domingo, 31 de maio de 2015

Por que cientistas querem enviar gelo para a Antártica?

 Foto: BBC / Reprodução
 
Com o intuito de preservar, para pesquisas futuras, amostras de glaciares de montanha ameaçados pelo aquecimento global, cientistas estão planejando enviar um navio repleto de gelo para a Antártica. O objetivo é manter ali, um dos locais mais frios da Terra, um novo depósito de exemplares dessas geleiras.
 A primeira contribuição para o projeto deverá ser feita em 2016, com gelo coletado do glaciar conhecido como Col du Dôme, localizado a uma altitude de 4.350 metros, logo abaixo do cume do Mont Blanc, nos Alpes franceses. Coberto por neve, seu gelo não parece estar ameaçado, mas as aparências enganam.
"Em 1994, medimos a temperatura dentro do glaciar. Fizemos o mesmo em 2005 e detectamos um aquecimento de 1,5ºC", diz Jérôme Chappellaz, do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França, que está envolvido na criação do depósito de gelo na Antártica.
Chappellaz explica que evidências científicas apontam que muitos dos glaciares fora dos polos desaparecerão neste século. "Mesmo naqueles em altitudes mais elevadas, seu gelo já passou a derreter parcialmente durante o verão", diz o cientista. "Trata-se de um objeto de estudo sob o risco de desaparecer do planeta. Se você trabalha com corais, sedimentos marinhos ou florestas, este material ainda estará por aqui por muitos séculos".
Caverna de gelo 
 
 Foto: BBC / Reprodução

sábado, 30 de maio de 2015

A misteriosa história da Gruta de Conchas de Margate

  (Foto: Reprodução - kuriositas)
 
Lá pelos idos de 1835, um trabalhador estava carpindo um campo em Margate, cidade inglesa à beira mar. Após fincar a enxada no chão, ele simplesmente desapareceu: abriu um buraco fundo e caiu em uma estrutura escura.James Newlove, diretor de uma escola próxima, ofereceu seu próprio filho, Joshua, para descer pelo buraco, com uma vela, e investigar a descoberta.
Quando voltou à superfície, Joshua contou que havia encontrado um templo 'mágico', adornado com conchas. Claro, as pessoas não acreditaram nele de imediato. Mas após o buraco ter sido alargado o suficiente para que adultos entrassem por ele, viram que o menino estava certo. Lá havia uma espécie de templo, enfeitado com 4,6 milhões  de conchas.
Em 1837, a gruta foi aberta para a visitação do público - mas ainda não sabemos muita coisa sobre suas origens.
 
  (Foto: Reprodução - kuriositas)
 
A primeira hipótese é que algum ricaço local teria construído a gruta por volta de 1700 - estruturas do tipo não são raras na Europa. Alguém rico poderia ter feito um 'mochilão', conhecido capelas decoradas com conchas e adaptado a criação. Porém a gruta não ficava dentro de um terreno com proprietário fixo e, se tivesse sido construída em 1700, em 1835 as pessoas lembrariam da sua construção através de boatos locais. Histórias seriam contadas. Não era o caso.
Também foi suposto que poderia ser o esconderijo de contrabandistas - mas não há uma rota de fuga da gruta e, honestamente, que criminoso passaria seu tempo decorando um depósito?

  (Foto: Reprodução - kuriositas)

Uma das hipóteses mais recentes pode agradar os fãs de Dan Brown - cavaleiros templários poderiam ter construído o local lá por 1100. Os ângulos e a forma com que o sol é projetado pelo domo indicariam a influência. Mas, ainda assim, não há provas conclusivas.
Por que não fazer uma datação de carbono? Muitas conchas precisariam ser removidas, para garantir que são analisadas aquelas da construção original e não aquelas que foram colocadas após inúmeras restaurações.
 
  (Foto: Reprodução - kuriositas)
 
Abaixo como um dos mosaicos da gruta seria, antes de ser vítima da ação do tempo: 
 
  (Foto: Reprodução - kuriositas)
 
  (Foto: Reprodução - kuriositas)
 
Galileu.com

China lançará satélite para investigar matéria escura

Jiuquan Satellite Launch Center (JSLC)

A China oficializou que lançará o satélite DAMPE (explorador de partículas de matéria escura, na sigla em inglês) no fim deste ano para medir a direção, energia e carga elétrica de partículas que viajam pelo cosmo. A meta é detectar qualquer sinal que comprove a existência, e do que é feita, a misteriosa matéria escura, elemento que, junto com a energia escura, ocupa 95% do universo - parcela que ainda é completamente desconhecida pelas teorias da astrofísica.
A manobra chinesa aproveita um momento de fraqueza dos Estados Unidos, que corta orçamentos e diminui a importância da Nasa, a agência espacial americana, em favor de projetos privados de exploração do espaço.
Com expectativa operacional de três anos, o DAMPE tenta descobrir ao menos algum indício da existência de partículas que comporiam 85% da matéria do universo.
Na escuridão - A matéria escura é uma hipotética substância que não emite radiação eletromagnética suficiente para ser vista por detectores atuais de partículas, mas que os astrofísicos consideram necessária para compor elaborações matemáticas que explicariam o funcionamento do universo. Se ela não existir, ruiriam diversas equações da astrofísica, principalmente as aceitas para explicar as relações gravitacionais entre os corpos celestes.
O satélite DAMPE é dotado dos mais avançados detectores de partículas. É a aposta mais ousada até agora para a detecção da enigmática matéria escura. Caso esse mistério não seja desvendado, porém - se resultar ao menos em um relance de explicação dessas partículas, já colocaria os organizadores do projeto como candidatos a um Nobel -, a iniciativa não será perdida. A Academia Chinesa de Ciências também pretende utilizar a nave para estudar outros fenômenos espaciais, como os raios cósmicos e os raios gama de alta energia.
Veja.com

Astrônomos descobrem a primeira Mega-Terra

Mega-Terra Kepler 10c

Cientistas da Universidade Harvard anunciaram nesta segunda-feira a descoberta da primeira Mega-Terra, um planeta rochoso que tem duas vezes o tamanho da Terra e 17 vezes a sua massa. O planeta superou as já conhecidas Super-Terras, que têm entre cinco e dez massas terrestres. Catalogado como Kepler-10c, o planeta foi apelidado de "Godzilla das Terras" pelo pesquisador Dimitar Sasselov, diretor da Iniciativa Origens da Vida da Universidade Harvard. A descoberta foi apresentada hoje no evento da Sociedade Americana de Astronomia (AAS, na sigla em inglês).
Um ano neste planeta, que está a 560 anos-luz da Terra, na Constelação Draco, dura apenas o equivalente a 45 dos nossos dias. O Kepler-10c foi avistado pela primeira vez pelo telescópio espacial Kepler, que busca planetas a partir da variação que eles causam no brilho de uma estrela ao passar na frente dela. Com essa técnica, os astrônomos conseguem determinar o diâmetro do planeta, mas não sua composição. Por ter um pouco mais do dobro do diâmetro da Terra, o planeta a princípio foi considerado gasoso e classificado como um mini-Netuno.
Os pesquisadores utilizaram então o Telescopio Nazionale Galileo, localizado nas Ilhas Canárias, para medir a massa do Kepler-10c e descobriram que era muito maior do que imaginavam: o equivalente a 17 vezes a massa da Terra, o que indica que se trata de um planeta rochoso. "Como ele é bastante massivo, tem o potencial grande de ter retido sua atmosfera, o que favorece a existência de vida. Além disso, o sistema estelar do qual ele faz parte, o Kepler 10, é muito antigo. Se a vida precisa de tempo para surgir e se desenvolver, esse é um lugar promissor para ela", disse Douglas Galante, pesquisador do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, em Campinas, e do Núcleo de Pesquisa em Astrobiologia da USP.
A descoberta desta Mega-Terra traz implicações para a história do Universo e a possibilidade de existência de vida em outros planetas. Isso porque o sistema do qual ela faz parte se formou há 11 bilhões de anos, menos de 3 bilhões depois do Big Bang. De acordo com as teorias tradicionais de formação planetária, o Universo inicialmente continha apenas hidrogênio e hélio. Elementos mais pesados, necessários para a formação de planetas rochosos, como ferro e silício, teriam se originado a partir da primeira geração de estrelas que, ao explodir, espalharam esses ingredientes pelo espaço. Estima-se que esse processo demorou bilhões de anos para acontecer, mas o Kepler-10c mostra que o Universo foi capaz de formar planetas rochosos grandes mesmo durante o período em que os elementos mais pesados eram escassos.
"Nós nem imaginávamos que podiam existir planetas como esse, que representa um novo desafio para a ciência desvendar. Podemos esperar muitos outros planetas estranhos e complexos que serão descobertos, mostrando que o Universo ainda está repleto de novidades, e, talvez, de outros mundos habitáveis", completa Galante.
Veja.com

Quanto mais quente, mais fortes são os tufões

Imagens de satélite mostram a chegada do super tufão Haiyan à costa das Filipinas

Estudo publicado ontem (29) na prestigiada revista americana Science correlacionou a intensidade crescente de tufões que ocorreram nas últimas quatro décadas com o aquecimento global que tem desbalanceado o clima da Terra. Cientistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, mediram a gravidade dos tufões que ocorrem no planeta desde 1951 e cruzaram os dados com a elevação de temperatura da superfície do oceano Pacífico.
Entre os anos 50 e 70, a amplitude desses eventos se manteve constante, assim como o termômetro dos mares. Quando o aquecimento passou a elevar com significância a temperatura das águas, os tufões cresceram em intensidade. Mudanças climáticas globais, como a elevação do índice de emissão de gás carbônico (o CO2) na atmosfera, também fizeram aumentar a duração desses acontecimentos.
Tufões, assim como terremotos, são anomalias climáticas difíceis de serem antevistas, o que dificulta a reação à destruição causada por eles. A pesquisa da Science representa um grande passo para a prevenção contra desastres naturais do tipo. Além disso, acrescenta mais um item à lista de efeitos negativos das mudanças climáticas decorrentes de ações humanas, a exemplo da queima de combustíveis fósseis. Escrevem os autores: "Nossos resultados têm importantes implicações para compreender as alterações na intensidade de anomalias com o aquecimento global".
O estudo calcula que desde 1971 houve um aumento superior a 30% na força dos tufões. Caso o ritmo de emissões de CO2 continue, a intensidade e durabilidade dos eventos pode crescer em mais 14% até o fim deste século.
A anomalia - Um tufão é formado pela variação brusca de temperatura e de direção dos ventos oceânicos e cresce em velocidade de acordo com o aquecimento das águas. Um dos mais catastróficos da história ocorreu em 2013, no noroeste do Pacífico, causando a morte de mais de 6 000 pessoas na região das Filipinas.
Veja.com

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Você sabe que horas são? As moscas sabem

Mosca-da-fruta

Apesar de irritantes, as moscas-das-frutas podem ser mais espertas do que você pensa. Segundo uma pesquisa publicada na revista Cell Press, elas sabem determinar até qual é a hora do dia. Além disso, esses insetos aprendem a conectar diferentes aromas, dependendo da hora, com a recompensa de açúcar.
De acordo com os pesquisadores, os resultados mostram que, mesmos sendo pequenos, os insetos possuem surpreendentes habilidades mentais. "Se até mesmo a mosca-das-frutas, com o seu cérebro diminuto, tem a noção de tempo, a maioria dos animais também pode tê-la", disse um dos autores do estudo, o neurocientista Martin Heisenberg, do Centro Rudolf Virchow, na Alemanha.
Os pesquisadores treinaram moscas-das-frutas famintas para associar dois odores químicos diferentes com açúcar, na parte da manhã ou da tarde, em dois dias consecutivos. No terceiro dia, testaram a preferência dos insetos por um perfume ou a outro.
Os resultados não deixaram dúvidas: elas aprenderam a escolher o perfume preferido ao longo do dia. Moscas testadas na manhã preferiram o odor na parte da manhã, enquanto moscas testadas no período da tarde preferiram o desse período. A capacidade de contar o tempo manteve-se nos dois eventos, separados por um período de pelo menos quatro horas.
Os cientistas descobriram que a capacidade de manutenção do tempo dos insetos manteve-se tanto na escuridão constante quanto em um ciclo claro-escuro regular. Portanto, a conclusão é que as moscas-das-frutas podem usar o tempo como uma pista adicional para descobrir o que é bom para comer. É claro que elas não vão calcular a hora exata de acordo com os padrões humanos. Mas ao menos é certo que sabem se é dia, tarde ou noite.
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Casa Branca faz do sumiço de abelhas uma questão de Estado

Abelha mamangaba (bumblebee)

As abelhas começaram a sumir nos Estados Unidos. E isso preocupou a Casa Branca. Um estudo divulgado pelo consórcio Bee Informed Partnership, financiado pelo governo e por universidades americanas, destacou que apenas no ano passado 42% das colônias americanas desse inseto desapareceram. Por que isso dá dor de cabeça até no presidente Barack Obama? As abelhas são as principais polinizadoras do hemisfério norte, associadas ao florescimento da flora e à maior parte do cultivo agrícola. Só nos Estados Unidos, um mercado de 15 bilhões de dólares depende diretamente desse trabalho de polinização. Com menos abelhas, menor é a produção. A gravidade do problema econômico fez a Casa Branca montar uma força-tarefa de cientistas para resolver o assunto. Na última terça-feira (19) começaram a aparecer os primeiros resultados.
Para poupar os insetos, as estratégias governamentais são aumentar o tamanho dos habitats polinizadores, encorajar o treinamento de cientistas especializados em abelhas e estabelecer bancos de sementes de plantas atrativas para o inseto. "Buscamos engajar todos os segmentos da nossa sociedade para que, trabalhando juntos, possamos dar passos significativos e importantes para reverter o declínio dos polinizadores", disse o Secretário da Agricultura dos Estados Unidos, Tom Vilsack, em carta oficial.
O sumiço das abelhas começou a ser notado por apicultores americanos há dez anos. Como de costume, os insetos saíam das colônias à procura de pólen e, de tabela, polinizavam plantações de frutas, legumes e grãos. O problema é que elas começaram a não voltar mais, deixando para trás apenas a rainha com poucas operárias remanescentes. Fenômeno que ganhou o nome de colony colapse disorder (em inglês, síndrome do colapso da colônia, ou CCD). Pesquisadores então indicaram que essas abelhas morriam antes de conseguir retornar. É um enorme problema que ultrapassa as preocupações conservacionistas. Sem as abelhas, não há plantações. Sem essas, diminui a produção local de comida, e a economia sofre.
O novo levantamento confirma que a crise não só continua, como piora. A taxa de desaparecimento de 42% é maior que a de 2013 e 2012 somados, quando se registrou uma baixa de 34,2%. A taxa atual é quatro vezes acima do que a baixa considerada "normal" pelos apicultores. Nos estados de Oklahoma, Illinois, Iowa e Pensilvânia, o dano foi ainda maior: bateu os 60%.
O inseto, que muitas vezes é lembrado apenas pelas picadas dolorosas, é essencial para a agricultura. Dois terços de todos os alimentos ingeridos no planeta dependem das abelhas. Estima-se que elas rendam 15 bilhões de dólares por ano apenas à economia americana, graças a sua ajuda à agricultura. Como existem 2,5 milhões de colônias de abelhas em cativeiro no país (e são essas as que são usadas na agricultura), o valor estimado de cada uma delas, em uma conta simples, seria de 6 000 dólares. Para piorar, diferentemente do Brasil, que têm ao menos 3 000 espécies de abelhas selvagens, nos Estados Unidos há só a Apis melífera, inseto de origem europeia que está sendo afetado por essa crise. Como só tem um tipo, qualquer ameaça é urgente.
É preciso ressaltar que é natural que as abelhas se afastem por até três quilômetros de suas colônias em busca de alimentos, mas a baixa de insetos considerada "normal" é de 10%, quantidade muito menor do que a que vem sendo perdida e facilmente reposta pela reprodução dos animais. Aliás, o que chocou os pesquisadores não foi somente a quantidade de abelhas desaparecidas, mas sim o fato de que, pela primeira vez na história, a baixa foi maior durante o verão, época (em teoria) mais favorável a elas do que o inverno.
Em países de clima temperado, as colmeias ficam cobertas por neve durante a
a estação, e cerca de 20% das abelhas naturalmente não resiste ao frio. "Nós esperávamos que as colônias morressem durante o inverno, porque é uma estação estressante. É amedrontador notar as perdas no verão, que deveria ser como um paraíso para as abelhas", disse Dennis van Engelsdorp, professor da Universidade de Maryland e um dos autores do estudo. Ou seja, se no verão está ruim, imagina no inverno.
Para piorar, apesar de o fenômeno não ser novidade, pesquisadores ainda não conseguiram identificar qual é a causa do sumiço. Os autores do estudo indicaram que os motivos prováveis são uma combinação de ácaros, má alimentação e pesticidas, mas existem outras hipóteses, como o aumento de predadores e os efeitos negativos das mudanças climáticas. A teoria mais aceita é aquela que aponta para os pesticidas, já que muitos desses produtos contêm uma substância chamada neonicotinóide, que age diretamente no cérebro do inseto, fazendo com que ele esqueça de onde veio e, consequentemente, o caminho de volta para a colmeia. "Temos indícios de que essa é a principal causa, mas existem muitos interesses econômicos e conservacionistas nesse debate, por isso não se bate o martelo", disse o biólogo Lionel Segui Gonçalves, professor aposentado da USP e pesquisador da genética das abelhas com 50 anos de experiência.
Apesar de os Estados Unidos estarem na situação mais crítica, o fenômeno acomete quase toda a parte ocidental do hemisfério norte há um bom tempo. Estima-se que algumas regiões da Europa tenham perdido até 53% das colônias nos últimos anos. Os impactos foram sentidos no preço de produtos agrícolas. Na Espanha, o quilo de vegetais oleaginosos bateu os oito euros, valor mais alto desde 2005. As cerejas que eram cultivadas em território francês foram transferidas para a Austrália, onde ainda não se tem sinal de baixas de abelhas. Já nos Estados Unidos as amêndoas tiveram uma inflação de 43%.
Recentemente, países fora desse eixo começaram a também detectar indícios do fenômeno, como Japão, China e mesmo o Brasil. Por aqui, tanto as abelhas de ferrão, que produzem mel, quanto aquelas sem ferrão estão sendo prejudicadas. Para abordar o problema, a organização nacional Sem Abelha, Sem Alimento lançou há um ano o aplicativo Bee Alert, em que apicultores registram casos de desaparecimento. Até agora, foi registrada a perda de 12 000 colônias em 13 estados brasileiros, entre os quais São Paulo é o mais afetado. "É fácil de entender por que São Paulo lidera: no Estado, o uso de pesticidas é intenso", definiu o biólogo Lionel Segui Gonçalves.
Mas o que aconteceria se as abelhas sumissem da Terra? O genial físico Albert Einstein, que gostava de palpitar sobre diversas áreas do conhecimento, dizia que "se as abelhas desaparecessem, o homem só sobreviveria por quatro anos". A linha de raciocínio aqui é o fato de que sem abelhas não teríamos 70% dos alimentos que consumimos e também haveria uma redução na parcela verde do planeta, o que levaria a uma diminuição do oxigênio disponível. Não é preciso enxergar tão longe para saber que o extermínio acarretaria um desastre ambiental, com o colapso da agricultura e da flora global.
Veja.com

Observatório do One World Trade Center

FABULOSO!
O edifício de 104 andares, construído sobre as ruínas das Torres Gêmeas alvo dos atentados terroristas de 2001, inaugura seu observatório e espera receber milhões de visitantes já no primeiro ano.
 
Observatório do One World Trade Center em Nova York
A plataforma de observação fica no topo do edifício de 104 andares construído no local das Torres Gêmeas que sofreram com o ataque terrorista de 2001
Observatório do One World Trade Center em Nova York
Horizonte de Manhattan a partir do deck de observação da torre do One World Trade Center, em Nova York (Foto: Mike Segar/Reuters)
 
Observatório do One World Trade Center em Nova York
12A plataforma de observação fica no topo do edifício de 104 andares construído no local das Torres Gêmeas que sofreram o ataque terrorista de 2001

Observatório do One World Trade Center em Nova York
Vista do horizonte de Manhattan a partir do deck de observação da torre do One World Trade Center, em Nova York
Observatório do One World Trade Center em Nova York
Um vídeo exibindo a movimentação das ruas de Nova York em tempo real é exibido sob os pés dos visitantes do observatório do One World Trade Center
Observatório do One World Trade Center em Nova York
A plataforma de observação fica no topo do edifício de 104 andares construído no local das Torres Gêmeas que sofreram o ataque terrorista de 2001

Observatório do One World Trade Center em Nova York
Projeção da cidade de Nova York é exibida enquanto o elevador se dirige ao topo da torre. O percurso de 102 andares dura apenas um minuto.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Só a 'agroecologia' nos salva

Banca de frutas e legumes (Foto: shutterstock)
 
Nosso sistema alimentar está em colapso. As pessoas não confiam nos alimentos que comem e sequer sabem quem os plantou. Milhões de agricultores estão pobres e muitos passam fome. A comida que comemos está nos deixando mal nutridos ou obesos – ou ambos. Quase um bilhão de pessoas vai dormir com fome todos os dias, apesar de o mundo produzir comida suficiente para alimentar todos os sete bilhões de habitantes do planeta. Atualmente, cerca de um bilhão de pessoas está com sobrepeso, enquanto 30% dos alimentos do mundo são desperdiçados.

Nosso desafio, hoje, não é aumentar a produção de alimentos, mas sim repensar onde, como, por quem e para quem a comida é produzida. As pessoas e o planeta estão sofrendo com um sistema alimentar que precisa de mudanças urgentes.
No Brasil não é diferente. Nos últimos dez anos, o país vem reduzindo a pobreza e a insegurança alimentar com sucesso e, segundo dados da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), atingiu patamares similares aos de países desenvolvidos no que diz respeito ao combate à fome.

No entanto, o aumento do poder aquisitivo para muitos brasileiros facilitou o acesso a alimentos altamente processados, oferecidos por grandes empresas do segmento, jogando milhões de brasileiros de uma situação de fome, diretamente para uma situação de obesidade. A Pesquisa de Orçamentos Familiares, realizada pelo IBGE, apontou que 17,5% da população brasileira está obesa e 51% apresenta sobrepeso. As estatísticas também atingem os pequenos: uma em cada três crianças entre 5 e 9 anos está com sobrepeso.
Não é apenas no peso que notamos as evidências de um sistema alimentar falido. O Brasil é, há alguns anos, o país que mais consome agrotóxicos em todo o mundo, respondendo por cerca de 20% do mercado global de venenos. O programa de monitoramento da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Santitária) verificou que, aproximadamente, 1/3 de todas as amostras testadas para agrotóxicos não eram adequadas para consumo – por apresentar agrotóxicos acima do limite permitido ou por apresentar substâncias proibidas. Um estudo recente do Inca (Instituto Nacional do Câncer) destacou a relação entre o alto uso de agrotóxicos, as vastas áreas plantadas com transgênicos no Brasil – principalmente soja, milho e algodão – e os diversos impactos na saúde da população.

O Brasil, assim como muitos países que fornecem recursos naturais para o mercado global, é altamente dependente do comércio internacional de produtos agrícolas. Agrotóxicos, transgênicos, fertilizantes químicos, monoculturas, concentração de terras, desmatamento e trabalho escravo são todos ingredientes frequentes do modelo de agricultura industrial voltado para exportação, que ocupa 75% das terras agrícolas brasileiras, recebe 90% do crédito disponível para agricultura no país, mas emprega apenas ¼ da força de trabalho no campo e compromete a saúde das pessoas e a preservação do meio ambiente.

 Segundo a ONU, apoiar a agricultura familiar e de pequena escala é fundamental para erradicar a pobreza no campo e garantir segurança e soberania alimentar. O Brasil possui um vibrante movimento de agricultura familiar e orgânica. Propriedades familiares representam cerca de 80% das propriedades agrícolas do país e ocupam cerca de 12 milhões de pessoas.  A produção orgânica do país também está a todo vapor. De acordo com o Ministério da Agricultura, o número de produtores orgânicos cresceu 51% de janeiro de 2014 até janeiro de 2015, ultrapassando 10 mil produtores e ocupando cerca de 750 mil hectares. No entanto, a agricultura familiar e orgânica no Brasil recebe apenas cerca de 10% do crédito agrícola disponível.

É preciso criar uma revolução agroecológica. Precisamos de uma agricultura que proteja, mantenha e recomponha a diversidade da vida na Terra, respeitando os limites ecológicos e garantindo equidade sustentável e soberania alimentar. Precisamos de um modelo agrícola em que alimentos seguros e saudáveis sejam produzidos para atender às necessidades humanas, e onde o controle sobre a comida e a produção de alimentos esteja nas mãos de comunidades e produtores locais, e não na mão de corporações transnacionais.
A agroecologia garante o plantio e consumo de alimentos saudáveis hoje e amanhã, protegendo o solo, a água e o clima e promovendo a biodiversidade - tudo isso sem contaminar o meio ambiente com insumos químicos e organismos transgênicos. Porém, para que essa revolução seja verdadeiramente ecológica e justa, também será preciso lidar com assuntos como desperdício de alimentos, desigualdades sociais e dietas não sustentáveis com alto consumo de carnes e laticínios, entre outras coisas. A agricultura ecológica é um sistema alimentar que tem as pessoas e agricultores em seu centro, e que combina ciência moderna e inovações com a natureza e a biodiversidade, indo muito além do que acontece no campo. Afinal de contas, a forma como nos alimentamos e produzimos nossa comida diz respeito a todos nós.
Época.com

Desmatamento na Mata Atlântica tem queda de 24%, segundo relatório

Reserva florestal da Mata Atlântica Legado das Águas, da Votorantim, no Vale do Ribeira, em São Paulo (Foto: Luciano Candisani)

O desmatamento da Mata Atlântica caiu 24% no período de 2013 a 2014, em comparação ao período de 2012 a 2013. Os dados são do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, divulgados nesta quarta-feira (27) pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Em todo o país, foi desmatada uma área de 183 km² entre 2013 e 2014. No período anterior, entre 2012 e 2013, foram desmatados 239,5 km² dos remanescentes florestais. O Piaui foi o campeão de desmatamento. Só no estado, a derrubada atingiu 56 km² da mata.
Dos 17 estados que abrigam a Mata Atlântica, somente três apresentaram aumento do desmatamento: Santa Catarina, Espírito Santo e Rio de Janeiro.
Para a Fundação Mata Atlântica, os resultados apontam para uma proximidade da meta do desmatamento zero e, agora, a discussão passa a ser a recuperação das áreas já desmatadas.
"Preservar o que restou e restaurar o que se perdeu precisa ser uma agenda estratégica para o país”, afirmou Marcia Hirota, diretora-executiva da Fundação SOS Mata Atlântica e coordenadora do Atlas, em comunicado divulgado pela organização.
Pontos vermelhos no mapa mostram áreas de desmatamento no período de 2013 a 2014 (Foto: Fundação SOS Mata Atlântica/Inpe/Divulgação)

Onde a 'motosserra' mais dilacera a Mata atlântica no Brasil

Motosserra

Quando os portugueses atracaram por aqui, encontraram florestas tropicais majestosas, que se estendiam de uma ponta à outra do litoral brasileiro. Mais de 500 anos depois, restam apenas 12,5% do que era a Mata Atlântica em toda a sua extensão e esplendor originais. Apesar dos esforços de conservação realizados nas últimas décadas, a guerra para manter a floresta de pé ainda não está ganha.
Dados da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), divulgados nesta quarta-feira (27), comprovam. Entre 2013 e 2014, o bioma perdeu 183 Km² de mata, o equivalente a 18 mil campos de futebol.
Entre os 17 estados da Mata Atlântica, Piauí foi o campeão de desmatamento no ano, com 5.626 hectares (ha) devastados. Sozinho, o município de Eliseu Martins respondeu por 23% do total dos desflorestamentos observados no período. (Veja os estados que mais desmataram)
É o segundo ano consecutivo que o Atlas observa um padrão de desmatamento nos municípios ao sul do Piauí, onde se concentra a produção de grãos.
Essa é uma importante região de fronteira agrícola e uma área de transição entre a Mata Atlântica, o Cerrado e a Caatinga, o que acende discussões sobre seu grau de proteção. No entanto, são áreas incluídas no Mapa de Aplicação da Lei da Mata Atlântica (Lei nº 11.428/06), que protege seus ecossistemas associados e deve ser cumprida”, afirma Márcia Hirota, diretora-executiva da SOS Mata Atlântica.
Em segundo lugar na lista de desmatadores, aparece Minas Gerais, com 5.608 ha da floresta devastados. Apesar da posição, o estado reduziu em 34% o desmatamento se comparado ao período anterior. Esta é a segunda queda consecutiva na taxa de desmatamento em Minas, que no ano anterior já havia reduzido em 22%.
O recuo é resultado de moratória que desde junho de 2013 impede a concessão de licenças e autorizações para supressão de vegetação nativa no bioma. A ação foi autorizada pelo Governo de Minas Gerais, após solicitação da Fundação SOS Mata Atlântica e do Ministério Público Estadual.
Rumo ao desmatamento zero
No quadro geral, o desmatamento no país recuou 24% comparado ao ano anterior (2012-2013). Dos 17 estados da Mata Atlântica, nove apresentaram desmatamentos menores do que 100 ha, o equivalente a 1 km2, entre eles São Paulo (61 ha), Rio Grande do Sul (40 ha) e Pernambuco.
Com tais índices, esses estados aproximam-se da meta do desmatamento zero no bioma e abrem oportunidades para outra discussão: a necessidade de se recuperar as áreas já desmatadas.
“Os 12,5% da Mata Atlântica que restam de pé, com suas paisagens e beleza cênica, são um patrimônio natural com potencial turístico invejável. Prestam ainda diversos serviços ambientais, como a conservação das águas que abastecem as nossas cidades e a estabilidade dos solos, tão essenciais à agropecuária. Preservar o que restou e restaurar o que se perdeu precisa ser uma agenda estratégica para o país”, ressalta Marcia Hirota.
Exame.com
 

terça-feira, 26 de maio de 2015

No futuro, os prédios serão cobertos por algas?!

O gazebo de algas. Ele fornece comida e oxigênio (Foto: Divulgação)
 
Um escritório de arquitetura londrino desenvolveu uma forma de construir prédios de modo que eles sejam mais verdes e ajudem a despoluir o ar. O ecoLogicStudios, de Londres, apresentou um coreto coberto por algas na Expo Milan deste ano – uma feira internacional especializada em arquitetura. A cobertura de algas parece sem graça se comparada a exuberância dos jardins verticais que, agora, surgem em algumas cidades ao redor do mundo. Mas tem suas vantagens.
O coreto verde do ecoLogicStudios é feito de um plástico chamado etileno tetrafluoretileno, o mesmo usado em alguns prédios famosos, como o Cubo D’água construído para as Olimpíadas de Pequim. O interior dessa camada de plástico é preenchido por água e por  uma alga chamada espirulina – que, segundo a Smithsonian Magazine, é comumente usada como suplemento alimentar. Semanalmente, a alga que cresce na estrutura pode ser colhida para servir de  alimento.  A graça mesmo está no  fato de que algas são extremamente eficientes quando o assunto é absorver gás carbônico e liberar oxigênio. Algas e plantas aquáticas são as responsáveis por cerca de 70% de todo o oxigênio liberado na atmosfera. O coreto apresentado na mostra tem 40 m².  Suas algas são capazes de produzir cerca de 2kg de oxigênio por dia– a quantidade necessária para três adultos respirarem durante esse período sem sobressaltos. Ao mesmo tempo, a estrutura suga 8kg de dióxido de carbono do ar.
Os criadores do projeto querem usar tecnologia semelhante para cobrir prédios inteiros (Foto: Divulgação)
 
O coreto londrino está exposto em uma área da  mostra dedicada ao futuro da comida. A espirulina é comumente usada como suplemente alimentar por ser rica em proteína. Muitos a veem como um possível substituto para a carne, em um mundo em que é cada vez mais custoso manter grandes rebanhos. “Muitos veem essa alga como a comida urbana do futuro”, disse Marco Poletto, cofundador da ecoLogicStudios. Por ora, o coreto pequenininho é caro – custa US$1308,00. A esperança é que os custos caiam conforme a demanda pela tecnologia cresça. A esperança da empresa é implementar coberturas de alga semelhantes em edifícios inteiros. Essa cobertura vegetal seria capaz de prover oxigênio, diminuir a quantidade de gás carbônico livre na atmosfera e fornecer comida ou combustível para as cidades.
Época.com

Cientistas desenvolvem "super cana" capaz de produzir o dobro de etanol

Supercana pode produzir 20 mil litros de etanol por hectare (Foto: Maurício Glauco/EPTV)

Uma nova variedade de cana-de-açúcar que pode chegar a seis metros de altura promete dobrar a produtividade no campo, além de reduzir os custos de produção de etanol e energia elétrica, a partir da palha e do bagaço. Ainda em fase de testes no Instituto Agronômico de Campinas (IAC), em Ribeirão Preto (SP), a "supercana", como também é conhecida, deve chegar às indústrias em três anos.
Também chamada de "cana energia", a nova planta é capaz de acumular biomassa e altos teores de fibra rapidamente, o que resulta em uma capacidade maior de produção de energia elétrica ou etanol de segunda geração.
"Na cana tradicional, a preocupação é aumentar o potencial de acúmulo de açúcares. Já a cana energia é chamada assim exatamente por ter na sua constituição maiores teores de fibra e esse rápido acúmulo de biomassa", explica o pesquisador Mauro Alexandre Xavier.
Em comparação com a planta tradicional, a diferença da "super cana" é visível: além de ser mais grossa, chega ao triplo de altura: quase seis metros de comprimento.
Além disso, a produtividade da nova variedade também é muito maior. Enquanto a cana-de-açúcar comum rende 120 toneladas de massa por hectare no primeiro corte, a "supercana" pode produzir até 270 toneladas. Em relação à quantidade de etanol produzida, a "cana energia" pode gerar 20 mil litros por hectare, o dobro de combustível do que a planta tradicional Apesar das diferenças, Xavier diz que as duas variedades serão complementares, uma vez que o rendimento da "supercana" na fabricação de açúcar é menor - a planta tradicional ainda produz mais sacarose.
Entretanto, o administrador José Carlos de Lima Júnior, que é consultor em agronegócio e pesquisador da USP, afirma que a utilização da supercana deve trazer mais economia ao consumidor, principalmente em relação à produção de etanol.
"Essa nova tecnologia vai proporcionar maior produtividade por área plantada, impactando positivamente os negócios no Brasil. O consumidor pode esperar em médio prazo uma redução nos custos, principalmente porque vai ter maior oferta de energia", diz.
 
 

Mundo não tem escolha a não ser se "descarbonizar", diz ONU

Emissões saindo de fábricas na Alemanha

Reagir à mudança climática nos próximos 15 anos é o "megaprojeto de desenvolvimento" do mundo dada a necessidade de investir trilhões de dólares em infraestrutura, na criação de empregos e na estabilidade econômica, disse a principal autoridade da Organização das Nações Unidas (ONU) para a mudança climática nesta terça-feira.
"É fundamental do ponto de vista econômico que os países levem adiante o enfrentamento da mudança climática por causa dos benefícios que isso trará em termos de alimentos, água e energia, assim como emprego", afirmou Christiana Figueres, secretária-executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês) durante uma conferência sobre o mercado de carbono em Barcelona, na Espanha.
Isto, juntamente à velocidade com a qual os negócios estão agindo a respeito da mudança climática e os esforços para se estabelecer um preço para o carbono, significa que "um mundo descarbonizado agora é irreversível, irrefutável", disse ela na ocasião.
"Iremos fazê-lo, porque francamente não temos nenhuma outra opção", declarou.
A descarbonização diz respeito à troca de combustíveis fósseis por fontes de energia renovável e ao aprimoramento da eficiência energética, de forma a reduzir para zero as emissões de gases de efeito estufa.
A encarregada da mudança climática do Banco Mundial, Rachel Kyte, disse que, para descarbonizar as economias, "precisaremos começar com uma ambição extraordinária até o fim deste ano" em Paris, onde os países se reunirão com a meta de selar um novo acordo global para lidar com a mudança climática.
Especialistas afirmam que os planos nacionais que os países estão elaborando no momento para este acordo provavelmente não aumentarão as reduções nas emissões de gases de efeito estufa necessárias para manter o aquecimento global no limite internacionalmente acordado de 2 graus Celsius.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Árvore da Galáxia!

Caesar Vega Toledano/Nasa - Silhueta de um carvalho iluminado pela Via Láctea em Salamanca,Espanha.Foto:Caesar Vega Toledano/Nasa

Silhueta de um carvalho iluminado pela Via Láctea, em Salamanca, Espanha.

A espaçonave inflável que irá explorar Vênus

Caso a agência espacial americana goste da espaçonave a ponto de financiá-la, o VAMP pode estar explorando Vênus em dez anos

A fabricante de produtos aeroespaciais Northrop Grumman apresentou uma nova ideia para explorar o planeta Vênus.
A Venus Atmospheric Maneuverability Platform (VAMP) pode fazer com que a Nasa explore a atmosfera do planeta com uma aeronave inflável, enviada a partir de outra espaçonave na órbita venusiana.
Como a VAMP é auto inflável, ela seria leve o suficiente para planar com pouca ou nenhuma energia, mas ainda seria manobrável para navegar nas correntes de convecção e resistente o bastante para aguentar o ácido sulfúrico que domina a atmosfera de Vênus.
A espaçonave está sendo desenvolvida pelo programa New Frontiers da Nasa, iniciativa que busca novas abordagens para a exploração do Sistema Solar. Caso a agência espacial americana goste da espaçonave a ponto de financiá-la, o VAMP estará explorando Vênus em dez anos.
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Muita gente na indústria espacial encara Vênus como uma alternativa mais prática a exploração de Marte. O planeta geralmente está mais perto do que o Planeta Vermelho, graças a seu ciclo orbital, o que tornaria as missões mais simples.
A superfície do planeta é inabitável, pois é quente e densa. Mas uma espaçonave que flutue nas nuvens de Vênus poderá encontrar temperaturas, níveis de radiação e pressão parecidos com os da Terra.
A principal missão a Vênus enviada pela humanidade aconteceu em 2005, quando a Agência Espacial Europeia lançou uma sonda chamada Venus Express.
No final do ano passado, cientistas da Nasa tiveram a ideia de lançar balões infláveis como uma forma de a humanidade estabelecer colônias permanentes nas nuvens venusianas. O sistema foi chamado de Conceito Operacional de Alta Altitude Vênus (HAVOC, na sigla em inglês).
A espaçonave proposta pela Northrop Grumman seria mais parecida com a Venus Express do que com a HAVOC, coletando dados científicos ao invés de hospedar seres humanos.
Mas o VAMP chegaria mais fundo na atmosfera de Vênus do que a Express já chegou, registrando mais informações e obtendo experiência prática sobre como sobreviver na atmosfera de Vênus.
sobreviver na atmosfera de Vênus.
Ainda assim, sem o apoio da Nasa, o VAMP será apenas um conceito. Os projetos escolhidos para a missão New Horizons serão divulgados no ano que vem.
Exame.com

Israel encontra durante obra em Jerusalém, aqueduto construído há mais de 2000 anos

Aqueduto tinha, no total, 21 km de extensão
Autoridades de Israel descobriram, durante a instalação de um sistema de encanamento em Jerusalém, ruínas de um aqueduto construído há mais de 2.000 anos. O achado, feito na semana passada, é da época do reino Asmoreu, que governou a região entre 140 a.C. e 37 a.C.
O órgão responsável pela preservação das antiguidades do país escavou a área logo após encontrar as ruínas. De acordo com Ya’akov Billig, diretor da operação, o aqueduto é parte de um sistema que tem quase 21 km de extensão. “[O aqueduto] Operou intermitentemente até cerca de cem anos atrás. Apesar da extensão, ele flui ao longo de um declive muito suave, em que o nível da água desce apenas um metro por quilômetro”, afirmou.
No passado, o aqueduto transcorria por áreas abertas, hoje ocupadas pela cidade. Ele era uma das principais fontes de água de Jerusalém e por isso, afirma a Autoridade de Antiguidades de Israel, foi conservada por quase dois mil anos até ser substituído por um sistema operado eletronicamente.
 

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Carta de Einstein é encontrada no Brasil

Carta de Einstein é encontrada no Brasil por Antonio Carlos Prado e Elaine Ortiz
 
             
Uma carta e uma foto do físico Albert Einstein, ambas assinadas, foram encontradas em um antigo cofre do Colégio Anchieta, em Porto Alegre – e sua autenticidade está comprovada por especialistas. A carta é de 1951, dirigida aos estudantes e nela está escrito: “Quem conheceu a alegria da compreensão conquistou um amigo infalível para a vida. O pensar é para o homem, o que é voar para os pássaros. Não toma como exemplo a galinha quando podes ser uma cotovia”. Segundo o diretor do colégio, João Cláudio Rhoden, a existência dessa mensagem sempre foi comentada mas ninguém se preocupava em tentar localizar a chave do cofre. O empenho maior se deu devido a uma feira de ciências organizada na escola. “O homem que vivia preocupado com a Teoria da Relatividade e outras coisas pensou em escrever para jovens de uma cidade que ele talvez nem imaginava existir”, diz Rhoden.

Saturno ficará visível a olho nu, hoje à noite

Saturno ficará visível a olho nu hoje à noite

Planeta poderá ser visto da Terra a partir das 18h desta sexta

Para quem gosta de olhar o céu à procura de corpos celestes, esta sexta-feira (22) será o dia ideal. O planeta Saturno poderá ser visto a olho nu a partir das 18h e ficará visível até às 6h de sábado (23).
Este é o maior número de horas de visibilidade consecutiva do planeta – que tem a aparência de uma mancha amarelada quando visto da Terra. Devido ao longo período de exposição, será possível observar a mudança de posição das faixas de anéis.

Astrônomos descobrem a galáxia mais brilhante do Universo

Concepção artística da galáxia WISE J224607.57-052635.0, a mais brilhante já descoberta (Foto: NASA)
 
Normalmente, o maior responsável pelo brilho de uma galáxia é o buraco negro localizado em seu centro – e no caso da galáxia mais brilhante já descoberta até agora, não é diferente. Emitindo uma luminosidade equivalente a 300 trilhões de sóis como o nosso, A WISE J224607.57-052635.0 fica a longínquos 12,5 bilhões de anos-luz da Via Láctea. Isso significa que a luz captada em 2010 pelo Wide-field Infrared Survey Explorer (WISE), telescópio espacial da NASA que estuda apenas luz infravermelha, começou sua jornada cósmica quando nosso Universo tinha apenas um décimo de seus 13,8 bilhões de anos.
Enormes buracos negros supermassivos são relativamente comuns nos centros galácticos, mas não em galáxias tão antigas quanto esta que acaba de ser descoberta. De acordo com os princípios conhecidos atualmente, seria simplesmente impossível que um buraco negro crescesse tanto em tão pouco tempo – logo, nosso conhecimento sobre o assunto terá que ser revisto. Um estudo que será publicado na próxima edição do The Astrophysical Journal analisou em detalhes 20 galáxias semelhantes à WISE J224607.57-052635.0, que foram categorizadas em uma classe especial, as galáxias infravermelhas extremamente luminosas (ELIRG, na sigla em inglês). A pesquisa levanta três hipóteses para explicar as dimensões gigantescas dos buracos negros dessas estruturas.
Uma delas sugere que eles já tenham nascido grandes, teoria que altera completamente nossa visão dos buracos negros embrionários, ou “sementes”.  “Como você consegue um elefante? Um jeito é começar com um elefante bebê”, explicou em um comunicado Peter Eisenhardt, cientista da missão WISE e co-autor do estudo. As outras duas ideias sugerem que eles estejam quebrando ou distorcendo o limite de crescimento, chamado de limite de Eddington. Como um monstro faminto, essas estruturas devoram gás e matéria e emitem uma quantidade absurda de luz e calor. Essa luz é liberada sob tamanha pressão que repele os gases que poderiam servir como alimento. Quando quebram esta limitação, os buracos negros podem explodir de tamanho.
A hipótese da distorção teria a ver com a velocidade da rotação – se ele gira mais devagar, repele menos refeição e pode “comer mais”. “Os buracos negros massivos nas ELIRGs podem estar se empanturrando de matéria por um período mais longo de tempo”, disse o co-autor do estudo Andrew Blain, da Universidade de Leicester. “É como vencer um concurso de quem come hot dog mais rápido que dura centenas de milhões de anos”. Agora os pesquisadores querem aprofundar os estudos e determinar a massa exata dessas estruturas para resolver o mistério das galáxias superbrilhantes – e, quem sabe, revelar novas descobertas sobre este período primitivo e crucial na evolução do nosso cosmos.

Você sabia que, agora, a Terra tem uma bandeira?

  (Foto: Oskar Pernefeldt / flickr/ creative commons)
 
Por que fazer uma bandeira da Terra inteira? Será que viveremos em uma nação única e a paz reinará? Por enquanto não. A ideia é firmar o novo símbolo em solo marciano, quando os primeiros humanos pisarem no planeta vermelho, ou mostrá-la em eventos globais, como as Olimpíadas e a Copa do Mundo.
Criada por Oskar Pernefeldt da Faculdade de Desing Beckmans, em Estocolmo, a bandeira mostra sete anéis interligados, simbolizando os continentes e formando uma flor. "A flor é um símbolo da vida e os anéis mostram que tudo no planeta está ligado". O azul simbolizaria o oceano.
Galileu.com

Japão irá cimentar fundo do oceano próximo à usina nuclear

Foto divulgada pela Tepco, operadora japonesa da usina de Fukushima, mostra o momento em que o tsunami invade a usina nuclear no nordeste do Japão
 
A Tepco, operadora da usina nuclear de Fukushima, no Japão, começará nesta quarta-feira a cobrir com cimento o fundo do mar ao redor da central para prevenir a propagação de substâncias radioativas no oceano, informou a rede de televisão 'NHK'.
A companhia anunciou que jogará cimento e argila numa área de 70 mil metros quadrados próximos ao reator número 6 de Fukushima. Com a operação, que deve durar quatro meses, a Tepco pretende cobrir o fundo do mar com uma camada de seis centímetros para evitar que o material contaminado em torno da usina se expanda por um período de 50 anos.
Recentemente, foram detectados níveis de césio radioativo no mar, principalmente devido à água contaminada filtrada pela usina. No final de junho, a Tepco detectou no fundo marinho a presença de estrôncio-89 e estrôncio-90, dois elementos gerados pela fissão de átomos de urânio e que têm vida média de 29 anos.
A companhia optou por cobrir o fundo do mar por temer que ondas e movimentos dos navios dispersassem o material radioativo próximo à central.

7 incríveis e pouco conhecidas obras arquitetônicas

Palácio do Parlamento, Romênia

Palácio do Parlamento, Romênia

O Palácio do Parlamento romeno, localizado em Bucareste é o maior, mais pesado e mais caro prédio de administração do mundo, custou 3.3 bilhões de euros, segundo a BBC. Foi construído em 1984, no estilo neoclássico, e possui 330.000 metros quadrados, 12 andares regulares e mais 8 no subsolo e 3.100 cômodos. O edifício é tão extenso que se torna difícil representá-lo em uma só foto.
Grande Mesquita de Djenne, Mali
Grande Mesquita de Djenne, Mali
Construída em 1907, é a maior estrutura de adobe - um dos materiais de construção mais antigo do mundo, muito usado no Antigo Egito e Mesopotâmia. Foi tombada como Patrimônio Mundial da UNESCO em 1988. Os espessos muros da mesquita são decorados com pedações de madeira de palma, que servem como apoio para os trabalhadores durante o reparo anual, realizado durante a estação seca. Todos os anos, as chuvas que atingem a região de julho a outubro danificam a construção, obrigando sua manutenção regular, que foi acabou se transformando em uma tradicional festividade local.
Forte de Derawar, Paquistão
Forte de Derawar, Paquistão
Uma fortaleza monumental ergue-se no deserto em uma impressionante formação. Combinadas, as paredes do forte somam 1.500 metros de circunferência e tem 30 metros de altura. Para visitar o local é preciso contratar um guia com veículo a 4 rodas para fazer a viagem da cidade de Bahawalpur até o forte, no deserto de Cholistão. Também é necessária uma permissão do amir, ou líder local, para conhecer a parte interior da construção.
Chand Baori, Índia
Chand Baori, Índia
Chand Baori é uma espetacular construção geométrica, com 13 níveis de escadas, profundidade de aproximadamente 13 metros, e uma piscina de água verde esmeralda no fundo do poço. Edificado pelo rei Chanda da dinastia Nikumbha entre 800 e 900 a.C., foi projetado para ser tão prático como é bonito. Devido à estrutura do poço, o fundo permanece mais frio do que a superfície durante o crítico verão no árido estado de Rajasthan.
Stari Most, Bósnia-Herzegovina
 Stari Most, Bósnia-Herzegovina
A Ponte Velha de Mostar ou Satri Most, como é conhecida pelos locais, foi construída com 456 blocos de pedra em 1566 pelo arquiteto turco-otomano Mimar Hajrudin. Com 30 metros de comprimento e 24 de altura é um dos monumentos mais conhecidos do país e um dos melhores exemplos da arquitetura islâmica nos Balcãs, aponta a BBC. Durante a Guerra da Bósnia, na década de 90, foi destruída e teve de ser reconstruída. Após mais de 10 anos, a ponte foi reaberta em julho de 2004. Apesar de ter sofrido algumas alterações, uma tradição de longa data permaneceu: moradores ainda mergulham da ponte nas águas geladas do rio Neretva para mostrar sua bravura e habilidade.
Muralha de Kumbhalgarh, Índia
 Muralha de Kumbhalgarh, Índia
Também conhecida como A Grande Muralha da Índia, é a segunda maior muralha do mundo, perdendo somente para a da China. Rana Kumbha, um governante local, encomendou a parede em 1443 para proteger o seu forte. No século XIX foi ampliada e agora protege mais de 360 templos localizados dentro de seus muros, que se estendem por 36 quilômetros.
Mesquita Sheikh Lotfollah, Irã
 Mesquita Sheikh Lotfollah, Irã
Localizada na cidade de Isfahan, a mesquita foi construída entre 1603 e 1619. Nomeada em homenagem ao pai do governante da época, um reverenciado libanês estudioso do Islã, foi construída não para uso público, mas para servir como local de culto às mulheres do harém do Xá. Por isso, a sala de oração é alcançada através de um longo e tortuoso corredor subterrâneo, e a decoração na mesquita é extraordinariamente requintada. Na cúpula, delicados azulejos mudam de cor ao longo do dia, do creme para o rosa. Dentro do santuário, as paredes são decoradas com complexos mosaicos e os eixos de luz, filtrados pelas poucas janelas, produzem uma constante mudança na iluminação da mesquita.
Veja.com

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Oceanos escondem grande reserva biológica, diz estudo

Oceano, mar, ondas

Uma equipe internacional de cientistas realizou o sequenciamento de milhões de genes de 35 mil espécies de bactérias marinhas, 80% dos quais eram desconhecidos até então, em uma pesquisa publicada nesta quinta-feira pela revista "Science".
Os resultados são fruto das milhares de mostras recolhidas nos oceanos de todo o mundo, entre a superfície e 900 metros de profundidade, de 2009 a 2013 a bordo do veleiro "Tara", na expedição científica "Tara Oceans", que, segundo os cientistas, permitiu descrever a diversidade do plâncton dos oceanos.
O projeto contou com a participação, entre outros, de cientistas do Instituto de Ciências do Mar (ICM-CSIC) de Barcelona.
Segundo a pesquisadora Silvia Acinas, entre os desafios futuros está determinar a função realizada pelos novos genes descobertos para ver seus possíveis usos na biotecnologia e na biomedicina.
De acordo com Ancinas, um dos feitos da expedição, que contou com a participação de cem cientistas de diferentes países, foi "descrever a diversidade microbiana em escala global e a um nível de resolução antes impensável, graças ao uso do sequenciamento em massa de DNA".
Acinas liderou o estudo sobre o microbioma oceânico junto a pesquisadores do European Molecular Biology Laboratory (Alemanha) e do Vlaams Instituut voor Biotechnologie (Bélgica).
A equipe internacional e interdisciplinar de pesquisadores elaborou um mapa de biodiversidade de vírus, bactérias, arqueias e protistas e explorou suas interações e o impacto de seu entorno, principalmente o da temperatura, estudando parte das 35 mil mostras recolhidas durante quatro anos nos oceanos, recursos "sem precedentes na comunidade científica".
A pesquisadora enfatizou que nos mares habita a maioria das formas de vida do planeta, os organismos microscópicos do plâncton marinho.
O plâncton é formado por organismos microscópicos: vírus, bactérias, arqueias, protistas e pequenos eucariotas multicelulares, que produzem a metade do oxigênio, atuam como sumidouros de carbono, influenciam no clima e formam a base da cadeia alimentar de peixes e mamíferos marítimos.
Os pesquisadores da expedição "Tara Oceans" sequenciaram mais de 7,2 trilhões de pares de bases de DNA das comunidades microbianas marinhas, um volume de sequenciamento mil vezes superior a qualquer estudo prévio de diversidade marinha ou de sequenciamento do microbioma de outros ambientes.
Deste modo, foi gerada uma base de dados de 40 milhões de genes chamada "Ocean Microbial Reference Gene Catalog", entre os quais 80% são novos.
"Um dos resultados mais surpreendentes foi identificar que 67% dos genes do microbioma do oceano são compartilhados por todas as bactérias e arqueias marinhas", disse a pesquisadora.
As pesquisas de "Tara Oceans" focaram no estudo da superfície do oceano até um máximo de 900 metros de profundidade. Os dados "serão complementados com os resultados da expedição "Malaspina", liderada pelo CSIC e com a participação do ICM, que recolheu mostras do oceano até quatro mil metros de profundidade", informou Acinas.
Os pesquisadores também estudaram a influência dos fatores ambientais, como a temperatura, o pH e os nutrientes nos organismos microscópicos flutuantes do oceano.
Com isso, viram que, dependendo da temperatura da água, são encontradas comunidades microbianas diferentes e que os redemoinhos oceânicos, como os da corrente das Agulhas - uma barreira natural entre o Oceano Índico e o Atlântico Sul -, separam as comunidades planctônicas.
A expedição "Tara Oceans" é apoiada pelo Centre National da Recherche Scientifique (França), pelo European Molecular Biology Laboratory (Alemanha), e pela Commissariat à l'énergie atomique et aux énergies alternatives (França) e conta com a participação de diversas instituições públicas e privadas. 
Exame.com

Quantos bilhões de anos a vida é capaz de durar no Universo?

Concepção artística da Kepler-444, uma estrela com planetas rochosos duas vezes e meia mais velha que o Sol (Foto: Tiago Campante/Peter Devine/NASA)
4,6 bilhões de anos atrás. A Terra em nada se assemelhava com o agradável lar da espécie humana que conhecemos hoje – a superfície era incandescente, vulcões em erupção se espalhavam por toda parte e a atmosfera era tomada por vapores tóxicos. Apesar de todas as adversidades, cerca de um bilhão de anos mais tarde, a vida deu um jeito de prosperar e ocupar um ambiente que se tornava pouco a pouco mais propício para abrigá-la. Refletir sobre o passado do nosso planeta, inevitavelmente, traz à tona algumas questões intrigantes: se aconteceu aqui, o mesmo processo não poderia também ter ocorrido em algum outro lugar do Universo? Por que não em um mundo que orbite uma estrela consideravelmente mais velha do que a nossa, gerando formas de vida muito mais antigas do que aquelas que conhecemos?
Uma estrela dessas foi encontrada recentemente pela sonda Kepler, e um grupo de astrônomos anunciou em janeiro a descoberta de cinco pequenos planetas (provavelmente rochosos) girando em torno dela. A idade da Kepler-444 e dos corpos que ela rege atinge impressionantes 11,2 bilhões de anos, quase duas vezes e meia o tempo de vida do nosso sistema solar. No caso específico dessa estrela, é pouco provável que algum de seus planetas abrigue vida, já que o mais distante deles se encontra em uma posição cinco vezes mais próxima de seu sol do que Mercúrio está do nosso.
Mas, de qualquer forma, a coisa pode ser diferente em outros lugares parecidos – e, mais uma vez, surgem perguntas interessantes. “Se a vida inteligente se desenvolver em um sistema tão velho quanto este, continuaria ela a existir ou teriam eles levado a própria espécie à extinção?”, questiona o astrosismólogo Tiago Campante, pesquisador que liderou o estudo da Kepler-444. A equipe publicou um artigo no periódico Astrophysical Journal no qual determinam a idade precisa daquele sistema solar.
Outro aspecto ressaltado no texto foi uma deficiência de ferro na estrela, principal componente dos planetas rochosos. Em contrapartida, ela é rica nos chamados elementos alfa como silício, carbono e oxigênio, formados durante as primeiras explosões estelares do Universo. A composição inusitada sugere que os planetas rochosos possam se formar de múltiplas maneiras, tornando a ocorrência deles mais comum. Para aprofundar a busca por uma segunda Terra, a NASA lançará em 2017 o Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS) e a ESA colocará em órbita o PLATO (PLAnetary Transits and Oscillations of Stars) em 2024 – ambos vão procurar por exoplanetas e serão mais potentes do que o Kepler. Talvez em breve tenhamos mais respostas sobre o mistério da vida no Universo.

NASA monta time de especialistas para encontrar vida em outros planetas

Imagem ilustra caráter interdisciplinar da iniciativa (Foto: NASA)

Em nenhum outro momento a NASA esteve tão determinada a encontrar vida fora da Terra como agora. No começo do mês, a cientista-chefe da agência, Ellen Stofan, previu que em uma década já teríamos indícios da existência de vida alienígena, e que em no máximo 30 anos chegaríamos a uma evidência definitiva.
Pouco tempo depois da declaração, veio o anúncio oficial de que a NASA reuniu um time interdisciplinar de experts das melhores universidades e centros de pesquisa dos EUA com um único propósito: estudar a fundo os mais de mil exoplanetas conhecidos até agora. O objetivo? Compreender aspectos desconhecidos sobre eles, principalmente os fatores que fazem com que um mundo seja habitável e possa abrigar seres vivos.
Chamado de NExSS (Nexus for Exoplanet System Science), o projeto sem precedentes promoverá um estudo científico sistêmico pois agrega ciências da Terra, ciência planetária, astrofísica e heliofísica. A melhor forma de entender questões complexas sobre planetas tão distantes é unindo diversas áreas do conhecimento. A atuação coletiva pretende desvendar como a biologia interage com a atmosfera, geologia, oceanos e o interior de um planeta, e como essas interações são afetadas por sua estrela-mãe.
“Esse esforço interdisciplinar conecta times de pesquisa de ponta e fornece uma abordagem sintetizada na busca por planetas com o maior potencial para sinais de vida”, disse em um comunicado Jim Green, diretor de ciência planetária da NASA. “A caça a exoplanetas não é apenas uma prioridade dos astrônomos, ela também é de grande interesse para cientistas planetários e climáticos”, afirma.
Uma das equipes do NExSS vai estudar elementos químicos detectados na atmosfera de outros mundos, como metano e oxigênio, para tentar descobrir se eles possuem origem biológica. “Nós realmente temos que procurar por uma bioassinatura química, porque nunca seremos capazes de medir homenzinhos verdes correndo pela superfície de um planeta”, disse Tom Zega, pesquisador do time, ao Arizona Daily Star. Em uma linha parecida, um grupo de climatologistas vai analisar a luz que passa por essas atmosferas distantes para tentar descobrir se elas são capazes de fornecer as condições para a vida.
Galileu.com

Calendário mostra o provável futuro da humanidade, da Terra e do Universo

 (Foto: Revista Galileu)

Foto da Lua 'sorrindo'!!!

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Na noite desta quarta-feira (20) um alinhamento curioso apareceu nos céus: a lua crescente, acompanhada de Vênus e duas estrelas formou uma carinha sorridente. Nada mais do que uma coincidência.

15 grandes descobertas científicas da última década


 
Desde que o mundo assistiu em suspense ao pouso do robô Philae sobre o cometa 67P-Churyumov-Gerasimenko, a "cereja do bolo" da missão Rosetta, da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), as descobertas da ciência tornaram-se assunto regular nas mídias sociais. Seja pela postagem de fotos da Terra vista do espaço, promovida por astronautas e satélites, ou pelos avanços de cientistas na busca pela reprodução da vida e erradicação de doenças, a ciência tornou-se uma assunto "sexy". Veja nossa lista de grandes descobertas da última década e quais você acrescentaria para formar uma lista das "20 mais".

1. Plutão rebaixado (2005)

Em janeiro de 2005, uma equipe coordenada pelo astrônomo Mike Brown, do Observatório Palomar, na Califórnia, descobriu o planeta anão Eris, com 27% mais massa que Plutão e bem próximo dele, numa região conhecida como cinturão de Kuiper. O achado trouxe uma consequência: no ano seguinte, a União Astronômica Internacional entendeu que a probabilidade de encontrar outros corpos rochosos gelados com aquelas dimensões na região era tão alta (como se confirmou depois), que a definição do pobre Plutão não fazia mais sentido. O resultado? Ele foi rebaixado para "planeta anão". Vale lembrar que a Nasa (agência espacial americana) enviou uma sonda para Plutão pouco antes da mudança. E a New Horizon deve chegar ao destino no meio deste ano.
2. Matéria escura existe mesmo (2006)
Uma colisão entre dois aglomerados de galáxias registrado pelo telescópio Chandra, da Nasa, trouxe a evidência que faltava para os astrônomos confirmarem a existência da matéria escura. Até então, todos já sabiam que boa parte do Universo (cerca de 25%) é composta por esse material, que é invisível (não emite luz), mas exerce força gravitacional. A colisão, que formou o aglomerado 1E0657-556, gerou tanta energia que a matéria comum que existia parou, mas a matéria escura "continuou andando". Apesar de provar sua existência, os cientistas ainda não sabem do que é feita essa coisa invisível - eles imaginam que seja uma partícula ainda não descoberta. Não confunda o termo com "energia escura", que provavelmente existe em abundância maior ainda no Universo e também foi foco de estudos importantes na última década.

3. Células reprogramadas (2007)

Células-tronco são a grande promessa da ciência para revolucionar a medicina, já que podem se transformar em qualquer outra célula do corpo, e não há nada igual às embrionárias nesse aspecto. Mas a utilização desse recurso envolve questões éticas. Pesquisadores apresentaram uma alternativa bastante promissora ao conseguir reprogramar células adultas de pele humana para que se tornassem capazes de se diferenciar em vários tecidos. Dois grupos independentes -- um liderado por James Thomson, da Universidade de Wisconsin-Madison, nos EUA, e outro por Shinya Yamanaka, da Universidade de Kyoto, no Japão -- demonstraram em 2007 a eficácia de um método que já tinha sido usado com sucesso em camundongos um ano antes. Yamanaka até recebeu o Nobel, em 2012, por suas pesquisas. Só em 2014, no entanto, é que foi feito o primeiro teste em humanos com células iPS. Uma mulher de 70 anos, no Japão, recebeu um implante para tratar uma doença ocular que causa cegueira. Apesar dos avanços, que já tem feito cientistas recriarem tecidos de órgãos e até neurônios, ainda há um longo caminho pela frente para confirmar se as iPS são mesmo o futuro da medicina.

4. Planetas como o nosso lá fora (2008)

Com ajuda do telescópio Hubble e de observatórios no Havaí, astrônomos conseguiram "fotografar" exoplanetas (aqueles fora do Sistema Solar) pela primeira vez. Eles promoveram uma espécie de eclipse artificial para conseguir se livrar do brilho das estrelas, que atrapalhava a visão desses planetas distantes. Os primeiros "fotografados" foram um exoplaneta com três vezes a massa de Júpiter em volta da estrela Fomalhaut e três outros em volta da estrela HR 8799. Desde então, os cientistas têm descoberto planetas extrassolares em profusão. "Em 2004 eram poucas dezenas, e atualmente o número de confirmações se aproxima de 2.000", comenta o astrofísico Gustavo Rojas, da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos). Há sistemas planetários múltiplos, planetas em sistemas estelares múltiplos e muitas Super-Terras na lista, como destaca o especialista. E, segundo dados do telescópio Kepler, da Nasa, cerca de uma em cinco entre as 50 bilhões de estrelas da nossa galáxia devem ter em sua órbita um planeta com condições semelhantes à Terra e com potencial de abrigar vida.

5. Água em Marte (2008)

A sonda Mars Phoenix Lander, da Nasa, detectou, em 2008, minerais no solo de Marte que indicam que o Planeta Vermelho já esteve coberto por lagos, rios e outros ambientes capazes de abrigar vida. O equipamento também fotografou pedaços de um material brilhante em um buraco que parecia gelo, reforçando o indício revelado por outras sondas da presença de água abundante no passado do planeta. Em 2013, porém, a sonda Curiosity trouxe uma revelação ainda mais notável: ainda há muitas moléculas de água presas entre os minerais no solo do planeta. Pode parecer pouca coisa, mas disponibilizar H2O poderá ser crucial no caso de o homem viajar a Marte um dia. 

6. Em busca da "capa da invisibilidade" (2008)

Cientistas da Universidade da Califórnia, nos EUA, anunciaram que estão mais perto de criar um material que pode tornar objetos tridimensionais "invisíveis". Eles desenvolveram dois materiais que podem reverter a direção da luz em torno dos objetos, fazendo com que eles "desapareçam". Ele são chamados de "metamateriais" -- não existem na natureza e são criados artificialmente em escala nano, com propriedades óticas que fazem a luz se comportar de forma não natural. Ainda estamos longe de criar uma "capa de invisibilidade" digna dos livros de Harry Potter, mas há muitos avanços na área.

7. Ciborgues à vista (2009)

Vários avanços foram feitos na última década no que se refere à interface cérebro-máquina, abrindo caminho para ajudar pessoas com deficiências, paralisias ou que sofreram amputações a recuperar os movimentos. Em 2009, Pierpaolo Petruzziello, italiano que vive no Brasil, conseguiu controlar um braço robótico usando a própria mente, com eletrodos conectados ao sistema nervoso. Ele foi o primeiro paciente a fazer movimentos complexos com as mãos, como pegar objetos, com o pensamento. Destacam-se, nessa área, estudo do brasileiro MIguel Nicolelis, que na última Copa do Mundo fez um paraplégico chutar uma bola com ajuda de um exoesqueleto.

8. Primeira célula 100% artificial (2010)

Pela primeira vez, cientistas conseguiram criar uma célula controlada por um genoma sintético, criado a partir de instruções de computador. A equipe liderada pelo cientista americano Craig Venter utilizou o genoma de uma bactéria, a Mycoplasma mycoides, e o implantou em uma célula natural de outra bactéria cujo material genético tinha sido removido. O micróbio foi "reinicializado" e passou a se replicar, dando origem a colônias de células sintéticas.O feito abriu portas para que, no futuro, seja possível criar em laboratório micro-organismos capazes de sintetizar proteínas importantes para o ser humano, como vacinas ou biocombustíveis. Também gerou críticas de ONGs, que alertaram para o risco de micróbios sintéticos caírem na natureza e alterarem o meio ambiente.

9. Temos DNA neandertal (2010)

A revelação abalou a arqueologia. Pesquisadores do Instituto Max-Planck de Leipzig, na Alemanha, provaram que os homens de Neandertal, espécie extinta há 30 mil anos, conviveu com os primeiros homens modernos. E mais: tiveram relações sexuais e filhos com eles. De acordo com a equipe, cerca de 3% do nosso DNA é neandertal. O sequenciamento genético completo desse hominídeo foi concluído pela mesma equipe em 2013, e várias outras descobertas foram feitas  em seguida. Um estudo da Universidade de Washington, por exemplo, encontrou até 20% de genoma neandertal presente em humanos modernos. Segundo os cientistas, genes que causam diabetes tipo 2, doença de Crohn e lúpus podem ser remanescentes desse cruzamento. As regiões do DNA humano que mostraram maior frequência de genes neandertais são aquelas ligadas à produção de queratina, uma proteína presente em nossa pele, unhas e cabelos. 

10. Sinais do buraco negro no centro da Via Láctea (2011)

Há muito tempo os astrônomos falam sobre a existência de um enorme buraco negro bem no centro da nossa galáxia, a Via Láctea. Ele até tem nome: Sagitario A-estrela e estima-se que contenha aproximadamente 4 milhões de vezes a massa de nosso sol. Observações feitas na última década trouxeram provas mais concretas do objeto (ninguém ainda conseguiu enxergá-lo diretamente). Uma delas ocorreu no final de 2011: com ajuda de telescópios europeus, foi possível detectar uma nuvem de gás com massa muito superior à da Terra bem próxima de ser devorada pelo buraco negro. Em 2013, novas observações mostraram a nuvem sendo esticada pelo campo gravitacional do buraco negro. Os cientistas acreditam que acompanhar o fenômeno ainda trará dados importantes nos próximos anos. Outra evidência forte do "devorador" do centro da Via Láctea foi registrada em 2012, com ajuda do telescópio de raios-X Chandra, da Nasa - pesquisadores descobriram uma enorme quantidade de partículas energéticas sendo "vomitada" pelo buraco negro.

11. A "partícula-deus" existe (2012)

A descoberta do Bóson de Higgs, a partícula que desvenda o mistério da massa, foi um dos principais avanços científicos de 2012 e também das últimas décadas. Detalhado pelo britânico Peter Higgs em 1964, o bóson é responsável por criar um campo de força dentro do átomo que dá massa às partículas. Por exemplo: se elas interagem menos com o campo, ficam com pouca massa, como os elétrons. Se interagem bastante, passam a ter mais massa, como é o caso dos quarks. Sem o bóson, dizem os cientistas, átomos agrupados no Universo não poderiam existir, o que inclui os seres humanos. Por isso ele ficou conhecido como "partícula de Deus" (embora o termo original fosse "partícula-deus"). O experimento que comprovou a teoria ocorreu em julho de 2012 no Laboratório Europeu de Física de Partículas (Cern), com ajuda do Grande Colisor de Hádrons (LHC, da sigla em inglês), considerado por si só o maior experimento científico de todos os tempos. Os pais da teoria -- Peter Higgs e François Englert -- receberam o Nobel de Física já no ano seguinte.

12.  "DNA lixo" não é lixo (2012)

Cientistas do projeto internacional Enciclopédia de Elementos do DNA (Encode) descobriram que 98% do código genético, antes conhecido como "DNA lixo", exercem papel importante no desenvolvimento e na manutenção do corpo humano. Até então, acreditava-se que apenas 2% do DNA eram funcionais, já que somente essa parcela codifica proteínas. No meio do que já foi considerado descartável, há milhões de "interruptores" que determinam quando e onde os genes são ligados ou desligados. Muitos deles estão associados a mudanças genéticas que podem levar a problemas cardíacos, diabetes, transtornos mentais e outras doenças. O Encode, criado em 2003 para dar sentido ao enorme "mapa" decifrado pelo Projeto Genoma Humano, abriu as portas para um enorme campo de pesquisas e provou que o termo "DNA lixo" é que precisa ir para o lixo.
13. Óvulos criados a partir de células adultas (2012)
Pesquisadores da Universidade de Kyoto conseguiram transformar tanto células-tronco embrionárias quanto células pluripotentes induzidas (iPS), formadas a partir de células adultas, em óvulos viáveis. O experimento foi feito em camundongos. Para testar a fertilidade dos óvulos, eles foram removidos dos roedores para uma fertilização in vitro e, depois, reimplantados. As fêmeas geraram proles férteis com óvulos gerados a partir dos dois tipos de células-tronco. Cientistas já haviam criado espermatozoides a partir de células-tronco da medula óssea feminina, em 2008, mostrando que um dia será possível ter filhos sem a presença de um homem. Ambas as linhas de pesquisa são importantes para, no futuro, ajudar milhares de pessoas que não conseguem gerar descendentes.

14. Você não está sozinho (2012)

Pesquisas ao longo dos últimos anos levaram à conclusão de que cada um de nós abriga dez vezes mais bactérias do que células humanas. Para não falar em outros micro-organismos. Cientistas de um projeto que reúne quase 80 instituições anunciaram, em 2012, ter identificado todo o microbioma humano, ou seja, os trilhões de bactérias e vírus que vivem no nosso corpo. Cada pessoa abriga cerca
de 10 mil espécies diferentes de micro-organismos. "Essas descobertas revolucionam nossa noção de saúde e doença", comenta o infectologista Reinaldo Salomão, professor titular da Universidade Federal de São Paulo, lembrando que vários estudos já associaram doenças como a obesidade a alterações na flora bacteriana.

15. Novo antibiótico após 30 anos (2015)

Pesquisadores do Centro de Descoberta Antimicrobiana da Universidade do Nordeste, em Boston, anunciaram neste ano a descoberta de um novo antibiótico - a última classe desse tipo de medicamento havia sido introduzida em 1987. A teixobactina foi testada em animais e curou facilmente várias infecções, como a tuberculose, sem apresentar efeitos colaterais. O melhor de tudo é que a molécula se mostrou eficaz contra alguns micro-organismos resistentes aos antibióticos hoje existentes, o que é uma ótima notícia. O curioso é o que está por trás da descoberta, como ressalta o infectologista Reinaldo Salomão, professor titular da Universidade Federal de São Paulo: um método que extrai bactérias que vivem no solo. Embora ele seja riquíssimo em micro-organismos, apenas 1% deles sobrevivem em laboratório. "Hoje sabe-se que aquilo que conhecemos representa apenas 1% do universo da microbiologia", diz o infectologista. Imagine o potencial desses 99% para curar doenças...