domingo, 8 de fevereiro de 2015

Missão Rosetta: nave não mudará trajetória para procurar módulo que pousou no cometa

Local escolhido pelos cientistas da Missão Internacional Rosetta para o pouso no cometa foi chamado inicialmente de "ponto J" e rebatizado de Agilkia, em um concurso popular
 
A posição atual do módulo espacial Philae, que pousou com sucesso na superfície do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko em 12 de novembro do ano passado, ainda não foi determinada. Apesar dos esforços dos cientistas da missão, que tentaram localizar o pequeno robô com a câmera Osiris, instalada na sonda Rosetta, o mistério permanece.
Ao tocar a superfície do cometa, Philae quicou e se afastou do local cuidadosamente escolhido pelos cientistas. O robô está atualmente em modo de hibernação, desde que sua bateria solar acabou. Só deve despertar entre maio e junho deste ano, quando receber luz do Sol suficiente, de acordo com a Agência Espacial Europeia (ESA), responsável pela missão. Descobrir sua localização, porém, é essencial para a interpretação dos dados que ele enviou à Terra antes de sua bateria ter acabado.
“Nós estamos procurando, a olho, um conjunto de três pontos que corresponde ao módulo. O problema é que formações assim são muito comuns em toda a superfície do cometa”, afirma Holger Sierks, principal pesquisador da equipa da câmera Osíris.
No dia 14 de fevereiro, Rosetta está programada para chegar bem próxima ao cometa, mas não na região onde Philae pode estar. “O apertado cronograma da Rosetta foi planejado com meses de antecedência, então a busca pelo Philae não estava nos planos”, afirma Matt Taylor, cientista da equipe da Rosetta. “Não vamos mudar a trajetória da Rosetta para passar pelo local onde o módulo pode estar, mas podemos direcioná-la para apontar nessa direção e fazer imagens, se ela estiver próxima da região [onde Philae deve estar] e as operações científicas permitirem”, completa.
“Nós nunca imaginamos que perderíamos o Philae e acabaríamos tendo que procurar por ele”, disse Fred Jansen, gerente da missão Rosetta, ao jornal The Guardian. De acordo com ele, no último mês houve uma proposta de aproximar a Rosetta do 67P mais uma vez, a fim de procurar o módulo, mas os cientistas acabaram dando preferência para outro movimento, que daria mais detalhes sobre a superfície do cometa
Jansen acrescenta que provavelmente só será possível voltar a buscar Philae após 13 de agosto, data da aproximação máxima do cometa com o Sol. Diante disso, os controladores apostam que o Philae, sozinho, pode alertar sobre sua posição, se receber luz solar o suficiente para, de fato, despertar nos próximos meses.
 

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