sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Vida complexa só pode existir em 10% de todas as galáxias, dizem pesquisadores

Para os astrofísicos teóricos Tsvi Piran, da Universidade de Jerusalém, e Raul Jimenez, da Universidade de Barcelona, o universo é um lugar muito mais solitário do que se imagina. Segundo a pesquisa, apenas 10% das 100 bilhões de galáxias do universo é capaz de habitar formas complexas de vida.
Baseando-se na teoria das explosões estelares de raios gama, os astrofísicos acreditam que esse é o principal fator para que seres mais complexos que os micróbios não consigam se desenvolver. Esses eventos também sustentam a tese de que, durante bilhões de anos após o Big Bang, o universo foi um lugar completamente sem vida.
 Para o físico Brian Thomas, “é surpreendente pensar que apenas 10% das galáxias podem ter vida complexa depois de cinco bilhões de anos, mas minha impressão é a de que eles provavelmente estão certos”.
Descoberta em 1967, a explosão de raios gama é um tema recorrente no mundo da astrofísica. As explosões podem acontecer em dois tipos: as menores, quando duas estrelas neutras se fundem com buracos negros; e as maiores, quando grandes estrelas entram em colapso e explodem – muito mais raras, mas carregam 100 vezes mais energia que as “pequenas”. Ambos os fenômenos são capazes de destruir a camada de ozônio e, consequentemente, acabar com a vida na Terra.
Os pesquisadores Piran e Jimenez acreditam que as chances da Terra ter sido exposta à explosões como essa foi de 50% nos últimos bilhões de anos. Alguns astrofísicos sugerem que um evento em particular foi responsável pela “extinção do Ordoviciano” – cataclisma global ocorrido 450 milhões de anos atrás que acabou com 80% das espécies do planeta.
 Segundo o trabalho, planetas que estão a 6500 anos-luz de distância das estrelas mais densas (do centro de suas galáxias) possuem 95% de chances de terem sofrido um raio gama letal nos últimos anos. Como exemplo, o sistema solar está a 27 mil anos-luz de distância do seu centro. O resultado desses cálculos mostrou que 90% dessas galáxias provavelmente já sofreram as consequências das explosões, assim gerando um possível fim da vida inteligente.
 Para Piran, isso não significa que esses planetas estão sem vida nenhuma: “É quase certo que bactérias e outras formas de vida menos complexas conseguiriam sobreviver a um evento desse tipo. Mas para a vida complexa, a explosão é como um botão ‘reset’. Todo o processo teria que ser recuperado”.
Galileu.com

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