quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Cientistas criam "sol artificial" para produzir energia

A maquina Wendelstein 7-X, no Instituto Max Planck de física dos plasmas (IPP), em Greifswald, Alemanha - 11/092015
 
Cientistas alemães anunciaram nesta quinta-feira ter ultrapassado uma etapa fundamental nas pesquisas sobre uma energia própria obtida pela fusão nuclear com o lançamento de um reator que alguns chamam de "sol artificial".
Físicos do Instituto Max Planck de física dos plasmas (IPP) levaram nove anos para construir o dispositivo batizado "stellarator", que custou até hoje um bilhão de euros.
Seu objetivo é desenvolver uma nova fonte de energia, gerada pela fusão de ar de núcleos, que ocorre naturalmente no interior do sol e da maioria das estrelas.
Ao contrário de usinas de energia nuclear, cuja energia vem da fissão ou divisão dos átomos, o trabalho do stellarator ocorre no sentido inverso: unindo ou fundindo núcleos atômicos.
O método consiste em submeter átomos de hidrogênio a temperaturas de até 100 milhões de graus Celsius para provocar a fusão dos núcleos, gerando assim energia.
A altíssima temperatura provoca a formação de um plasma, que é necessária para evitar o arrefecimento e manter confinado o tempo suficiente para atingir o ponto de fusão e, por conseguinte, a criação de energia.
Os físicos alemães começaram nesta quinta-feira a testar a colossal máquina Wendelstein 7-X, criando um plasma com hélio.
"Estamos muito satisfeitos", declarou Hans-Stephan Bosch, cujo departamento é responsável pelo funcionamento do reator. "Tudo ocorreu como previsto ", afirmou.
O primeiro plasma de hélio formado na máquina de 16 metros de comprimento se manteve um décimo de segundo e atingiu uma temperatura de cerca de um milhão de graus.
A equipe vai a seguir tentar prolongar a duração do plasma e determinar a melhor forma de produzi-lo.
Em janeiro, os cientistas utilizarão hidrogênio, real objetivo de seu estudo.
A energia tirada da fusão nuclear é considerada como o "Santo Graal" das energias limpas, apresentada como ilimitada. Ela também não apresenta os perigos associados à energia nuclear, com seus problemas de segurança e seus resíduos radioativos durante milhares de anos.
Vários países já entraram na corrida para a construção de um reator, como o projeto internacional International Thermonuclear Experimental Reactor (ITER).
O ITER, cuja sede está no sul da França, está construindo um tokamak, reator em forma de anel que permite uma fusão nuclear. Mas em virtude de problemas técnicos e dos altos custos, o programa deve ainda levar quase 10 anos para conseguir realizar sua primeira experiência.
Outros reatores experimentais de tamanho bem mais modesto estão igualmente em desenvolvimento nos Estados Unidos, mas o financiamento continua sendo um problema crônico.
Exame.com

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