terça-feira, 10 de março de 2015

DNA identifica origem de escravos trazidos à América

Maxilar e mandíbula de um esqueleto do século 17 encontrado na ilha caribenha de St. Martin, mostrando um tipo comum de modificação dental Africana

Maxilar e mandíbula de esqueleto do século XVII encontrado na ilha caribenha de St. Martin
Cientistas utilizaram um método de análise de DNA para revelar a origem de escravos africanos enterrados há mais de 300 anos em uma colônia holandesa no Caribe. O estudo foi feito a partir dos esqueletos de dois homens e uma mulher encontrados em 2010 na ilha de St. Martin. Conhecidos como os "três de Zoutsteeg", eles possivelmente vieram de uma região onde hoje se localizam Camarões, Gana e Nigéria.
É difícil determinar a procedência dos mais de 10 milhões de africanos trazidos como escravos ao continente americano, entre 1500 e 1850. Os poucos dados disponíveis sobre a época revelam em qual porto essas pessoas embarcaram, mas seus países de origem permanecem um mistério. A descoberta, publicada online na segunda-feira no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), pode ajudar a investigar de onde vieram os escravos.
Por meio de um estudo anterior nos "três de Zoutsteeg", o arqueólogo Hannes Schroeder, da Universidade de Copenhague, tinha evidências de que o trio nasceu na África e foi enterrado entre 1660 e 1688. Para aprofundar o estudo sobre sua origem, precisaria sequenciar seu DNA. O problema é que o clima quente e úmido do Caribe degradou o material genético nos ossos dos escravos.
"As descobertas revelam as primeiras provas da origem étnica dos africanos explorados durante a escravidão", diz o estudo. A pesquisa também "demonstra que os elementos do genoma permitem responder a perguntas que careciam de provas há muito tempo".
O método permitirá avançar nos estudos sobre esqueletos encontrados em regiões tropicais, que contêm poucos vestígios de material genético em função do clima quente.
 

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