quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

OMM diz que "El NIÑO" deve se formar e afetar Norte, Sul e nordeste do Brasil

Painel sobre El Niño aconteceu nesta quinta-feira (4) na COP 20, em Lima, no Peru (Foto: Eduardo Carvalho/G1)
 
A Organização Meteorológica Mundial, a OMM, divulgou nesta quinta-feira (4) que há 75% de chance de se formar um El Niño até março de 2015, que provocaria alterações no clima do Norte, Nordeste e Sul do Brasil, como estiagem e excesso de chuvas. O informe da OMM foi anunciado durante a Conferência Climática das Nações Unidas, a COP 20, que acontece em Lima, no Peru.
Batizado em homenagem ao Menino Jesus (em espanhol, "El Niño"), o fenômeno aquece a água do Oceano Pacífico e provoca alterações na atmosfera, como variações na distribuição de chuvas em regiões tropicais e de latitudes médias e altas, além de inconstância nas temperaturas.
De acordo com o texto, ao longo deste ano os meteorologistas detectaram anomalias que tinham características do El Niño em várias regiões do planeta, mas o fenômeno em si não tinha se formado.
Medições feitas nos últimos dois meses no Pacífico indicaram uma elevação da temperatura entre 0,5ºC e 1ºC acima do normal, o que indica que um El Niño de nível fraco deverá se formar. “Ele está se formando e não é uma boa notícia para o Nordeste, Norte e nem para o Sul do país”, explica ao G1 Maxx Dilley, diretor de previsões climáticas da OMM.
Anna Barbara Coutinho de Melo, meteorologista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Inpe, explica. “O principal efeito é o excesso de chuva na Região Sul do país e parte da Argentina, e seca no Norte e Nordeste. No Rio Grande do Sul há grande chance de chuvas acima da média. A seca deve afetar Maranhão, Piauí, Ceará, Amazonas, Roraima e o restante do Norte. Não há como saber o volume da precipitação, nem quanto a temperatura deverá aumentar”, explica.
No entanto, Anna afirma que a chance de os termômetros baterem recordes como ocorreu no verão deste ano são remotas, já que isso aconteceu devido a um bloqueio atmosférico existente sobre o Brasil, que impediu a chegada de massas de ar frio sobre o país.
 

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