renda poderiam encontrar-se deficientes em vitamina A, e 2,2 bilhões que já têm consumo inadequado teriam suas contribuições reduzidas novamente.
 MENOS COMIDA - A multiplicação das catástrofes ligadas ao clima ameaça cada vez mais a segurança alimentar, ressaltou a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) em estudo. "Globalmente, de 2003 a 2013 - o período abrangido pelo estudo - o número médio anual de desastres causados por todos os tipos de desastres naturais, incluindo os fenômenos relacionados ao clima, quase dobrou desde os anos 1980. Os prejuízos econômicos são estimados em 1,5 trilhões de dólares", disse a FAO. Na imagem, vítimas do tufão Hagupit que passou em Dolores, nas Filipinas, em 2014, exibem cartaz com os dizeres: "Por favor, nos ajude. Nós precisamos de comida.
30 MIL MORTES POR ANO EM CATÁSTROFES CLIMÁTICAS - Mais de 600 mil mortes são relacionadas às catástrofes climáticas nos últimos 20 anos, segundo um novo relatório do Escritório das Nações Unidas para a redução do risco de catástrofes (UNISDR). Desde 1995, data da primeira conferência das partes sobre mudanças climáticas da ONU (COP1), os desastres causados por eventos meteorológicos, como inundações, tempestades, ondas de calor, secas, "provocaram 606 mil mortes". Isto representa "uma média de 30 mil vidas por ano, além de 4,1 bilhões de pessoas feridas, sem-teto ou que necessitaram de ajuda de emergência", afirma a ONU. A grande maioria das vítimas (89%) viviam em países pobres.
O CALOR VAI AUMENTAR - Os próximos dois anos podem bater o recorde mundial como os mais quentes já registrados no mundo, segundo pesquisa da agência meteorológica do Reino Unido. O Met Office alerta que grandes mudanças no sistema climático podem estar a caminho por causa dos gases do efeito estufa, que aumentam o impacto de tendências naturais. O estudo revela também que o verão na Europa pode ficar temporariamente mais frio, enquanto o resto do mundo viveria os reflexos do aquecimento.
 TERMÔMETROS SUBINDO - Outubro e os primeiros dez meses de 2015 foram os mais quentes da história moderna, de acordo com relatório mensal a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica americana. Estes dados implicam que o ano de 2015 se encaminha para ser o mais quente desde 1880. Segundo a administração, outubro foi o sexto mês consecutivo que rompeu os recordes mundiais, pelo qual a média de temperaturas na superfície terrestre e os oceanos foi de 0,86 graus Celsius, superior que a média no século 20.
 HIDRELÉTRICAS SERÃO OBSOLETAS? - Mudança climática deve reduzir capacidade hidrelétrica em até 20%, de acordo com o mais importante estudo sobre como diversos setores vão reagir diante do clima modificado, o projeto Brasil 2040 - Alternativas de Adaptação às Mudanças Climáticas. No pior cenário, até 2040 a capacidade das hidrelétricas pode ficar de 8% a 20% menor. Já no melhor cenário a capacidade diminui entre 4% e 15%. Ou seja, mesmo se o mundo fizer tudo o que está prometendo para combater o aquecimento global, ainda haverá impacto na produção de energia. Usinas como a de Belo Monte e o novo projeto pensado para o Rio Tapajós seriam inviabilizados.
 SECA ONDE ERA MAR - A seca no Brasil em 2015 pode não ser uma causa direta das mudanças climáticas, mas como diz o nome, ela favorece mudanças no clima: os fenômenos se tornam mais intensos. Então, uma seca gerada por vários fatores se tornou ainda mais forte por causa do aquecimento global. E a tendência é só piorar.
 CALOR SEM AMOR - Por essa você não esperava, o aquecimento global pode afetar até a vida sexual no planeta. O clima quente leva à redução da "frequência de coito", de acordo com um novo documento de trabalho publicado pelo Departamento Nacional de Pesquisa Econômica dos Estados Unidos. Três economistas estudaram dados sobre fertilidade e temperatura nos EUA relativos a um período de 80 anos e concluíram que quando faz mais calor que 26,67 ºC, segue-se um grande declínio na quantidade de nascimentos dentro de dez meses. Os futuros pais não tendem a compensar o tempo perdido nos meses mais frios seguintes.
 NEVE AUMENTA, MAS GELO DERRETE - As nevascas anuais aumentaram 30% na Antártida Ocidental durante o século passado, mas essa neve extra não significa uma boa notícia para a camada de gelo que está derretendo, disseram pesquisadores. Pelo contrário, a neve é provavelmente resultado da maior atividade ciclônica sobre as águas mais mornas do oceano, que por sua vez resultam na perda de gelo, segundo o estudo publicado na revista Geophysical Research Letters.
 O MAR ESTÁ SUBINDO - O aumento do nível do mar ameaça as grandes cidades, mesmo se temperatura subir o mínimo esperado, dois graus centígrados. Rio de Janeiro, Xangai, Mumbai, Hong Kong e Buenos Aires estão na lista de cidades ameaçadas, segundo relatório do instituto de pesquisa Climate Central, publicado em setembro. Com 2º graus de aumento, a água cobriria territórios povoados atualmente por cerca de 200 milhões de pessoas. Para tentar conter o fenômeno é preciso reduzir drasticamente a emissão de gases de efeito estufa.
 É O FIM DOS URSOS POLARES? - A população de ursos polares, ameaçados pelo aquecimento global por causa do derretimento da calota de gelo do Ártico, vai diminuir em mais de 30% ao longo dos próximos 35 ou 40 anos - alertou em novembro a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN). Especialistas estimam que existam entre 22 mil e 31 mil ursos polares do mundo (Estados Unidos, Canadá, Noruega, Groenlândia e Rússia), de acordo com a IUCN, que atualiza regularmente seus relatórios sobre a flora e fauna ameaçadas do mundo. De acordo com a organização, estudos mostram que "há uma forte probabilidade de que uma redução de mais de 30% da população de ursos polares nos próximos 35-40 anos", pela perda de habitat devido ao aquecimento climático.
 PERDA DESCONTROLADA DE GELO NA ANTÁRTIDA - De acordo com estudos da Universidade de Victoria, na Nova Zelândia, a Antártida corre o risco de perder de forma descontrolada suas camadas de gelo diante de qualquer variação climática, o que provocaria uma elevação significativa do nível dos oceanos. Segundo a pesquisa, imagens feitas pelos satélites mostram que algumas partes das camadas de gelo antártico estão afinando por causa do aquecimento dos oceanos.
JÁ É TARDE PARA IMPEDIR O AQUECIMENTO - Mesmo se eliminarmos os combustíveis fósseis nas próximas poucas décadas, nossos descendentes ainda enfrentarão temperaturas significativamente mais altas do que as atuais por milênios. Já é tarde demais para impedir o aquecimento causado pela humanidade por completo. Se eliminarmos rapidamente os combustíveis fósseis, os climas poderiam vir a se parecer com aqueles dos períodos quentes interglaciais que pontuaram as eras de gelo dos últimos dois milhões de anos. Durante o último interglacial, que teve início há 130 mil anos e durou aproximadamente entre 13 mil a 15 mil anos, as temperaturas globais médias eram 1 a 3 graus Celsius mais altas que hoje.
TEMPERATURA MUNDIAL SUBIRÁ - Pela primeira vez, a temperatura média mundial na superfície da terra aumentará um grau centígrado em 2015, superando os níveis pré-industriais, segundo a agência meteorológica britânica Met Office. O limite para que não ocorram catástrofes maiores é um aumento de 2ºC.
 TRISTE RECORDE DE EMISSÃO DE GASES - A Organização Meteorológica Mundial revelou em novembro deste ano que a emissão dos gases do efeito estufa bateu recorde em 2014. As concentrações atmosféricas de CO2 - o principal gás do efeito estufa - atingiu 397,7 partes por milhão (ppm) em 2014 --na Primavera de 2014, quando o dióxido de carbono é mais abundante, as emissões dessa concentração no hemisfério norte passaram da marca simbólica de 400ppm. O nível é o maior já medido pela organização meteorológica, que analisa os dados há pouco mais de 30 anos, e o mais alto dos últimos 800 mil anos.
 PINGUIM PODE DESAPARECER - As mudanças climáticas e a pesca predatória ameaçam a existência do pinguim-africano. De 2004 a 2014, o número de casais do animal capazes de se reproduzir caiu 90% em colônias sul-africanas, passando de cerca de 32.000 a cerca de 3.000, segundo números oficiais. Estas aves, incapazes de voar, são vítimas de uma mudança de comportamento de suas principais presas, sardinhas e anchovas. Os bancos destes peixes estão diminuindo pela pesca, além de estarem se deslocando, possivelmente devido a mudanças climáticas, afastando-se das colônias de pinguins.
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário