segunda-feira, 30 de março de 2015

A superfície da Terra está subindo sob seus pés

Neve no Canadá
Nos EUA, nos últimos doze meses, houve alertas mais do que suficientes de como o clima pode afetar nossas vidas.
A Califórnia está entrando no quarto ano de seca porque não teve neve suficiente. Boston está começando a emergir de uma quantidade recorde de neve.
Quase todos os dias, voos são cancelados, crianças perdem aulas e pais enviam cheques às seguradoras para se protegerem de inundações, furacões e tornados.
No entanto, também existem impactos de longo prazo que a maioria das pessoas talvez não perceba. Por exemplo, se você mora no Canadá, no norte dos EUA ou em determinadas partes da Europa, o solo sob seus pés está subindo.
E o motivo, de certo modo, é o clima.
Mas não o clima no sentido da chuva de ontem ou do vento da semana passada. O fenômeno foi causado pelas neves que se acumularam e criaram enormes mantos de gelo que cobriram a terra na última Era do Gelo.
OK, foi muita neve, por um longo período de tempo, mas a questão tem mais a ver com o clima do que simplesmente com as condições meteorológicas.
Independentemente da causa, a mudança é perceptível.
“Podemos monitorá-la em tempo real”, disse Theresa Damiani, pesquisadora de geologia da Investigação Geodésica Nacional (NGS), da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), em Camp Springs, Maryland.
Compensação da Terra
O peso dos mantos de gelo, que tinham diversos quilômetros de espessura em alguns lugares, empurrou a superfície da Terra para baixo. Quando o gelo derreteu e recuou, o solo começou a subir novamente.
A NOAA descreve o fenômeno como o que acontece quando um colchão velho volta ao formato original depois que uma pessoa se levanta de manhã. Quando os mantos de gelo começaram a recuar, ocorreu uma recuperação rápida em muitas regiões, que desacelerou ao longo dos séculos, disse Damiani. 
“O solo vem se recuperando e continua nisso”, disse Damiani. “Leva um período muito longo”.
A superfície da Terra sobe cerca de 1 milímetro por mês no Canadá e aproximadamente a mesma quantidade ao longo de um ano nos EUA, disse ela. Para um lugar como a Baía de Hudson, no Canadá, as mudanças seriam visíveis ao longo da vida de uma pessoa, disse ela.
“Se você construiu um atracadouro, parece que o oceano está baixando”, disse Damiani.
Não é que o nível do oceano esteja caindo — é que a terra está voltando a subir.
derretimento das geleiras e dos mantos de gelo, os pesquisadores precisam levar em consideração essas taxas de recuperação, de acordo com um relatório da NOAA publicado em dezembro de 2012.
Área coberta
É claro que a terra só está subindo nas áreas cobertas pelo manto de gelo. No hemisfério ocidental, essa região abrange quase todo o Canadá até a Nova Inglaterra, passando pelos Grandes Lagos e chegando à Região Centro-Oeste, às Grandes Planícies do norte e ao Noroeste do Pacífico.
Além do limite dos lugares em que o gelo empurrou o solo para baixo, existem áreas onde a superfície está, na verdade, assentando-se mais abaixo.
O que aconteceu aí é que o terreno na beira dos mantos de gelo se comportou como a geleia que se esparrama para fora de um sanduíche esmagado.
As mudanças podem provocar pequenos terremotos, embora eles sejam muito fracos e passem despercebidos para a maioria das pessoas.
O movimento é acompanhado por meio de satélites de posicionamento global e é utilizado para assegurar que os mapas continuem sendo exatos, disse Damiani.
“A tarefa da minha agência, a NGS, é a de monitorar o formato do planeta”, disse Damiani.
Os países escandinavos também monitoram a lenta taxa de recuperação da superfície ao longo dos últimos 14.000 anos, um ou dois séculos a mais ou a menos, desde que os mantos de gelo atingiram o auge na última Era do Gelo.
A paciência é, sem dúvida, um dos requisitos para esse trabalho.
Exame.com

domingo, 29 de março de 2015

NASA vai usar bloco extraído de asteroide para treinar missões a Marte

 Representação artística mostra astronauta preso pelo pé preparando-se para observar bloco de asteroide (Foto:  Asteroid Initiative/Nasa)
Representação artística mostra astronauta preso pelo pé preparando-se para observar bloco de asteroide (Foto: Asteroid Initiative/Nasa)

O projeto Asteroid Redirect Mission (ARM) da NASA é um plano ambicioso (e polêmico) para capturar um asteroide, desviá-lo para a órbita lunar e, em seguida, enviar astronautas para retirar amostras. A missão é um trampolim para a viagem a Marte, e hoje a NASA finalmente anunciou como ela vai funcionar.
pousar uma nave em um asteroide maior, tirar um pedaço de 12 m, e rebocá-lo para a Lua.
 
Em uma conferência à imprensa, a NASA anunciou que seguirá esta última opção.
Há duas razões principais para usar a alternativa B. Em primeiro lugar, há muito mais alvos possíveis: asteroides grandes perto da Lua são mais abundantes, enquanto corpos menores não refletem muita luz solar, por isso é difícil detectá-los.
Em segundo lugar, o desembarque de um robô num asteroide dará à NASA uma chance melhor de testar a tecnologia que acabará por levar os seres humanos a Marte.
A escolha final do asteroide será feita até 2019, e a missão será lançada em 2020, para chegar ao asteroide dois anos depois. De lá, a nave iria pegar uma grande rocha e realizar algumas pesquisas, arrastando-a de volta à Lua até 2025.
Dessa forma, a exploração humana do asteroide acontecerá depois da EM-2, a segunda missão de testes da cápsula Orion e do foguete SLS (Sistema de Lançamento Espacial), atualmente prevista para 2021.
A ideia é enviar astronautas para o asteroide na Orion, para a coleta de amostras, e então retorná-la para a Terra. Em dezembro, a cápsula fez seu primeiro voo de testes no espaço: ela chegou a 6.000 km acima da Terra, fez duas órbitas e voltou à atmosfera, caindo no Oceano Pacífico e sendo recapturada.
Bloco de asteroide é capturado pela nave para ser, em seguida, colocado em órbita ao redor da Lua (Foto: Asteroid Initiative/Nasa)
Em ilustração, bloco de asteroide é capturado pela nave para ser, em seguida, colocado em órbita ao redor da Lua (Foto: Asteroid Initiative/Nasa)
 
A missão vai levar alguns anos para acontecer pois a NASA precisa finalizar o foguete SLS e desenvolver tecnologias de propulsão - como a SEP, que usa a luz solar como combustível - e de monitoramento de asteroides.
Veículo leva bloco de asteroide para órbita ao redor da Lua  (Foto: Asteroid Initiative/Nasa)
Concepção artística mostra veículo leva bloco de asteroide para órbita ao redor da Lua (Foto: Asteroid Initiative/Nasa)
 
Por que explorar um asteroide? Há vários motivos: isso nos dará informações sobre a composição e estrutura de corpos celestes, o que pode ser crucial para o entendimento da origem do sistema solar.
A experiência também pode nos ajudar a capturar asteroides maiores para mineração, permitindo obter recursos para usar na Terra ou no espaço. Muitos asteroides são ricos em elementos raros na Terra, e podem ser minerados mais efetivamente no espaço.
A missão também servirá para testar tecnologias de propulsão e monitoramento que poderão nos levar a Marte. Afinal, a ARM é uma espécie de prêmio de consolação: há uma década, a ideia era levar humanos à Lua até 2020, e a Marte nos anos seguintes. No entanto, os EUA ficaram sem dinheiro para uma exploração espacial tão ambiciosa, e precisaram rever os planos.
Aparentemente, há pouco entusiasmo dentro da NASA pela missão Asteroid Redirect, cujo conselho consultivo chama de "beco sem saída" para uma missão a Marte. Nem mesmo os astronautas estariam empolgados em ir para um asteroide - eles preferem a Lua. Bem, agora o plano é levar parte do asteroide à Lua. Será o bastante para deixar todos mais animados? 
 

sábado, 28 de março de 2015

Existiu vida em Marte? Curiosity, da NASA, encontra mais pistas

 
Pesquisadores estão vasculhando Marte em busca de sinais de carbono orgânico, mas eles agora descobriram sinais de nitratos em três áreas do planeta vermelho: Rocknest, John Klein e Cumberland.
Os locais foram visitados durante um desvio da principal missão do rover, que iria rumo ao Monte Sharp. A descoberta adiciona um pouco mais de peso à ideia de que Marte poderia ter abrigado vida no passado.
Amostras de rochas destes locais foram analisados pelo laboratório embutido do​​ Curiosity, uma espécie de forno que pulveriza amostras e, em seguida, detecta a presença de certos compostos. Subtraindo-se os efeitos de contaminação do Curiosity, os pesquisadores observaram a presença de óxido nítrico, que é produzido a partir de nitratos.
As quantidades de compostos de nitrogênio variaram entre os locais, com níveis de nitrogênio entre 70 e 1.100 partes por milhão. Isso é comparável a lugares secos da Terra, como o Deserto de Atacama no Chile.
“As pessoas querem seguir o carbono mas, de muitas maneiras, o nitrogênio é um nutriente tão importante para a vida quanto ele”, explica Jennifer Stern, geoquímica da NASA, ao LA Times. “A vida depende do nitrogênio tanto quanto depende de carbono.” Os nitratos são uma importante fonte de nitrogênio para os seres vivos, porque é mais fácil obter o elemento ao quebrar esses compostos do que extraí-lo diretamente a partir do ar.
Os pesquisadores lembram que os nitratos podem ter se formado após um choque térmico – um raio ou impacto de asteroide, por exemplo. Agora resta descobrir se eles podem ter surgido por causa de seres vivos, assim como na Terra. 

O que acontece quando um iceberg do tamanho de um país se desprende da Antártida?

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Você nunca esquece a primeira vez que vê um iceberg. O horizonte de um navio em alto mar é bidimensional; ver um pedaço de gelo tridimensional aparecendo no oceano é bem impressionante. E icebergs em geral são pequenos: a maioria dos que se desprendem da Antártida, onde são perigosos para navios, já são bem velhos e estão no fim da vida. Eles são pequenos fragmentos do que um dia foram no continente.
Mas, de vez em quando, monstruosidades se descolam da Antártida e seguem sozinhas, por dezenas de quilômetros, podendo atingir cerca de 100 metros de altura acima do mar e centenas abaixo. Estes são conhecidos como icebergs tabulares — e apesar de ser raro um humano ver algo deste tamanho, isso faz parte do ciclo normal da era glacial da Antártida.
Todo mundo sabe que a Antártida é um continente coberto por gelo, mas este gelo não é estático. Para um cientista, trata-se de um ambiente dinâmico — só depende do período de tempo que você está analisando.
A neve cai no continente e, com o tempo, cria camadas de gelo que formam geleiras nas costas oceânicas. Quando chegam aos mares, as geleiras racham, liberando icebergs ou formando largas regiões de gelo flutuante, conhecidas por plataformas de gelo. Em alguns casos especiais, geleiras chegam a se estender dezenas de quilômetro mar adentro — gigantes penínsulas de gelo, com centenas de metros de largura, apontando para o mar.
Da mesma forma que uma parede, as geleiras oferecem proteção, e ao invés do oceano ser coberto de gelo, ele pode ficar aberto durante o ano para formar o que se chama de polínia. O oceano ainda congela, mas o gelo é constantemente empurrado pelo vento para longe. O mar aberto durante o inverno ajuda na sobrevivência de pinguins e focas, além de estimular a produção de fitoplâncton.

Encontrando os mega icebergs

Uma pesquisa recente de uma equipe francesa na Antártida, publicada na Nature Communications, explora os 250 anos de história da polínia na Geleira Mertz. Essa geleira forma um dedo de gelo que sai do continente e da polínia, e pode atingir até 6.000 quilômetros quadrados.
 
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A península da geleira (azul) no verão e no inverno. A polínia está marcada em amarelo. 
 
Os pesquisadores tiraram uma amostra de sedimentos do oceano desta região (ilustrado com uma estrela vermelha nas imagens acima) e voltaram no tempo usando indicadores paleoclimáticos, como o titânio — que ajuda a apontar quanto sedimento vem do continente.
Os indicadores paleoclimáticos nos contam quais espécies de plânctons dominaram a região em um determinado período: se o sedimento é dominado por espécies que vivem em mares abertos, então é possível determinar que a polínia existiu e assim concluir que a península da Geleira Mertz se estendia a uma longa distância ao norte. Se o sedimento for dominado por espécies que viviam em água salgada, então a polínia e a península não existiam. É uma forma bem elegante de investigar os caminhos das geleiras.
O que eles descobriram é que a cada 70 anos, a polínia da Mertz some por décadas. Dado que a geleira está avançando cerca de 1 km por ano, isso significa que um supericeberg com dezenas de quilômetros de comprimento se forma com regularidade nesta região.
Hoje em dia podemos ver isso acontecer quase que em tempo real, graças ao acesso que temos a imagens de satélite. Em fevereiro de 2010, um iceberg contendo 900 bilhões de toneladas de água doce se rompeu:
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B09B colide com a península da Geleira Mertz, fazendo com que ela se quebre e forme um novo iceberg. NASA/Goddard/Jeff Schmaltz

O que acontece depois?

Você talvez ache que o iceberg derive para o norte, para longe da Antártida, mas icebergs grandes como este não seguem um caminho fácil. Eles batem e se chocam em qualquer região relativamente mais rasa do oceano e desaparecem com qualquer coisa em seu caminho. A pesca de arrasto já danifica o solo do oceano; imagine o dano que 900 bilhões de toneladas de gelo podem causar.
Icebergs grandes possuem códigos de identificação; este se tornou o C28, já que ele era o 28° iceberg mais larga deste setor da Antártida. Foram dois meses até o C28 atingir o fundo do oceano antes e se dividir em duas peças (C28A e C28B, já que você perguntou), ambos ainda gigantes. Eles continuaram a produzir outros icebergs, despedaçando-se em pedaços menores no decorrer dos anos.
 
Gelo na Antartida

Quando ainda próximos da costa, estes icebergs gigantes são má notícia para os pinguins, porque eles precisam viajar para muito mais longe — em volta do iceberg — para encontrar mar aberto e comida. Os filhotes que nascem nos arredores destes icebergs chegam a morrer de fome, e algumas colônias se tornam inviáveis.
Conformem seguem caminho, estes icebergs criam o próprio habitat, diminuindo a temperatura dos mares e tornando a água menos salgada, além de alimentar os oceanos com ferro, o que significa mais algas e plânctons na base da cadeia alimentar em locais remotos como as Ilhas Geórgia do Sul, onde icebergs encalham e morrem.
Nos últimos 50 anos, o robusto ciclo de crescimento e decadência na geleira Mertz foi quebrado. Os pesquisadores acreditam que é devido às mudanças de larga escala na forma que o vento circula na Antártida — chamada de Modo Anular do Sul (SAM). Outros estudos mostram que a maneira como o SAM mudou nas últimas décadas indica que a ação humana foi um dos grandes fatores. Parece que até na Antártida é possível identificar o impacto humano em processos climáticos que operam há milhares de anos.
 

sexta-feira, 27 de março de 2015

As regiões que podem sofrer a próxima crise da água no Brasil

Vista aérea do Rio Atibainha, que abastece as represas do Sistema Cantareira, em São Paulo (Foto:  Victor Moriyama/Getty Images)
 
A situação do abastecimento de água em São Paulo é grave, mesmo com a chuva. Nesta quinta-feira, por exemplo, o Sistema Cantareira está com menos de 15% de sua capacidade total. Mas o pior de tudo é que São Paulo é regra, não a exceção: muitas regiões do Brasil estão vulneráveis à seca e podem sofrer, como os paulistas estão sofrendo, caso o clima não seja favorável nos próximos anos.
 
O mapa abaixo, feito pela Agência Nacional de Águas (ANA), mostra um cenário preocupante. Capitais do Sul e Sudeste, como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba, enfrentam dificuldades tanto por falta de disponibilidade de água quanto pela qualidade - seus rios estão poluídos. No Sul do país, o maior problema é o excesso do uso de água para a irrigação, especialmente de plantações de arroz. No Nordeste, a seca no semiárido continua causando estragos e, em 2013, a região viveu sua pior seca em 50 anos.
Onde faltará água  (Foto: época )
  Época.com

De olho em viagem a Marte, Nasa lança missão com astronautas gêmeos

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Uma missão espacial inédita terá início a partir desta sexta-feira, quando o astronauta americano Scott Kelly e o cosmonauta russo Mickail Kornienko forem enviados à Estação Espacial Internacional (ISS). A dupla passará quase um ano a bordo da estação, o dobro do que a maioria dos astronautas permanece por lá. Nunca um humano viveu tanto tempo seguido na ISS.
Por 342 dias, Kelly e Kornienko serão submetidos a estudos para saber como o corpo humano reage e se adapta, física e mentalmente, a tanto tempo no ambiente espacial. O objetivo dos cientistas é usar as informações para tentar reduzir os riscos de missões espaciais longas a um asteroide e a Marte.
A parte mais curiosa da missão é que ela inclui, na Terra, o irmão gêmeo idêntico de Scott Kelly, o astronauta aposentado Mark. Como os irmãos têm o mesmo material genético, a Nasa, responsável pela missão, poderá comparar os dados genômicos, psicológicos e moleculares de Scott com os de Mark. As diferenças podem revelar como o organismo lida com ambientes extremos.
Há décadas a Nasa e a Roscosmos, agência espacial russa, estudam os efeitos do espaço sobre o corpo humano. O estudo com os gêmeos idênticos é, entretanto, o primeiro da era genômica. "Esta pesquisa representa o perfil molecular mais abrangente já feito em humanos", disse à revista Nature Christopher Mason, geneticista da Faculdade de Medicina Weill Cornell, nos Estados Unidos. "E ainda foi feito em gêmeos."
Antes, durante e depois da missão no espaço, os irmãos Kelly serão submetidos a testes físicos e cognitivos. "A gravidade zero, a radiação, o isolamento e o confinamento são alguns dos fatores que podem afetar um viajante especial", diz o cientista da Nasa Craig Kundrot. Mark participará de seis experimentos, e Scott, de onze, para avaliar fatores como a redistribuição dos fluidos corporais na microgravidade e as alterações nas células sanguíneas e no sistema imune.
Longa duração - Não é a primeira vez que um humano fica tanto tempo em órbita. Em 1986 e 1995, cosmonautas russos passaram mais de um ano a bordo da antiga estação espacial MIR. "Mas eles não fizeram [na época] tantas pesquisas como fazemos hoje", disse Daniel Huot, relações públicas da Nasa, ao site Mic. "Os dois lá em cima vão participar de centenas de experimentos diferentes."

quinta-feira, 26 de março de 2015

Projeto da Nasa prevê envio de submarino para explorar mar de óleo em lua de Saturno

Desenho do submarino que seria usado para explorar Titan (Imagem: NASA/Glenn)
Pousar uma sonda na superfície de um cometa foi indiscutivelmente uma das mais audaciosas conquistas espaciais dos últimos tempos.
Mas uma missão que está sendo estudada pela Nasa, a agência espacial americana, pode desbancar esse feito.
Cientistas estão propondo enviar um submarino robô aos mares de óleo de Titã, uma lua de Saturno. Esses mares não são formados por água, mas por hidrocarbonetos como metano e etano.
Esses componentes existem em seu estado líquido naquela lua, onde a média de temperatura é de -180 ºC.
O plano é financiado por uma iniciativa chamada NIAC (sigla em inglês para Conceitos Inovadores e Avançados da Nasa), na qual os cientistas são incentivados a pensar de forma diferente.
"Isto é muito libertador. Você pode deixar sua imaginação correr solta", diz o cientista por trás do projeto, Ralph Lorenz. Ele explicou a ideia no Conferência de Ciência Lunar e Planetária, no Texas, Estados Unidos.
Ele disse acreditar que a missão é possível com os recursos, tempo e tecnologia certos.
Submarinos não tripulados, conhecidos genericamente como UUVs são usados amplamente para propósitos militares e também em buscas, exploração petrolífera e investigação científica. Assim, tecnologias existentes poderiam ser adaptadas para a missão.
 
NASA/JPL-Caltech/Space Science Institute
Foto de Titã, a lua gelada de Saturno, colhida pela missão Cassini em 8 de janeiro de 2015, de uma distância de cerca de 1,9 milhões de quilômetros.
 
Um dos aspectos mais impressionantes da proposta é uma ideia de levar o submarino a Titã usando uma versão da mininave espacial militar americana X-37B. 
O submarino seria levado na área de carga da nave não tripulada. Os dois seriam lançados ao espaço em um foguete.
Uma vez em Titã, a espaçonave entraria na atmosfera pastosa da lua.

Frio intenso

O submarino poderia ser levado ao mar de duas formas possíveis. Em uma delas, o X-37B poderia abrir as portas de sua área de carga ainda em voo e liberar o submarino robô.
O aparelho então abriria um paraquedas para pousar na superfície do mar. Esse método já teria sido usado na Terra pelos Estados Unidos para lançar uma MOAB – a bomba não nuclear de maior capacidade explosiva já criada.
A alternativa seria a espaçonave pousar na superfície do mar e então abrir seu compartimento de carga, liberando o submarino antes de afundar.
A lua Titã se assemelha à Terra, porém em uma versão congelada – o que a torna um alvo atrativo para a exploração. Ela já foi visitada pela sonda Huygens, que atingiu a superfície em 2005.
Uma missão chamada Titan Mare Explorer (TiME), na qual Ralph Lorenz esteva envolvido, deveria ter retornado à lua com uma sonda flutuante que pousaria no mar para recolher dados.
A TiME foi um dos três projetos finalistas em um processo de escolha de missão espacial de baixo custo da Nasa (no qual o escolhido foi o projeto InSight, para Marte).
O novo conceito de missão para Titã combina os objetivos científicos da TiME com outros que se tornariam possíveis graças ao uso do submarino.
"Você poderia fazer tudo que uma missão como a TiME poderia ter feito, particularmente no litoral, com medições de tempo e composição da superfície, medição das ondas", disse Ralph Lorenz.
"Mas ela também possibilitaria fazer um mapeamento detalhado do fundo do mar, onde está guardado um registro rico da história do clima de Titã".

Medições

Desenho do submarino que seria usado para explorar Titan (Imagem: NASA/Glenn)
Espaçonave teria que orbitar Titan para possibilitar comunicações entre o submarino e a Terra
 
Nas regiões costeiras de Titã estão sedimentos deixados para trás quando hidrocarbonetos líquidos evaporam. Eles sugerem que o nível dos mares na lua subiram e desceram periodicamente.
Além disso, apesar dos mares de Titã estarem concentrados na sua parte norte, ciclos naturais determinados pelas propriedades orbitais da lua podem fazer com que esses corpos líquidos se movam entre os polos a cada 30 mil anos.
A exploração do submarino poderia inclusive lançar luz sobre a natureza do fundo do mar de Titã – incluindo a possibilidade de que ele seja formado por uma gigantesca cratera formada por impacto de asteroide.
Os cientistas também querem descobrir se os mares são ou não formados por camadas com diferentes composições de óleo.
O estudo NIAC, que custou US$ 100 mil, não identificou quais instrumentos seriam carregados pelo submarino. Mas um sonar, uma câmera e um sistema para coletar amostras do fundo do mar são candidatos óbvios.
Mas o uso do submarino também traria desafios, como por exemplo um problema enfrentado pelos submarinos militares chamado cavitação – no qual propulsores causam bolhas que acabam sendo captadas pelo sonar. Esse e outros fatores poderiam atrapalhar a leitura de dados pelos equipamentos.
Uma solução seria melhorar o design do submarino ou apenas usar o sonar quando o veículo estiver parado.

Comunicação

As comunicações também terão uma importância vital. O polo norte de Titã tem que estar apontado para a terra, para que as comunicações sejam feitas de forma direta. Porém, esse alinhamento só voltará a acontecer no ano de 2040.
Para realizar a missão antes disso, uma outra espaçonave poderia ficar orbitando Titã para receber os dados do submarino e repassá-los à Terra. Isso possibilitaria o lançamento da missão a qualquer momento, mas também aumentaria consideravelmente seus custos.
A fonte de energia para as espaçonaves também é um problema crucial. Missões espaciais que ocorrem além do cinturão de asteroides estão longe demais para usar a energia solar. Elas precisam usar combustível nuclear baseado em plutônio.
Lorenz disse que se o projeto TiME tivesse sido levado adiante, poderia ser lançado em pouco mais de um ano.
A maior lua de Saturno continua a fascinar e inspirar – o que tornaria o retorno a ela inevitável. E quando isso ocorrer, é bem provável que seja com um submarino.

Grande asteroide irá passar próximo da Terra na sexta-feira (27)

O asteroide 2004 BL86 passou pela Terra em 26 de janeiro a uma distância de cerca de 1,3 milhão de quilômetros - pouco mais de três vezes a distância da Terra à Lua
 
O asteroide 2004 BL86 passou pela Terra em 26 de janeiro a uma distância de cerca de 1,3 milhão de quilômetros - pouco mais de três vezes a distância da Terra à Lua
Um asteroide, com a área de uma das faces de um quilômetro quadrado, está a caminho da Terra nesta semana. Ele deve atingir o ponto mais próximo do planeta na sexta-feira (27), segundo a agência espacial norte-americana (Nasa).
O asteroide 2014-YB35 viaja numa velocidade de 37 mil quilômetros por hora e deve passar "raspando" a 4,4 milhões de quilômetros, algo como 11,7 vezes a distância da Terra à Lua. Não há previsão de danos nem impactos.
O 2014-YB35 foi descoberto em dezembro do ano passado e deve voltar próximo à Terra em 2033, a uma distância de 3,3 milhões de quilômetros. Ele é considerado um asteroide de potencial destrutivo (PHA). Segundo a Nasa, existem no espaço cerca de 1.500 asteroides nessas condições.  
 

quarta-feira, 25 de março de 2015

Curiosity encontra nitrogênio, essencial à vida, em Marte

Auto-retrato da Curiosity feito enquanto ela realizava suas primeiras atividades de perfuração de rochas

O veículo Curiosity, da Nasa, descobriu na superfície de Marte evidências de nitrogênio, elemento químico essencial para a vida, em sua forma mais amigável à atividade biológica: a dos nitratos. O robô já havia encontrado no planeta rastros de outros ingredientes necessários à vida, como água em estado líquido e matéria orgânica, no local conhecido como Cratera Gale.
O nitrogênio é fundamental para as formas de vida conhecidas porque é um dos blocos de construção das moléculas de DNA e RNA, que armazenam toda informação genética. O elemento pode ser comumente encontrado na forma de gás de dióxido de nitrogênio, mas, dessa forma, não reage facilmente com outros átomos. Já o nitrogênio fixado nos nitratos pode se ligar mais facilmente a outros elementos e, assim, ser aproveitado em processos orgânicos.
No entanto, não há nenhuma evidência de que as moléculas encontradas pela equipe da Nasa tenham sido sintetizadas por algum organismo. Em vez disso, a equipe de pesquisa acha que os nitratos são resultado de impactos de meteoritos, raios e outros processos não-biológicos.
Descobertas - O veículo Curiosity está atualmente ao pé do Monte Sharp, uma montanha de 5.500 metros, formada por camadas sedimentares. Em dezembro, o robô detectou emissões de metano regulares, mas a origem do fenômeno ainda é desconhecida.
Os cientistas não esperam que o Curiosity encontre alienígenas ou seres vivos em Marte, mas esperam usá-lo para analisar o solo e as rochas em busca de sinais dos elementos-chave para a vida que o planeta pode ter abrigado no passado.
O veículo de 2,5 bilhões de dólares também tem como objetivo estudar o ambiente marciano para se preparar para uma eventual missão humana por lá nos próximos anos. Os Estados Unidos têm planos de enviar humanos para o planeta vermelho até 2030.
Veja.com

terça-feira, 24 de março de 2015

Frase

 

O homem decide seu destino biológico?

A vida levou quatro bilhões de anos surgindo, desenvolvendo-se e lutando para resistir à catástrofe, vencendo os obstáculos do passado e imaginando os futuros possíveis, aventurando-se e sobrevivendo. Mas em toda a história do planeta nunca tinha acontecido isto: que uma criatura da evolução tomasse as rédeas de seu próprio destino biológico. Parece incrível, mas os cientistas acreditam que atingimos este ponto, e que por isso não temos outro remédio que nos pormos a pensar – com toda a profundidade ao nosso humilde alcance —no abismo conceitual que se descortina diante de nós. Podemos nos considerar sortudos, pelo menos enquanto testemunhas da história em escala cósmica.
A grande novidade não poderia ter nome mais frustrante: crisp, o nome em inglês das batatinhas fritas em saquinhos. Na verdade é uma sigla – explicada adiante — que designa uma nova técnica para modificar os genomas, uma técnica tão simples, barata e eficiente que pela primeira vez põe ao nosso alcance a possibilidade de reescrever o código genético humano: nas células doentes do corpo, sim, mas também nos óvulos e espermatozoides que determinam o futuro de nossos filhos, dos filhos de nossos filhos e de toda a linhagem que emergirá deles. Um passaporte para o futuro.
Os cientistas mais diretamente envolvidos neste avanço se reuniram em 24 de janeiro no Fórum IGI de Bioética, em Napa, Califórnia, organizado pela Innovative Genomics Initiative (IGI) da Universidade de Califórnia (em suas sedes de Berkeley e San Francisco). Seu objetivo não era tanto confirmar as imensas possibilidades da nova tecnologia de modificação de genoma – todos eles as conheciam claramente — quanto examinar com espírito autocrítico seus riscos e desenrolares imprevistos, numa tentativa de poder contorná-los enquanto é tempo. O prêmio Nobel David Baltimore e outras duas dezenas de pesquisadores apresentam na revista Science as conclusões da reunião.
“A promessa da chamada ‘medicina de precisão’ vem impulsionada pela sinergia entre duas poderosas tecnologias”, explicam Baltimore e seus colegas. A primeira é bem conhecida: o exponencial desenvolvimento e barateamento do sequenciamento (leitura) de DNA, que já trouxe a maior parte da informação fundamental sobre as alterações genéticas que estimulam o desenvolvimento das doenças. A segunda é o crisp.
Crisp é a sigla de clustered regularly interspaced short palindromic repeats, cuja tradução não ajuda muito: sequências curtas palíndromas agrupadas e regularmente espaçadas. Trata-se de uma sequência de DNA bacteriano muito particular, com trechos curtos que se repetem a intervalos regulares e que podem ser lidos da mesma maneira, mesmo que o sentido de leitura seja invertido (ou seja, como palíndromos, tais como arara, osso ou rotor, mas na linguagem do DNA).
Essas sequências se comportam na natureza como verdadeiros engenheiros genéticos: são capazes de incorporar genes exóticos, como os de um vírus, e de comandá-los, em coisas como ativá-los, reprimi-los ou introduzi-los em outro lugar do genoma. As bactérias usam crisp como um sistema de defesa contra vírus: integram seus genes e os utilizam contra o próprio agente invasor. Mas os geneticistas aprenderam a usar crisp como um veículo para substituir, corrigir ou modificar o genoma de qualquer animal.
O método foi testado com sucesso em ratos e macacos, e por isso os cientistas acreditam que é a hora de estudar se tem utilidade médica para os humanos. Especificamente, para curar doenças genéticas em sua linha germinativa, quer dizer, não no próprio doente, e sim em seus filhos e no restante de sua descendência futura. Por enquanto, isso é ilegal em todos os países que regulamentaram a embriologia humana, que são todos os que têm a capacidade técnica necessária. Baltimore e seus colegas creem que seja a hora de discutir os aspectos éticos e legais para promover as reformas legais pertinentes. Ou para não fazer isso, caso se determine que os riscos não compensam os benefícios.
O prêmio Nobel e os outros especialistas são explícitos em suas recomendações: assegurar que os experimentos não sejam tentados em países com regras demasiadamente frouxas; discutir em fóruns científicos, bioéticos e governamentais as implicações sociais, éticas e ambientais; promover a transparência do debate e a informação pública “sobre esta nova era da biologia humana”; formar um grupo internacional representativo de especialistas em genética, indústria, direito e bioética.
“A confiança pública na ciência”, dizem Baltimore e seus colegas, “requer transparência em tempo real e discussão aberta”. Seguir esse conselho também seria uma novidade importante.
A grande maioria das doenças hereditárias ocorre por mutações no genoma nuclear – aquele situado no núcleo de cada célula –, e os projetos para corrigi-las, mesmo que já sejam tecnicamente possíveis, ainda precisam superar um difícil processo para demonstrar sua segurança e garantir sua legalidade. Os primeiros progressos na modificação genética da linha germinativa afetarão provavelmente um irmão menor do genoma nuclear, o pequeno DNA situado nas mitocôndrias, as usinas de energia das células, transmitido apenas por via materna.
“Um argumento a favor de modificar o genoma mitocondrial é que para essas doenças não existe uma boa alternativa”, explica Juan Carlos Izpisúa, do Instituto Salk, da Califórnia, um dos principais pesquisadores que estão desenvolvendo essa técnica. Para as doenças do genoma nuclear existe atualmente a possibilidade do diagnóstico pré-implantação: gerar uma dúzia de embriões por fecundação in vitro, analisar seu DNA e implantar apenas os que estiverem sem a mutação. Só que, enquanto o genoma nuclear é único, em cada célula há centenas ou milhares de mitocôndrias, algumas mutantes e outras não, o que torna inviável esse tipo de diagnóstico.
Existe outra opção, aprovada há muito pouco tempo no Reino Unido, conhecida popularmente como os “filhos de três pais”. Consiste em substituir as mitocôndrias doentes de um óvulo pelas de uma doadora sã e depois fecundar o óvulo com um espermatozoide (total: três progenitores). Mas nesse caso, metade do genoma mitocondrial e a metade materna do nuclear vêm de pessoas diferentes, e há evidências em ratos de que podem ser incompatíveis e levar a efeitos indesejados no feto.
O crisp e outras técnicas relacionadas são capazes de corrigir as mutações mitocondriais no óvulo (ou no óvulo fecundado), o que evitaria todos os problemas anteriores. Apesar do precedente (relativo) do Reino Unido, comprovar a validade dessa técnica em humanos exige algumas mudanças na lei na maioria dos países. Izpisúa sondou o Ministério da Saúde espanhol, sem sucesso. As experiências foram feitas nos Estados Unidos, onde é possível criar embriões para pesquisa, desde que não sejam empregados recursos públicos.
EL PAÍS.com

17 eventos astronômicos que você não pode perder nos próximos meses

 (Foto: jacsonquerubin/flickr/creative commons)
 
Na última sexta-feira (20/3), tivemos uma coincidência rara de três eventos astronômicos no mesmo dia: um eclipse total do Sol, uma superlua e o equinócio de outono. Todos os anos, os céus promovem casualidades como esta e verdadeiros espetáculos para os entusiastas de astronomia. O mais bacana é que, para observar muitos destes fenômenos, nem sequer é preciso ter um telescópio ou um bom binóculo – em várias ocasiões, eles são democráticos o suficiente para serem vistos a olho nu.
Confira:
ABRIL
4 – Eclipse lunar total e Lua de Sangue. Próximo fenômeno da lista, infelizmente grande parte do Brasil não poderá vê-lo direito, com exceção do Acre e do oeste do Amazonas, como podemos notar neste mapa da NASA. Mesmo assim, a Lua estará muito próxima do horizonte, quase se pondo. Mas não se preocupe: em setembro teremos um eclipse lunar total simplesmente perfeito para todos os brasileiros. Mais detalhes abaixo.
22 e 23 – Chuva de meteoros Lirídeas. Esta é uma chuva moderada, que produz em média 20 meteoros por hora na ocasião de máxima atividade. Causada por resíduos do cometa C/1861 G1 Thatcher, ela ocorre anualmente entre os dias 16 e 25 de abril, e em 2015 o pico acontecerá entre a noite do dia 22 e a manhã do dia 23. O melhor horário para observação será durante a madrugada, quando a Lua em fase crescente já terá sumido no horizonte, deixando os céus mais escuros. Vale olhar para a constelação de Lira, de onde os meteoros vão parecer surgir (radiante), mas eles podem aparecer em qualquer lugar do céu. Assim como em qualquer evento do gênero, é indicado ir a algum lugar longe de grandes cidades – onde os céus são mais estrelados.
 
MAIO
5 e 6 – Chuva de meteoros Eta Aquarídeas. Esta é uma chuva acima da média, capaz de atingir até 60 meteoros por hora durante o pico, que este ano ocorre entre a noite do dia 5 e a manhã do dia 6 de maio. Seus detritos vêm do famoso cometa Halley, cuja órbita a Terra cruza todos os anos entre 19 de abril e 28 de maio. A boa notícia é que o Hemisfério Sul vai ser privilegiado na observação; a má notícia é que a Lua estará quase cheia, impedindo a visão dos meteoros menos brilhantes. Mas de qualquer forma, depois da meia-noite, as chances são grandes de avistar alguns – basta ter como referencial a constelação de Aquário.
 
Chuva de meteoros poderá ser vista na madrugada de hoje (Foto: Reprodução)
 
7 – Mercúrio atinge elongação oriental máxima. Neste dia, o planeta terá boas condições de visibilidade, pois estará em seu ponto mais alto no céu do crepúsculo. Mercúrio poderá ser encontrado na direção oeste pouco depois do pôr do sol (telescópio ou binóculos auxiliam na visualização do pequeno astro).
23 – Saturno em oposição. Este é o melhor dia do ano para observar e fotografar a “joia” do Sistema Solar: Saturno atingirá seu ponto mais próximo da Terra e poderemos vê-lo inteiramente iluminado pelo Sol. Ele estará em sua fase mais brilhante e poderá ser visto durante toda a noite, e com um telescópio de médio porte já é possível contemplar os anéis e as luas mais brilhantes.
JUNHO


6 – Vênus atinge máxima elongação oriental. Neste dia, o planeta terá boas condições de visibilidade, pois estará em seu ponto mais alto no céu do crepúsculo. Vênus estará muito brilhante na direção oeste, pouco depois do pôr do sol.

 
 
JULHO
1 – Conjunção entre Vênus e Júpiter. Os dois planetas estão entre os objetos mais brilhantes do céu noturno, e neste dia vão estar absurdamente próximos um do outro, a uma distância aparente de meros 0,3º. Para achar o par, é só olhar para o oeste logo após o pôr do sol.
AGOSTO


12 e 13 – Chuva de meteoros Perseidas. Em 2015 esta que é uma das melhores chuvas para se observar promete ainda mais, já que a fina lua crescente não deve atrapalhar sua visibilidade. As partículas deixadas para trás pelo cometa Swift-Tuttle são famosas por produzir, entre 17 de julho e 24 de agosto, uma grande quantidade de meteoros muito brilhantes. O pico de atividades neste ano será entre a noite de 12 e a manhã de 13 de agosto, depois da meia-noite. O radiante das Perseidas fica na constelação de Perseu, mas os meteoros podem aparecer em qualquer lugar do céu.
29 – Superlua. Marcando a primeira das três superluas visíveis de 2015, neste dia nosso satélite natural estará em sua fase cheia, com o disco inteiramente iluminado pelo Sol. A Lua deve parecer um pouco maior e mais brilhante no céu, já que atinge o ponto de sua órbita em que está mais próxima da Terra.

Lua poderá ser vista em tamanho ampliado por volta das 18h, perto da linha do horizonte (Foto: Joe/flickr/creative commons)
SETEMBRO
28 – Superlua e eclipse lunar total. Segunda do ano, esta superlua será a mais próxima de todas da superfície terrestre. E não é só isso: neste dia, nós brasileiros seremos agraciados com uma vista “de camarote” para um eclipse total da Lua, que não deve se repetir antes de 2019. Todo o território de nosso país poderá observar, por volta das 22h, a Lua começar a escurecer e ganhar uma coloração avermelhada, conhecida como “Lua de Sangue”. Cerca de uma hora depois, o astro estará completamente eclipsado, e só voltará ao normal por volta das 1h30 da madrugada.
OUTUBRO
1 – Cometa C/2013 US10 Catalina. Descoberto há pouco tempo, em 2013, o cometa pode se tornar visível a olho nu nos céus do Hemisfério Sul neste dia. Conforme migra para uma observação somente no Hemisfério Norte, ele pode ganhar ainda mais brilho até o fim do ano.
21 e 22 – Chuva de meteoros Orionídeas. Irmã gêmea das Eta Aquarídeas, também produzida por fragmentos do cometa Halley, as Orionídeas (2 de outubro - 7 de novembro) são um pouco mais modestas: cerca de 20 meteoros são produzidos por hora durante o pico de atividade, que este ano ocorre entre a noite de 21 e a manhã de 22 de outubro. Para observá-la, basta ir a um local com pouca iluminação e ficar de olho na constelação de Órion depois da meia-noite.
 
27 – Superlua. Esta será a última superlua do ano.
28 – Conjunção entre três planetas (Vênus, Marte e Júpiter). Típico evento que deixa a comunidade de entusiastas de astronomia em polvorosa, o encontro relativamente raro entre os três planetas deve ocorrer pela manhã, pouco antes do nascer do sol, na direção leste. Vênus, Marte e Júpiter formarão um pequeno triângulo de 1º no céu da alvorada.
 
Conjunção entre Júpiter, Mercúrio e Vênus (Foto: Ray Ellersick/flickr/creative commons)
DEZEMBRO
7 – Conjunção entre Vênus e Lua. A Lua crescente deve se encontrar com o brilhante Vênus na direção leste, pouco antes do amanhecer. Os astros estarão a uma distância aparente de 2º um do outro.
13 e 14 – Chuva de meteoros Geminídeas. Considerada por muitos como a melhor chuva de meteoros de todas, as Geminídeas podem produzir até 120 meteoros multicoloridos por hora. Os resíduos do asteroide 3200 Faetonte cruzam com a Terra todos os anos entre 7 e 17 de dezembro, sendo que em 2015 o pico da chuva será durante a madrugada de 13 para 14 daquele mês. Para observá-la, é preciso estar em uma área com pouca luminosidade e, de preferência, olhar para o radiante, que fica na constelação de Gêmeos. Mas os meteoros podem riscar o céu em qualquer região.
25 – Lua Cheia. Não poderia haver data melhor para a última Lua Cheia do ano: bem no dia de Natal. Aproveite a celebração com uma enorme e brilhante Lua no céu!
 





 

Júpiter pode ter 'varrido' primeira geração de planetas

Imagem de Júpiter feita pela sonda Cassini

Como uma gigantesca bola de demolição, Júpiter pode ter atingido o Sistema Solar na época de sua formação, destruindo a primeira geração de planetas nascentes, antes de recuar para a órbita atual. A conclusão é de estudo publicado na segunda-feira no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). Segundo os autores, a descoberta ajuda a explicar por que o Sistema Solar é tão diferente de centenas de outros já descobertos.
"Agora que podemos comparar o Sistema Solar com outros sistemas planetários, uma das características mais interessantes é a ausência de planetas entre o Sol e a órbita de Mercúrio. O padrão típico dos sistemas planetários da nossa galáxia parece ser um conjunto de superterras", disse um dos autores do estudo, o astrofísico Gregory Laughlin, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz.
Para os cientistas, Júpiter teria primeiro migrado para dentro do sistema, em direção ao Sol, até que a formação de Saturno causasse a reversão de seu curso, fazendo com que chegasse até sua posição atual. Naquele momento, seria plausível que planetas rochosos com espessas atmosferas tivessem se formado perto do Sol, a partir de um denso disco de gás e poeira. Esses planetas se tornariam "superterras", como as que existem em outros sistemas.
À medida que Júpiter se moveu para dentro do Sistema Solar, no entanto, perturbações gravitacionais do planeta gigante teriam varrido esses planetas - além de planetoides e asteroides -, segundo o estudo, fazendo com que eles "trançassem" suas órbitas, gerando uma série de colisões que os teriam feito em pedaços.
Órbita - "É a mesma coisa que tememos que aconteça com os satélites que estão para ser destruídos na órbita baixa da Terra. Os fragmentos deles iriam começar a se chocar com outros satélites, gerando uma reação em cadeia de colisões. Nosso trabalho indica que Júpiter deve ter criado esse tipo de cascata de colisões no Sistema Solar interno", disse Laughlin. Mercúrio, Vênus, Terra e Marte teriam se formado só depois da destruição dos planetas internos e do recuo de Júpiter.
Veja.com

Empresa cria embalagem de ketchup que não deixa o produto grudar no fundo

Demonstração da LiquidGlide com vidro de ketchup

Uma empresa americana criou uma embalagem de ketchup que não deixa o produto ficar preso no fundo, evitando desperdícios - e eventuais ataques de fúria. O feito é obtido com a adição de uma camada de material hidrofóbico (que repele a água e outros tipos de líquido) no interior do recipiente, que pode servir para diversos produtos além do ketchup.
Assim, praticamente qualquer substância desliza no pote, escorregando para fora sem desperdícios. A tecnologia foi desenvolvida no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). O doutorando Dave Smith estava trabalhando no laboratório do professor Kripa Varanasi em uma forma de evitar o entupimento de tubulações de gás e óleo e desenvolveu esta técnica, que só depois passou para objetos do cotidiano.
O aluno e o professor fundaram a LiquiGlide em 2012, empresa com sede em Massachusetts responsável pelo produto. Os fracos com essa tecnologia ainda estão em fase de demonstração.
 

segunda-feira, 23 de março de 2015

Egito vai ganhar nova pirâmide futurista

Egito vai ganhar nova pirâmide futurista: <p xmlns="http://www.w3.org/1999/xhtml">O Egito é um país incrível. Um dos primeiros locais povoados pelo homem, esta terra foi o lar da mais avançada sociedade do planeta. Aqui foram construíram maravilhas arquitetônicas, como <a href="http://www.pureviagem.com.br/noticia/as-15-ruinas-historicas-mais-visitadas-do-mundo_a4593/1">as Pirâmides de Gizé</a> e sua esfinge guardiã, <a href="http://www.pureviagem.com.br/noticia/turistas-poderao-circular-ao-lado-da-esfinge-de-gize-no-egito-apos-reformas_a3610/1">a mais antiga escultura que se tem ciência</a>. Hoje, a nação procura novas maneiras de se modernizar e atrair o turismo. É o caso do Grand Egyptian Museum, <a href="http://www.pureviagem.com.br/noticia/10-atracoes-que-abrirao-em-2015-ao-redor-do-mundo_a4048/1">uma das 10 atrações globais que serão inauguradas em 2015</a>, e a Zayed Crystal Spark, o mais novo empreendimento do Ministério da Habitação e Desenvolvimento Urbano egípcio.</p><p xmlns="http://www.w3.org/1999/xhtml">Buscando novas formas de capitalizar em cima do símbolo nacional - a pirâmide -, o governo do Egito anunciou, durante a Economic Summit, evento realizado entre 13 e 15 de março de 2015 no balneário de Sharm El-Sheikh, a construção de uma estrutura piramidal high-tech de dimensões colossais. Esta deverá ser a maior edificação do país, ultrapassando a Torre do Cairo, que se ergue a 187 metros do solo. O arranha-céu terá mais de 200 metros de altura. A Pirâmide de Quéops, por exemplo, possui 146 metros de altura.</p><p xmlns="http://www.w3.org/1999/xhtml">De acordo com o jornal "Cairo Post", a Zayed Crystal Spark será um prédio multiuso e ficará localizada no distrito de Sheikh Zayed, fora de Cairo. Moustafa Madbouly, Ministro da Habitação do Egito, definiu o empreendimento como "um projeto administrativo, com áreas comerciais e um parque de diversões".</p><p xmlns="http://www.w3.org/1999/xhtml">Sheikh Zayed é uma nova área metropolitana, construída em 1995, com investimento do Fundo de Abu Dhabi para o Desenvolvimento. A cidade é formada por quatro bairros, divididos em 20 distritos e está situada na província de Giza, considerado um subúrbio e uma extensão natural da Grande Cairo.</p><p xmlns="http://www.w3.org/1999/xhtml">A pirâmide será construída em um quarteirão de 798 mil metros quadrados, graças à parcerias entre incorporadoras e a New Urban Communities Authority (NUCA), uma agência subordinada ao Ministério da Habitação e Desenvolvimento Urbano. O arquiteto responsável e o custo final da obra ainda não foram revelados pelo Ministro egípcio.</p><p xmlns="http://www.w3.org/1999/xhtml">A promessa é de que a Zayed Crystal Spark seja entusiasmante visualmente. Sua fachada será toda de vidro e brilhará no escuro, graças à piscinas que refletirão a luz através da estrutura. Por enquanto o mistério que gira em torno do projeto tem sido o principal motivo de fascínio. Mais detalhes devem ser divulgados até o final de março.</p><p>Na Foto: A Zayed Crystal Spark é um projeto de vanguarda, que utilizará um dos mais antigos conceitos arquitetônicos da humanidade</p>
O Egito é um país incrível. Um dos primeiros locais povoados pelo homem, esta terra foi o lar da mais avançada sociedade do planeta. Aqui foram construíram maravilhas arquitetônicas, como as Pirâmides de Gizé e sua esfinge guardiã, a mais antiga escultura que se tem ciência. Hoje, a nação procura novas maneiras de se modernizar e atrair o turismo. É o caso do Grand Egyptian Museum, uma das 10 atrações globais que serão inauguradas em 2015, e a Zayed Crystal Spark, o mais novo empreendimento do Ministério da Habitação e Desenvolvimento Urbano egípcio.
Buscando novas formas de capitalizar em cima do símbolo nacional - a pirâmide -, o governo do Egito anunciou, durante a Economic Summit, evento realizado entre 13 e 15 de março de 2015 no balneário de Sharm El-Sheikh, a construção de uma estrutura piramidal high-tech de dimensões colossais. Esta deverá ser a maior edificação do país, ultrapassando a Torre do Cairo, que se ergue a 187 metros do solo. O arranha-céu terá mais de 200 metros de altura. A Pirâmide de Quéops, por exemplo, possui 146 metros de altura.
De acordo com o jornal "Cairo Post", a Zayed Crystal Spark será um prédio multiuso e ficará localizada no distrito de Sheikh Zayed, fora de Cairo. Moustafa Madbouly, Ministro da Habitação do Egito, definiu o empreendimento como "um projeto administrativo, com áreas comerciais e um parque de diversões".
Sheikh Zayed é uma nova área metropolitana, construída em 1995, com investimento do Fundo de Abu Dhabi para o Desenvolvimento. A cidade é formada por quatro bairros, divididos em 20 distritos e está situada na província de Giza, considerado um subúrbio e uma extensão natural da Grande Cairo.
A pirâmide será construída em um quarteirão de 798 mil metros quadrados, graças à parcerias entre incorporadoras e a New Urban Communities Authority (NUCA), uma agência subordinada ao Ministério da Habitação e Desenvolvimento Urbano. O arquiteto responsável e o custo final da obra ainda não foram revelados pelo Ministro egípcio.
A promessa é de que a Zayed Crystal Spark seja entusiasmante visualmente. Sua fachada será toda de vidro e brilhará no escuro, graças à piscinas que refletirão a luz através da estrutura. Por enquanto o mistério que gira em torno do projeto tem sido o principal motivo de fascínio. Mais detalhes devem ser divulgados até o final de março.

sábado, 21 de março de 2015

Frase


Módulo Philae não responde aos sinais da sonda Rosetta

Diferença de coloração entre a região do 'pescoço' (mais azulada) e o resto do cometa. Netsa imagem, as cores foram reforçadas para ressaltar a diferença

O módulo Philae, que fez história ao pousar há quatro meses sobre um cometa, não respondeu aos sinais que a sonda Rosetta enviou durante oito dias, na primeira tentativa realizada para retomar a comunicação com o aparelho. A próxima investida será feita em abril, informou nesta sexta-feira o Centro Aeroespacial Alemão (DLR), responsável pelo módulo. "Talvez ainda esteja muito frio para que o Philae acorde sobre o cometa 67/P Churyumov-Gerasimenko. Talvez ele ainda não tenha recursos energéticos suficientes para enviar um sinal", disse o diretor de projetos do DLR, Stephan Ulamec.
Em 12 de novembro de 2014, o robô foi desprendido da sonda Rosetta, da Agência Espacial Europeia (ESA), e pousou sobre o cometa após quicar duas vezes, o que fez com que ele se afastasse do local escolhido pelos cientistas e ficasse em uma zona escura e rochosa. Sem a luz solar necessária para carregar as baterias, o módulo entrou em hibernação 57 horas depois do pouso. No dia 12 de março, Rosetta começou a enviar sinais para verificar se o robô tinha acordado, mas não obteve resposta. "Foi uma tentativa precoce. Repetiremos o processo até que recebamos uma resposta do Philae", informou o diretor, que pediu paciência.
Comunicação com a Terra - Para que o Philae volte a ligar, o interior do módulo deve atingir menos 45 graus Celsius e ser capaz de gerar pelo menos 5,5 watts a partir de seus painéis solares, mas para enviar sinais à Terra é preciso chegar aos 19 watts. Os engenheiros do DLR descartaram a possibilidade de que um aquecimento tenha acontecido entre janeiro e fevereiro, e concordaram que em março havia uma chance, já que o cometa, mais perto do Sol, recebia o dobro de radiação de novembro.
Além disso, para responder aos sinais o módulo deve manter a temperatura e a capacidade de geração de energia mínima por pelo menos 45 minutos, já que seus receptores começam a operação 30 minutos depois do despertar. Segundo os engenheiros do DLR, pode ser que o módulo já tenha acordado, mas tenha a energia suficiente para transmitir sua resposta.
Veja.com

Gelo marítimo do Ártico teve menor nível para um inverno

Rachaduras vistas sobre a cobertura de gelo do Oceano Ártico ao norte do Alasca

O gelo marítimo do Ártico atingiu no mês passado, no ápice do inverno no hemisfério Norte, a extensão de 14,54 milhões de quilômetros quadrados. Este volume é o mais baixo já registrado nesse período, quando o gelo do Ártico atinge sua maior extensão antes de começar a derreter com a chegada da primavera. A quantidade de gelo está 1,1 milhão de quilômetros quadrados abaixo da média de 1981 a 2010 e 130.000 quilômetros quadrados abaixo do menor pico dos últimos anos, registrado em 2011. Os dados foram divulgados na quinta-feira pelo Centro Nacional de Dados sobre Neve e Gelo dos Estados Unidos (NSIDC, na sigla em inglês).
Neste ano, a máxima foi registrada no dia 25 de fevereiro. O NSIDC calcula a extensão do gelo diariamente e espera por uma clara tendência de redução por alguns dias para determinar o ápice, que já ocorreu mais cedo, em 24 de fevereiro de 1996, e mais tarde, em 2 de abril de 2010.
No total, o gelo do Ártico aumentou 9,91 milhões de quilômetros quadrados no último inverno, um crescimento substancialmente menor do que comparativo anterior. De acordo com a instituição, parte da explicação para a pequena quantidade de gelo está nos padrões climáticos.
O mês de fevereiro foi caracterizado por uma configuração incomum, com ventos quentes atingindo parte do Ártico.
Veja.com

Relatório da ONU alerta para possível crise mundial de água

APENAS 3% - O Sistema Cantareira, do qual faz parte a Represa do Atibainha (na foto), que abastece a Grande São Paulo, secou e, se não chover, começará novembro em colapso

Um relatório da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) divulgado nesta sexta-feira estima que as reservas hídricas do mundo podem encolher 40% até 2030. Segundo o documento, há no mundo água suficiente para suprir as necessidades de crescimento do consumo, desde que haja uma mudança dramática no uso, gerenciamento e compartilhamento do recurso.
De acordo com a organização, nas últimas décadas o consumo de água cresceu duas vezes mais do que a população e a estimativa é que a demanda aumente 55% até 2050. Os desafios são muitos: o crescimento da população está estimado em 80 milhões de pessoas por ano, podendo chegar a 9,1 bilhões em 2050.
Os dados estão no relatório Mundial das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento de Recursos Hídricos 2015 - Água para um Mundo Sustentável. Segundo o documento, a crise global de água é de governança, muito mais do que de disponibilidade de recurso, e um padrão de consumo mundial sustentável ainda está distante.
A ONU estima que atualmente 20% dos aquíferos - grandes reservatórios que concentram água no subterrâneo e abastecem nascentes e rios - estejam explorados acima de sua capacidade. Eles são responsáveis por fornecer água potável à metade da população mundial e é de onde provêm 43% da água usada na irrigação.
Possíveis medidas - De acordo com Angela Ortigara, oficial de Ciências Naturais da Unesco na Itália, a intenção do documento é alertar os governos para que incentivem o consumo sustentável e evitem uma grave crise de abastecimento no futuro. "É importante melhorar a transparência nas decisões e também tomar medidas de maneira integrada com os diferentes setores que utilizam a água. A população deve sentir que faz parte da solução", diz.
"Grande parte dos problemas que os países enfrentam passa também por padrões de consumo, que só a longo prazo conseguiremos mudar, e a educação é a ferramenta para isso", diz Ary Mergulhão, coordenador de Ciências Naturais da Unesco no Brasil.
O relatório atribui o possível cenário de falta de água a vários fatores como a intensa urbanização, as práticas agrícolas inadequadas e a poluição. De maneira geral, para combatê-lo a Unesco recomenda mudanças na administração pública, no investimento em infraestrutura e em educação.
O documento foi escrito pelo Programa Mundial de Avaliação da Água (WWAP, na sigla em inglês) e produzido em colaboração com as 31 agências do sistema das Nações Unidas e 37 parceiros internacionais da ONU-Água. A intenção é que a questão hídrica seja um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que vêm sendo discutidos desde 2013, seguindo orientação da Conferência Rio+20 e que deverão nortear as atividades de cooperação internacional nos próximos 15 anos.
Brasil - Segundo o documento, o Brasil está entre os países que mais registraram stress ambiental. As mudanças nos fluxos naturais dos rios, realizadas entre 1981 e 2014, para a construção de represas ou usinas hidrelétricas causaram maior degradação dos ecossistemas, com aumento do número de espécies invasoras, além do risco de assoreamento.
Apesar do país já enfrentar problemas de abastecimento no Nordeste, a preocupação com a falta de água ganhou destaque com a crise hídrica no Sudeste. A ausência de chuvas no ano passado baixou o nível de reservatórios importantes de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, que tiveram que implantar políticas restritivas de acesso à água.

quinta-feira, 19 de março de 2015

O inverno do hemisfério norte foi o mais quente da história

 O gráfico da NOAA mostra a média de temperatura no mundo entre dezembro de 2014 e fevereiro de 2015. O azul mais escuro são redorde de frio. Os azuis intermediários são muito mais frio que a média. O azul claro é mais frio que a média. O branco são áreas  (Foto: NOAA/Divulgação)

O inverno do hemisfério norte foi o mais quente da história

A estação de 2014 para 2015 teve a média mais alta de calor desde o início dos registros em 1895, segundo a agência para atmosfera e oceanos dos EUA

 
O gráfico da NOAA mostra a média de temperatura no mundo entre dezembro de 2014 e fevereiro de 2015. O azul mais escuro são redorde de frio. Os azuis intermediários são muito mais frio que a média. O azul claro é mais frio que a média. O branco são áreas (Foto: NOAA/Divulgação)
 
O inverno de 2014 para 2015, que se encerra agora no hemisfério norte, foi o mais quente desde que começaram os registros em 1895. A notícia foi dada pela Agência de Atmosfera e Oceanos dos EUA, a NOAA. O inverno de agora passou o último recordista, de 2007 para 2008. Os meses de janeiro e fevereiro foram os mais quentes também desde o início dos registros, batendo os recordes de 2002 e 2007.

Pesquisa com 111 rios brasileiros mostra que 23% têm água ruim ou péssima

 
Análise do grau de poluição de 111 rios brasileiros, divulgada nesta quarta-feira (18) pela organização não governamental (ONG) SOS Mata Atlântica, revela que 23,3% das águas é ruim ou péssima. De acordo com a legislação brasileira, as águas nessa situação não podem sequer receber tratamento para consumo humano ou ser usadas para irrigação de lavouras.
Os pesquisadores coletaram água em 301 pontos de rios e mananciais do Rio de Janeiro, de São Paulo, Brasília, Santa Catarina, Minas Gerais, do Rio Grande do Sul e Distrito Federal, entre março de 2014 e fevereiro de 2015.
De acordo com a pesquisa, em 21,6% dos pontos de coleta, a água foi considerada ruim, e em 1,7%, péssima. Em 186 pontos (61,8%), os pesquisadores encontraram água considerada regular e 45 pontos (15%) mostraram boa qualidade. Nenhum dos rios analisados tem água totalmente limpa, segundo o levantamento. A classificação tem como base parâmetros do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
Em SÃ PAULO o número de pontos de coleta com qualidade ruim ou péssima caiu de 74,9% para 44,3% na comparação com o levantamento anterior, feito entre março de 2013 e fevereiro de 2014 No mesmo período, o percentual de amostras com qualidade regular ou boa subiu de 25% para 55,4%.
 A coordenadora da Rede das Águas da SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro, explica que a seca no estado diminuiu o escoamento para os rios, o que protegeu os cursos d'água da poluição. “Com a seca,  os pontos monitorados deixaram de receber resíduos sólidos ou lixo, sedimentos com solos contaminados, fuligem de veículos e materiais particulados”, disse.
No Rio de Janeiro, no entanto, a qualidade da água piorou em 2014/2015. O percentual de pontos com água de qualidade ruim subiu de 40% para 66,7% na comparação com o levantamento anterior.
A SOS Mata Atlântica atribui a poluição dos rios à falta de investimento em saneamento e tratamento de água, ao desmatamento e à perda da mata ciliar – vegetação nas margens de rios – desses cursos d'água. Para Malu, a qualidade das águas está diretamente ligada à crise hídrica que atinge diversas regiões do país. “O problema não é falta de chuva, é que as águas que existem estão poluídas”, destacou.
 

Coincidência raríssima de três eventos astronômicos ocorre amanhã

 Superlua sobre Olvera, Espanha
 
A última vez em que pudemos observar um eclipse solar total foi em novembro de 2013. O fenômeno acontece quando a Lua se interpõe entre a Terra e o Sol, bloqueando momentaneamente a passagem da luz. Nesta sexta-feira (20/3), alguns poucos lugares do mundo vão poder admirar o evento em sua totalidade. Mas o mais curioso é que outros dois acontecimentos astronômicos estão marcados para a mesma data: o equinócio de outono, momento do ano em que o dia e a noite têm a mesma quantidade de horas, e o perigeu lunar, ponto em que a órbita da Lua está mais próxima da superfície terrestre, causando as chamadas superluas.
Não que um fenômeno influencie os outros consideravelmente, mas coincidências celestes são sempre interessantes. Segundo o The Independent , as próximas vezes que um eclipse solar ocorrerá ao mesmo tempo em que um equinócio serão em 2053 e 2072.
Eclipse solar Na sexta-feira pela manhã, a enorme sombra em formato elíptico da Lua, que terá 463 quilômetros de comprimento por 150 quilômetros de largura, começará a ser projetada no Atlântico Norte, um pouco ao sul da Groenlândia. Ela vai seguir uma trajetória semelhante a um semicírculo, passando entre a Islândia e o Reino Unido e depois seguindo até o Polo Norte. No caminho, ela encobrirá as ilhas dinamarquesas Faroé e, em seguida, o arquipélago de Svalbard, que pertence à Noruega.
São as únicas povoações humanas que poderão ver 100% do eclipse. No entanto, outras localidades próximas também vão estar em condições favoráveis, sobretudo os países britânicos e nórdicos. Na Europa, em geral, será possível ver de 50 a 99% do diâmetro do Sol eclipsado, de acordo com a cidade. Esta tabela mostra dados detalhados, como horário e magnitude, para cada lugar. O norte da África e alguns locais da Ásia e Atlântico também poderão ver um pouco do evento.
Se você estiver em alguma área contemplada, lembre-se: nunca olhe para o Sol sem equipamentos de proteção! Isso pode causar danos permanentes à visão.

quarta-feira, 18 de março de 2015