sexta-feira, 28 de novembro de 2014

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Desmate da Amazônia cresce 117% entre agosto e outubro, diz governo

Operação Pequiá percorreu mais de 4 mil km na região do vale do Araguaia, verificando indicativos de desmatamento  (Foto: Hebert Rondon/Ibama)
 
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou, nesta sexta-feira (28), os dados de desmatamento da Amazônia Legal do sistema Deter para os meses de agosto, setembro e outubro.
No período, foram detectados alertas de desmatamento por corte raso (derrubada total) e por degradação florestal (destruição parcial) que somam 1.924 km², um índice 117% maior que no mesmo trimestre de 2013, quando foram detectados 886 km².
O Inpe ressalta que o Deter é voltado a orientar a fiscalização em campo para coibir o desmatamento ilegal, não para a medição precisa de área, já que é feito com imagens de satélite de resolução moderada e tem sempre uma margem de falsos positivos (veja mais abaixo os diferentes tipos de monitoramento da floresta amazônica).
O Inpe estima que dos dos quase 2 mil km² de alertas,  uma área de 856 km² de desmatamento por corte raso, 1.000 km² de áreas sejam de degradação florestal, e 68 km² sejam de falsos positivos.
Mato Grosso foi o estado com mais alertas de desmatamento entre agosto e outubro, com 729,09 km². O Pará foi o segundo,  514,72 km².
Diferenças entre sistemas
Existem diferentes sistemas de monitoramento do desmatamento da Amazônia. Todos eles são feitos por técnicos que observam imagens de satélite seguindo distintas metodologias.  O Deter (Detecção de Desmatamento em Tempo Real) é produzido mensalmente pelo Inpe e, como é mais rápido, não se destina a medir áreas, mas detectar focos de derrubadas de floresta para que as autoridades sejam acionadas a tempo.
Na quarta-feira, o governo havia apresentado o dado anual de desmatamento, do sistema Prodes (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal), que indicava redução de 18% entre agosto de 2013 e julho de 2014 em relação ao período anterior.
As informações do Prodes  representam o índice oficial de desmatamento do governo federal. Segundo ele, o bioma perdeu 4.848 km² de vegetação em um ano.
Um outro sistema, chamado SAD, é feito pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), de Belém, também mensalmente, mas, por ser de uma ONG, não é reconhecido pelo governo. Os números desses três sistemas, por serem gerados com métodos distintos, não podem ser comparados entre si.
Em outubro, a ONG havia divulgado tendência de crescimento no desmate em levantamento independente. Segundo a organização, ficou constatada alta de 191% no desflorestamento em agosto e setembro de 2014, em relação ao bimestre de 2013.
 

Vida complexa só pode existir em 10% de todas as galáxias, dizem pesquisadores

Para os astrofísicos teóricos Tsvi Piran, da Universidade de Jerusalém, e Raul Jimenez, da Universidade de Barcelona, o universo é um lugar muito mais solitário do que se imagina. Segundo a pesquisa, apenas 10% das 100 bilhões de galáxias do universo é capaz de habitar formas complexas de vida.
Baseando-se na teoria das explosões estelares de raios gama, os astrofísicos acreditam que esse é o principal fator para que seres mais complexos que os micróbios não consigam se desenvolver. Esses eventos também sustentam a tese de que, durante bilhões de anos após o Big Bang, o universo foi um lugar completamente sem vida.
 Para o físico Brian Thomas, “é surpreendente pensar que apenas 10% das galáxias podem ter vida complexa depois de cinco bilhões de anos, mas minha impressão é a de que eles provavelmente estão certos”.
Descoberta em 1967, a explosão de raios gama é um tema recorrente no mundo da astrofísica. As explosões podem acontecer em dois tipos: as menores, quando duas estrelas neutras se fundem com buracos negros; e as maiores, quando grandes estrelas entram em colapso e explodem – muito mais raras, mas carregam 100 vezes mais energia que as “pequenas”. Ambos os fenômenos são capazes de destruir a camada de ozônio e, consequentemente, acabar com a vida na Terra.
Os pesquisadores Piran e Jimenez acreditam que as chances da Terra ter sido exposta à explosões como essa foi de 50% nos últimos bilhões de anos. Alguns astrofísicos sugerem que um evento em particular foi responsável pela “extinção do Ordoviciano” – cataclisma global ocorrido 450 milhões de anos atrás que acabou com 80% das espécies do planeta.
 Segundo o trabalho, planetas que estão a 6500 anos-luz de distância das estrelas mais densas (do centro de suas galáxias) possuem 95% de chances de terem sofrido um raio gama letal nos últimos anos. Como exemplo, o sistema solar está a 27 mil anos-luz de distância do seu centro. O resultado desses cálculos mostrou que 90% dessas galáxias provavelmente já sofreram as consequências das explosões, assim gerando um possível fim da vida inteligente.
 Para Piran, isso não significa que esses planetas estão sem vida nenhuma: “É quase certo que bactérias e outras formas de vida menos complexas conseguiriam sobreviver a um evento desse tipo. Mas para a vida complexa, a explosão é como um botão ‘reset’. Todo o processo teria que ser recuperado”.
Galileu.com

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Em um mundo mais quente, quem perde é a América latina

O aquecimento global e seus efeitos no continente latino-americano. “As doenças endêmicas recrudescem, os desastres naturais são o pão de cada dia  mas os alimentos não chegam à mesa. Não é produto da imaginação de produtores de Hollywood mas de projeções científicas, que falam de uma América Latina muito mais quente se persistir o nível de emissões de gases nocivos”, escreve Stacy Morford.
“Os impactos são severos, segundo afirma o informe ‘Baixemos a temperatura’, do Banco Mundial. A região corre o risco de ver desaparecer algumas de suas belezas naturais mais preciosas, como as geleiras andinas, as praias do Caribe ou a selva amazônica. E também seus recursos naturais: mais de 50% da pesca no Caribe, como consequência da acidificação dos oceanos. E a saúde humana também está em discussão: com 4ºC graus a mais, os casos de dengue aumentariam 40% no México, por exemplo”, prossegue Morford, que é editora online do Banco Mundial.
“Ainda assim, é previsto um impacto severo sobre as atividades econômicas, pondo em risco os ganhos econômicos e sociais da região, que na última década conseguiram tirar milhões da pobreza e provocaram um aumento sem precedentes de sua classe média.
Sem uma redução drástica na emissão de gases de efeito estufa, é previsto que no final do século a temperatura média do planeta seja 4ºC mais alta, e seus efeitos já estão começando a ser aparecer. Este infográfico mostra as principais consequências deste fenômeno e delineia algumas ações que poderiam tomar os governos para lhe fazer frente”, conclui a matéria.
"El Pais".com

Cães entendem as palavras ditas a eles, diz estudo

 
Cachorros são capazes de responder a diversos comandos feitos por seus donos, mas estes muitas vezes se perguntam se eles entendem o que é dito ou apenas a entonação ou alguma “dica” do que foi falado, respondendo de forma automática. Uma pesquisa publicada nesta quarta-feira oferece as primeiras respostas para essa questão e indica que o melhor amigo do homem é capaz de processar a fala humana de forma mais sofisticada do que se imaginava.
O estudo, publicado no periódico Current Biology, traz evidências de que os cães são capazes de entender tanto componentes subjetivos da fala, como a entonação e o teor emocional, quando as palavras propriamente ditas.  
“Apesar de não podermos dizer quanto ou de que forma os cães entendem informações da fala humana, podemos afirmar que os cães reagem tanto a informações verbais quanto a elementos relacionados à pessoa que fala e que esses componentes parecem ser processados em regiões distintas do cérebro deles”, afirma Victoria Ratcliffe, da Escola de Psicologia da Universidade de Sussex, na Inglaterra, e uma das autoras do estudo.
A pesquisa mostrou ainda que os cães processam a fala humana em um hemisfério do cérebro, e as informações adicionais no outro. Estudos anteriores já haviam mostrado essa tendência quando eles processam informações sonoras emitidas por outros cães.
Observando as reações — Para realizar o teste, os pesquisadores reproduziram uma série de comandos diferentes para os cães, e observaram suas reações. Nesses sons, eles misturaram as variáveis do sentido da fala e as informações adicionais, criando palavras com sentido e sem entonação alguma, palavras sem sentido e sem entonação, com sentido e com entonação e assim em diante. 
Os sons foram emitidos a partir de ambos os lados do animal, para que cada ouvido recebesse o estímulo ao mesmo tempo e com a mesma amplitude, e os pesquisadores observavam para que lado os cães viravam a cabeça após escutar cada comando. “O conteúdo que chega a cada ouvido é transmitido principalmente ao hemisfério oposto do cérebro. Se um hemisfério é mais especializado em processar certas informações do som, esses dados devem vir da orelha oposta”, explica Victoria.
Assim, quando o cachorro se virava para a esquerda, indicava que a informação no som reproduzido foi captada mais proeminentemente pela orelha esquerda, o que sugere que o hemisfério direito é mais especializado em processar esse tipo de informação.
“Se nós temos um comando ao qual eles estão acostumados a responder, é familiar para eles, eles reagem de uma forma. Mas se nós misturamos as sílabas, formando algo que soa similar mas não tem sentido, o comando perde o sentido para eles também e eles reagem de forma diferente”, explica Victoria.
Quando eram apresentados comandos falados familiares, os cães mostraram uma tendência de processar principalmente no hemisfério esquerdo (ou seja, se viravam para a direita), porém quando a entonação e outras características da fala eram mais exageradas, era o hemisfério direito que agia principalmente.
“Isso sugere que o processamento dos componentes da fala no cérebro do cachorro é dividido entre os dois hemisférios de forma muito similar ao que acontece no cérebro humano”, afirma David Reby, coautor do estudo e pesquisador da Universidade de Sussex.
Os pesquisadores ressaltam que essa descoberta não significa que os cães entendem tudo o que os humanos dizem ou que eles possuem uma habilidade em linguagem semelhante à do homem, mas, de acordo com Victoria, os resultados confirmam a teoria de que esses animais prestam atenção “não apenas em quem somos e como dizemos as coisas, mas também no que dizemos”.
Veja.com

Cientistas americanos desvendam mistério dos "vampiros" poloneses

Esqueleto de mulher de 30 a 39 anos com foice colocada no pescoço
 
Um estudo americano desvendou o mistério dos "vampiros" de Drawsko Pomorskie, cidade na Polônia em cujo cemitério foram descobertos em 2009 vários corpos enterrados com uma foice no pescoço e uma pedra na boca.
Arqueólogos e antropólogos da Universidade do Alabama do Sul, nos Estados Unidos, concluíram que os esqueletos são de vítimas de uma epidemia de cólera que castigou a região entre os séculos XVII e XVIII. Eles relataram a descoberta em uma pesquisa publicada no periódico Plos One na quarta-feira.
"A propagação de doenças como a cólera era muito pouco divulgada no século XVII e isso fez as pessoas acreditarem que se tratava de vampiros", explica na publicação a antropóloga Lesley Gregoricka, coautora do estudo. "Os vizinhos dos mortos deram uma explicação sobrenatural a uma doença que apareceu de forma desconhecida."
Corpos — Pelo menos 66 corpos enterrados no antigo cemitério foram encontrados com as cabeças viradas para a mesma direção, vários com foices de ferro colocadas ao redor do pescoço e um com o corpo atado e pedras na garganta. Segundo os especialistas, os moradores da cidade acreditavam que a foice cortaria o pescoço do "vampiro" que viesse a ressuscitar, e a pedra na boca faria com que engasgassem. "Esses objetos serviriam de proteção", relata a antropóloga.
Inicialmente, os cientistas pensavam que os corpos eram de forasteiros, mas depois descobriram que se tratava realmente de moradores de Drawsko Pomorskie. Para chegar a estes resultados a equipe analisou os molares de 60 indivíduos, incluindo os "vampiros".
Os especialistas acreditam que esses estranhos rituais fúnebres podem fornecer informações sobre as práticas sociais e culturais das pessoas que viviam na região e revelar quais eram as crenças na Europa Central sobre os vampiros.
Veja.com

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

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Por que alienígenas não respondem a nossas mensagens?

 
A artista Carrie Paterson sempre quis enviar mensagens para o espaço, na esperança de que alguma espécie alienígena entrasse em contato com a Terra. Mas ao contrário da maioria das experiências até agora – de envio de mensagens com som e imagem – ela acha que é preciso mandar um recado diferente: com cheiro.
Para ela, os cheiros da humanidade – aromas florais, fedor de fezes ou odor de gasolina – definem muito do que é a vida na Terra. O olfato seria uma forma primitiva de contato entre espécies no planeta, e poderia servir bem para um primeiro contato com extraterrestres.
A ideia da artista é uma entre várias em uma discussão antiga. Desde que a humanidade inventou o rádio e a televisão, mensagens têm sido enviadas ao espaço, na esperança de alguém receba.
Neste mês um encontro na Califórnia da entidade SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence), que busca alienígenas, discutiu a proposta de Paterson e outros especialistas no assunto. A conferência Comunicando Através do Cosmo reuniu astrônomos, artistas, linguistas e antropólogos para debater se a humanidade está mandando a mensagem errada.

Passando o recado

Uma das propostas mais antigas de comunicação com alienígenas foi feita no século 19 pelo matemático Carl Gauss, que queria cortar árvores em uma floresta densa. Sua ideia era formar um triângulo que pudesse ser visto "da Lua ou até de Marte". O astrônomo Joseph von Littrow propôs uma mensagem semelhante, só que com querosene queimado na água à noite.
 
 
No século 20, há 40 anos, o telescópio de Arecibo, em Porto Rico, enviou uma mensagem de 1.679 bits que formava uma imagem semelhante a de um jogo do Atari. A esperança era que o recado viajasse por 21 mil anos até o fim da Via Láctea.
Pouco antes disso, a Nasa havia enviado as sondas Pioneer 10 e 11 contendo uma caixa metálica com desenhos de um homem e de uma mulher.
Mas para muitos, os recados enviados até hoje são incompreensíveis.
"Desenhos lineares de homens e mulheres são legíveis apenas por humanos contemporâneos", diz o designer Marek Kultys.
Um recado é ainda mais difícil de ser decifrado. Há 35 anos, a Voyager portou um disco de ouro com mensagens em 55 línguas. Mas qual alienígena teria um toca-discos, ainda mais com a rotação correta? Aliás, quantas pessoas na Terra possuem toca-discos hoje em dia?
Autores de ficção científica vão até mais longe. Stanislav Lem, autor de Solaris, criou alienígenas que não tinham corpos ou mentes como as nossas. A sua criatura extraterrestre era um "oceano inteligente".

Tempo longo

Para Kultys, todos esses fatores precisam ser pensados quando se elabora uma mensagem para alienígenas. Um problema que pode surgir é o descompasso entre a emissão e o recebimento da mensagem. Como muitas delas demoram muitos anos – às vezes milhares deles – para viajar pelo cosmos, talvez a resposta também só chegue em um período semelhante.
 
 
Sendo assim, se as primeiras mensagens foram enviadas apenas no século 20, dificilmente a geração atual da humanidade ouvirá uma resposta.
"Nossa esperança de se comunicar com outra civilização inteligente tem um aspecto melancólico", diz ele.
Para o antropólogo John Traphagan, da Universidade do Texas, outro risco é que a comunicação tenha ruídos demais e isso acabe causando mais atritos do que aproximação. No caso, como a comunicação se daria entre civilizações que nunca tiveram contato físico, a possibilidade para enganos e confusões é enorme.
Então qual é a melhor forma de comunicação? Seriam imagens, sons ou cheiros, ou algo que ainda nem inventamos? A conferência da SETI não conseguiu chegar a um consenso sobre isso.
Douglas Vakoch, que tem o curioso cargo de diretor de composição de mensagem interstelar na Seti, acredita que a humanidade precisa passar um recado honesto do que somos, e não uma imagem idealizada e maquiada.
 
 
"Não vamos esconder nossos defeitos. A mensagem precisa ser direta: somos uma civilização jovem, ainda na adolescência tecnológica. Enfrentamos vários problemas na Terra e ainda não sabemos que resposta teremos. Mas apesar de tudo ainda temos esperança e confiança em nós mesmos."
Nesse sentido, o disco a bordo da Voyager vai no sentido contrário: esconde nossas guerras, a fome no mundo, nossas doenças, poluição e explosões nucleares. Traphagan diz que se algum alienígena algum dia ouvir essa mensagem e vier para a Terra com base nela vai se sentir iludido.
BBC Brasil

Aquecimento elétrico no planeta

 
Fora a seca que ameaça deixar São Paulo tal qual deserto e as temperaturas senegalesas que volta e meia transformam o Rio de Janeiro em uma gigantesca estufa urbana, os brasileiros não costumam se preocupar efetivamente com os potenciais efeitos do aquecimento global. Ao contrário de pequenas ilhas do Pacífico que correm o risco de desaparecer caso o nível dos mares suba alguns centímetros ou de países que sofrem permanentemente com a escassez de água, no Brasil, as consequências do inevitável processo de aquecimento do planeta são mais sutis, apesar de não menos impactantes. Um novo estudo publicado neste mês na revista inglesa “Science”, uma espécie de Bíblia Sagrada do mundo científico, talvez mude isso.
 
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Cientistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, descobriram que o aumento global de temperatura também está afetando as tempestades elétricas no planeta. De acordo com o estudo, a projeção é de que a cada grau centígrado que o planeta se torne mais quente haverá um volume até 12% maior de raios a atingir a Terra. Má notícia para o Brasil. Nenhum outro país no mundo registra tantos relâmpagos. Por ano, cerca de 50 milhões de descargas elétricas são registradas no País. O resultado é trágico: são em média 130 mortos e mais de 500 feridos.
David Romps, professor-assistente de Estudos Planetários na Universidade da Califórnia e um dos autores do estudo, explica que a correlação entre o aumento da temperatura e a maior incidência de raios é forte o bastante para que não haja dúvidas de que os brasileiros passarão a ver mais e mais relâmpagos nos próximos anos. De acordo com ele, isso acontece porque o aumento da temperatura causa maior evaporação, o que faz crescer a concentração de vapor d’água na atmosfera.
Ao encontrar temperaturas menores em altitudes elevadas, o vapor condensa e vira nuvem. É o atrito entre as pequenas partículas de gelo formadas em alturas ainda mais geladas que gera energia e eletricidade, descarregada em forma de raios. “O vapor d’água funciona, assim, como uma espécie de combustível de tempestades, e sua concentração é alimentada pelo calor.”
 
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Se de fato forem confirmadas as expectativas de que o mundo pode ter um aumento médio de até 3ºC até o final do século, o País pode ver a incidência de tempestades elétricas ser ampliada em até 50%. Na prática isso significaria que em média 75 milhões de relâmpagos atingiriam o País a cada ano.
Para Osmar Pinto Junior, doutor em geofísica espacial e coordenador do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em cidades como São Paulo essa incidência pode ter um aumento ainda maior. Segundo estudos elaborados por ele, um grau de temperatura maior pode ampliar a incidência de tempestades elétricas em até 30%.
Osmar Pinto chegou às suas conclusões estudando as tempestades ocorridas em São Paulo nos últimos 50 anos. Apesar de mais localizada, sua pesquisa aponta para os mesmos caminhos do estudo publicado na “Science”. “Os resultados são significativos e se encaixam com todos os outros trabalhos, que também apontam para um aumento de raios no planeta”, explica. “O assunto continuará sendo estudado porque com a elevação de ocorrências de raios crescem também o número de mortos e feridos e os prejuízos causados por eles.”

Mudanças climáticas criam mais gelo na Antártida, diz estudo


Cientistas descobriram recentemente que o gelo do mar da Antártida está mais espesso e mais deformado do que as estimativas anteriores indicavam. As informações são do blog IFL Science. Segundo a publicação, as conclusões foram tomadas a partir de um trabalho de pesquisa, feito com um robô submarino, que está fazendo um mapeamento 3D detalhado da região. A máquina consegue atingir regiões inacessíveis ao ser humano e jamais exploradas.

Com tais pesquisas, os cientistas esperam reunir mais informações a respeito da relação entre as mudanças climáticas e o derretimento do gelo na Terra.  Com o aumento das temperaturas globais, esperava-se que o gelo se derretesse e diminui-se em todo o planeta. Porém, na região da Antártida, o contrário parece estar acontecendo: o gelo está ficando mais espesso. O fenômeno, porém, apesar de constatado, ainda não foi explicado pelos cientistas, que estão estudando o caso.
IstoÉ.com
 

Arqueólogos gregos descobrem 'pequena Pompéia' no leito do mar Egeu


Arqueólogos descobriram nesta semana vestígios de civilização no leito do Mar Egeu, perto da costa da ilha grega de Delos. Apelidada de "uma pequena Pompeia submarina", as ruínas foram encontradas a uma profundidade de apenas dois metros da superfície.

Ao encontrar os indícios, os pesquisadores da Fundação de Pesquisa Nacional Helênica e da Arqueologia Submarina Ephorate imaginaram que tratava-se de um antigo porto. No entanto, após uma série de mergulhos, o grupo descobriu que os destroços pertenciam a uma oficina de cerâmica semelhante às descobertas em Pompeia e Herculano.
O Ministério da Cultura da Grécia anunciou que os restos de um forno e 16 vasos de terracota também foram encontrados. Vestígios de outras construções também foram encontrados no local, que parece ter entrado em colapso antes de ter se escondido debaixo da água.
A ilha de Delos é um dos sítios mitológicos, históricos e arqueológicos mais importantes da Grécia. Leito de nascimento de Apolo e Artemis, o local recebe atualmente grande número de pesquisas de arqueólogos, e muitos dos artefatos descobertos são colocados em exposição no Museu Arqueológico de Delos e no Museu Arqueológico Nacional de Atenas.
Lá foram encontrados, por exemplo, a Casa de Cleópatra e o Templo de Ísis.



terça-feira, 25 de novembro de 2014

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Divulgada nova lista de espécies ameaçadas


A mais recente atualização da Lista Vermelha de espécies ameaçadas da IUCN foi publicada em 17 de novembro de 2014 e, não trouxe boas notícias. A Lista Vermelha, inventário  global de espécies, agora identifica 22.413 espécies como ameaçadas de extinção em todo o mundo.
Algumas das mais notáveis entre  as 310 espécies adicionadas à lista vermelha são objeto de intensa sobrepesca. A pior situação é a do baiacu Chinês (Takifugu chinensis), que teve um declínio populacional de 99,99 por cento ao longo dos últimos 40 anos e agora está criticamente ameaçada de extinção. O atum rabilho do Pacífico (Thunnus orientalis) foi avaliado como vulnerável à extinção, um degrau abaixo de "em perigo". Ele se soma a outra espécie de atum (T. thynnus), avaliada como ameaçada de extinção em 2011. Da mesma forma a enguia americana (Anguilla rostrata), que atraiu pescadores depois da quase extinção de enguias japonesas e europeias, foi listada como ameaçada.

O herculeana Labidura extinto

Nem todas as espécies excessivamente exploradas vivem no mar. A cobra chinesa (Naja atra), que é uma das espécies de animais mais exportadas da China continental, segundo a IUCN, para o mercado de alimentos de Hong Kong, foi adicionada à lista de vulnerável.
Infelizmente a atualização também define a situação de várias espécies não encontradas por décadas e agora são classificadas como extintas. Dois peixes que ocorriam na Turquia, o Gölcük (Aphanius splendens) e o pequeno Eğirdir (Pseudophoxinus handlirschi), foram aniquilados por peixes exóticos introduzidos no ambiente. Um peixe de Israel chamado de tristramella da mandíbula longa (Tristramella sacra) desapareceu depois que seu  hábitat, o pântano, foi destruído. A tesourinha gigante santa helena (Labidura herculeana), que viveu na ilha de Santa Helena, provavelmente foi dizimada por diversas espécies invasoras, incluindo ratos, camundongos e aranhas. Um molusco malaio chamado Plectostoma sciaphilum desapareceu após a extração de calcário destruir seu único habitat. Finalmente, um invertebrado chamado Geonemertes rodericana provavelmente desapareceu há quase 100 anos depois que sua única morada, na ilha de Rodrigues, no Oceano Índico, foi desmatada.
Estas extinções não serão as últimas. A atualização da Lista Vermelha também contém muito poucas espécies hoje são listadas como "criticamente em perigo (extinção presumida)." São espécies das quais não se tem registro por décadas, mas que cientistas ainda não desistiram de procurar.
A Lista Vermelha da IUCN tem crescido dramaticamente ao longo das últimas duas décadas, não apenas por causa da elevação do nível  de ameaças enfrentadas por espécies em todo o mundo, mas também por causa dos esforços para avaliar todas as espécies existentes. Ainda assim, tem limitações. Embora todos os mamíferos e as aves conhecidas tenham sido avaliados quanto ao seu risco de extinção, cientistas ainda não conseguiram determinar os riscos que enfrentam 56% dos répteis, 62% dos peixes, 94 % das plantas, 95,5% dos insetos e 99,997% dos cogumelos. Ao todo, a IUCN calcula que apenas 4% dos cerca de 1,73 milhões de espécies no planeta foram estudados o suficiente para permitir a compreensão da estabilidade e dos riscos de suas populações.
Scientific American

A redução da variedade de flores está matando as abelhas

 
O quebra-cabeça que é o declínio geral das abelhas fica ainda mais complicado. A abelha europeia (Apis mellifera) e o resto dos insetos antófilos (que amam as flores) já tinham que lutar contra o vírus das asas deformadas, o fungo Nosema ceranae, o parasita Varroa destructor, sofisticados inseticidas neonicotinóides ou o próprio aquecimento global. Agora, um estudo acrescenta mais um inimigo: a redução da diversidade de plantas e árvores florais provocada pela agricultura moderna.
A Holanda é uma das regiões do mundo onde a agricultura mais avançou. Mais de 80% do território que era natural no início do século passado hoje é terra cultivada. Por isso, é um grande cenário real para estudar o impacto que a agricultura moderna está tendo sobre as abelhas. Aliados tradicionais dos agricultores, esses polinizadores estão desaparecendo em um ritmo alarmante, que alarmou os agricultores e os cientistas.
Um grupo de biólogos holandeses descobriu que há uma conexão entre a diminuição da diversidade floral e o declínio das abelhas. O trabalho deles se concentra nas espécies silvestres, mas suas conclusões podem ajudar a desvendar o colapso sofrido por muitas colmeias de abelhas melíferas.
“Os efeitos negativos do varroa, das doenças ou da quantidade de pesticidas pode ser reforçada por uma limitação da disponibilidade de comida”, diz o ecologista da Universidade de Wageningen e coautor do estudo, Jeroen Scheper. “Com as condições pioradas por um cenário de recursos escassos, as abelhas podem ser mais vulneráveis a estas ameaças. E o mecanismo pode funcionar em sentido inverso: os efeitos não-letais dos pesticidas podem afetar negativamente a eficiência forrageira das abelhas operárias, o que poderia ter um impacto maior quando a disponibilidade de recursos florais é baixa“, acrescenta.
As espécies de abelhas silvestres que se alimentam de rosáceas se multiplicaram
Scheper e seus colegas coletaram exemplares entre várias coleções de museus e taxidermistas de mais de 50 espécies de polinizadores silvestres. Eles queriam saber de quais flores elas se alimentavam antes que, a partir dos anos cinquenta do século passado, a agricultura se espalhasse por quase todo o território holandês. Mas estavam procurando mais o pólen que o néctar.
“O pólen é um recurso alimentício crítico para as larvas das abelhas, mas elas não se desenvolvem com o pólen de todas as espécies de plantas. Algumas espécies de abelhas só crescem com o pólen de um único gênero ou família, enquanto outras espécies coletam de uma grande variedade vegetal. Mesmo neste caso, no entanto, as abelhas têm preferências por determinados táxons e se desenvolvem menos com as variedades que atraem menos”, explica Scheper. “Pelo contrário, as abelhas são menos exigentes com o néctar, ou seja, as espécies que coletam o pólen de uma única variedade de planta também recolhem néctar de muitas outras variedades vegetais”, acrescenta.
Ao comparar com o pólen dos insetos empalhados, os pesquisadores comprovaram que as espécies atuais com maior queda são exatamente as que se alimentam de flores de plantas silvestres ou semissilvestres, que se tornam escassas, como algumas variedades de leguminosas antigamente cultivadas como forragem para o gado ou para rotação de culturas.
Seu estudo, recém-publicado na revista PNAS, também indica que as espécies de abelhas especializadas em rosáceas, em vez de diminuir, multiplicaram-se. Além das rosas, essa família de plantas inclui grande variedade de flores, árvores frutíferas e muitas outras plantas ornamentais, das quais a Holanda é forte exportadora.

Um ingrediente a mais no coquetel mortífero

Ainda que Scheper argumente que as conclusões de seu trabalho se concentram nas espécies silvestres de abelhas e zangões, a menor diversidade de flores se une ao conjunto de fatores que estão exterminando as abelhas melíferas. Talvez seja problema de visibilidade. Simplesmente, há menos estudos sobre o estado das populações silvestres.
É possível que sua situação seja ainda pior, já que não há apicultores supervisionando as abelhas silvestres”, diz Francesco Nazzi, pesquisador da Universidade de Udine, na Itália. Em conjunto com Francesco Pennacchio, da Universidade de Nápoles, Nazzi acaba de publicar artigo na revista Trends in Parasitology que tenta sistematizar o que acontece com as abelhas.
Sua resposta é tudo. Longe de uma explicação simples e de causa única, uma tempestade perfeita, em que alguns fatores agravam os efeitos de outros, seria responsável pelo declínio das abelhas melíferas.
“Trata-se de um problema simples, a perda de colônias de abelhas melíferas no mundo todo, sem uma resposta simples”, diz Nazzi. E não é fácil devido à interação de muitos fatores. Embora o vírus das asas deformadas tenha sido descoberto no início do século passado no sul da Ásia, o ácaro parasita que ele usa como vetor só chegou à Europa nos anos setenta, e uma década depois, à América do Norte. Os neonicotinóides, família de pesticidas relacionada ao colapso em massa das colmeias, começaram a ser usados nos anos noventa.
Nazzi também cita a deterioração de seus ecossistemas naturais em razão da expansão da agricultura.
Em seu modelo, todas as peças se encaixam e permitem entender "como os diferentes agentes estressantes podem interagir em sinergia para afetar as defesas imunológicas das abelhas”, afirma o pesquisador italiano. "Isso é muito importante, já que as barreiras imunológicas são fundamentais para manter sob controle as infecções virais que podem se tornar destrutivas quando qualquer desses fatores mencionados muda esse frágil equilíbrio, promovendo uma intensa multiplicação do patógeno”, acrescenta.
Para Nazzi, qualquer tentativa de combater o declínio das abelhas tem que enfrentar cada um dos fatores que as ameaçam. Isso vai de tentar controlar os patógenos, sem prejudicar as abelhas, a reduzir sua exposição aos pesticidas e melhorar a gestão da agricultura intensiva.
"ElPAIS".com

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Nave Soyuz chega à ISS com primeira astronauta italiana

O americano Terry Virts, o russo Anton Shkaplerov e a americana Samantha Cristoforetti chegaram à Estação Espacial Internacional nesta segunda-feira
 
A nave Soyuz com a primeira astronauta italiana da história, Samantha Cristoforetti, se acoplou com sucesso à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), informou a Nasa. A italiana, que viajou acompanhada de um russo, Anton Shkaplerov, e de um americano, Terry Virts, chegou à ISS à 0h49 de segunda-feira. A decolagem ocorreu em Baikonur, no Cazaquistão, às 19h01 (horário de Brasília) de domingo. 
O voo da nave russa durou pouco menos de seis horas porque utilizou a chamada trajetória rápida, que permite à Soyuz chegar à estação após dar apenas quatro voltas ao redor da Terra. Na ISS já estavam três astronautas, o americano Barry Wilmore e os russos Alexander Samokutiayev e Elena Serova, que devem retornar em março.
Samantha, da Agência Espacial Europeia (ESA), é a primeira mulher italiana a viajar ao espaço. A astronauta de 37 anos, que também é oficial da Aeronáutica italiana, permanecerá a bordo da ISS até maio de 2015.
Laboratório espacial — A Nasa depende da Rússia para enviar astronautas à ISS, a um custo de 70 milhões de dólares por passageiro. Ao todo, 16 países participam da ISS, mas Rússia e Estados Unidos financiam a maior parte do projeto. A construção desse laboratório orbital, em operação desde 1998, custou 100 bilhões de dólares. Em janeiro a ISS teve sua vida prolongada pela Nasa até 2024.
Veja.com

Nasa divulga imagem detalhada de lua de Júpiter

Imagem detalhada da lua Europa, do planeta Júpiter
 
A Nasa divulgou uma versão nova e mais detalhada de uma imagem da superfície da lua Europa, de Júpiter, na sexta-feira. Um pouco menor do que a Lua da Terra, o satélite é considerado por muitos pesquisadores como a principal aposta para abrigar vida fora da Terra, devido ao extenso oceano que se encontra abaixo da superfície congelada deste corpo celeste.
A imagem original era composta por fotografias obtidas no fim da década de 1990, pela missão Galileo, e publicada em 2001, em baixa resolução. Ela foi reprocessada utilizando tecnologia moderna e, além de alta resolução, tem agora cores mais próximas ao que o olho humano seria capaz de ver. 
A existência do oceano na lua Europa é sustentada pelos pesquisadores com base em observações realizadas por telescópios da Terra e por sondas que já passaram pelo satélite. Ela teria de duas a três vezes a quantidade de água do nosso planeta, e poderia reunir as condições necessárias para o surgimento da vida — que, no caso da Terra, teria vindo dos oceanos.
“Nós costumávamos pensar que para um mundo ser habitável ele teria que estar a determinada distância de sua estrela, de modo que fosse possível existir um oceano liquido na superfície”, afirma Kevin Hand, estudioso da astrobiologia, área que busca por formas de vida fora da Terra, em vídeo divulgado pela Nasa.
Apesar de estar longe do Sol, os cientistas acreditam que a Europa tenha água liquida devido à "força da maré", isto é, a atração gravitacional entre ela e Júpiter, que gera calor para manter a água nesse estado. O contato desse oceano salgado, em constante movimentação, com as rochas do corpo celeste pode, segundo os pesquisadores, criar as condições favoráveis ao desenvolvimento da vida.
Missões futuras — A Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) tem planejada uma missão para explorar o planeta Júpiter e três de suas maiores luas, Ganímedes, Calisto e Europa. Denominada Juice (JUpiter ICy moons Explorer ou Exploração das luas congeladas de Júpiter, em tradução livre), a missão tem previsão de lançamento em 2022 e chegaria ao planeta apenas em 2030, onde ficaria três anos fazendo observações detalhadas do gigante gasoso e de seus satélites.
A Nasa tem em seus planos a missão Europa Clipper, com o objetivo de analisar as condições de esse satélite dar suporte à vida, mas ainda sem data definida.
Veja.com

Cientistas dizem que estes camarões azuis podem guardar o segredo para a vida alienígena

Camarões da espécie Rimicaris hybisiae em fontes termais

Camarões da espécie Rimicaris hybisiae

De acordo com exobiólogos da NASA, estes camarões misteriosos e suas bactérias simbióticas podem conter pistas “sobre como poderia ser a vida em outros planetas“. Estas formas de vida seriam semelhantes, em um nível básico, ao que deve estar escondido nos oceanos da Europa, uma das luas que orbitam Júpiter.
Max Coleman, pesquisador sênior do JPL-NASA (Jet Propulsion Laboratory), diz que sua equipe se concentrou “em um ecossistema misterioso no Caribe para obter pistas sobre como poderia ser a vida em outros planetas, como na Europa – lua congelada de Júpiter – que tem um oceano subterrâneo”.
Esse ecossistema está a 2.300 m de profundidade no Mar do Caribe, ao sul das ilhas Cayman. Os camarões da espécie Rimicaris hybisiae vivem próximos a fontes termais que chegam a 400°C, mas a água gelada do oceano permite a eles sobreviver.
Os pesquisadores dizem:
Em dois terços da história da Terra, a vida existiu apenas na forma microbiana. Na lua Europa, a maior chance de encontrar vida é na forma de micróbios. (…) O objetivo geral de nossa pesquisa é ver o quanto a vida ou a biomassa pode ser sustentada por fontes termais de água subterrânea. (…) É um sistema simbiótico notável.
A pesquisa deles é baseada em espécimes coletados em fontes hidrotermais do Caribe, descobertos pela primeira vez em 2009 e revisitados em 2012. O estudo mostra como esses seres sobrevivem em tais condições extremas.
Basicamente, os camarões se alimentam de carboidratos produzidos por bactérias que ingerem sulfeto de hidrogênio. Por isso, eles vivem entre a água sulfurosa das fontes termais (que alimenta as bactérias) e a água oxigenada do oceano (para respirarem).
De acordo com Emma Versteegh, pós-doutora trabalhando no JPL, “a existência de um animal como este na Europa depende muito da quantidade real de energia que é lançada lá através de fontes hidrotermais”.
Para saber mais sobre isso, é preciso enviar uma missão submarina para essa lua de Júpiter. Adam Steltzner e seus colegas do JPL sonham com isso há tempos, e ela deveria acontecer o quanto antes. [NASA]

domingo, 23 de novembro de 2014

Fenômenos extremos serão "nova normalidade", diz o Banco Mundial


Os impactos de fenômenos meteorológicos "extremos", como ondas de calor e inundações, consequência do aquecimento global, já podem ser considerados "inevitáveis" e se transformar na "nova normalidade", indicou neste domingo um novo estudo do Banco Mundial (BM).
De acordo com o relatório "Baixemos a temperatura: Como fazer frente à nova realidade climática", as mudanças climáticas drásticas e os fenômenos extremos já afetam pessoas de todo o mundo, prejudicam os cultivos e as áreas litorâneas e põem em risco a segurança hídrica.
O BM assinala que, dada a tendência atual, se prevê um aumento da temperatura global de 1,5 graus centígrados sobre os níveis pré-industriais para 2050.
"O relatório de hoje confirma o que os cientistas vinham dizendo, isto é, que as emissões do passado marcaram uma tendência inevitável rumo ao aquecimento global nas próximas duas décadas, o que afetará em maior medida às pessoas mais pobres e vulneráveis do mundo", declarou Jim Yong Kim, presidente do BM em uma nota de imprensa.
Kim ressaltou que alguns destes indicadores já são reais. "Já os estamos observando: as temperaturas que superam os registros históricos são cada vez mais frequentes, a intensidade das chuvas aumentou em alguns lugares e as zonas propensas à seca, como o Mediterrâneo, se tornaram mais secas", exemplificou.
O relatório desenha um panorama extremamente complexo para as próximas décadas, com especiais efeitos adversos na produtividade agrícola, no regime hidrológico e na biodiversidade. Como exemplo, o documento cita o caso do Brasil, onde, com um aquecimento de 2°C, as colheitas poderiam reduzir-se até 70% no caso da soja e até 50% no do milho para o ano 2050. Além disso, adverte que o degelo das geleiras constituirá um risco para as cidades andinas.
Como se não bastasse, o organismo previu que o aumento nas migrações e nas pressões sobre os recursos relacionados com o clima também poderiam aumentar o risco de conflitos.
"No relatório fica extremamente claro que não podemos seguir o caminho atual de emissões não controladas e em aumento. Os líderes devem intensificar os esforços e adotar as decisões necessárias sobre como devemos conduzir nossas economias para conseguir um crescimento ecológico", afirmou Rachel Kyte, vice-presidente do organismo e enviada especial para a mudança climática.
O alerta do BM é divulgado uma semana antes da realização em Lima, no Peru, da 20ª Conferência das Partes (COP) sobre Mudança Climática da ONU.
 

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

O Brasil volta a ter taxas alarmantes de poluição - e alimenta o aquecimento global


 
Já se olha com incredulidade para a promessa feita pelo governo brasileiro de reduzir em 38,9% a emissão de
gases geradores do efeito estufa até o final desta década. O motivo da descrença, aqui e no mundo, veio na quinta- feira 20 com informações do Observatório do Clima (reúne instituições civis que cuidam do meio ambiente): após oito anos apresentando queda, as emissões do Brasil de gases poluentes novamente cresceram no ano passado ao patamar de 1,57 bilhão de toneladas de CO2. Isso significa uma subida de 7,8% em relação a 2012. Um dos maiores responsáveis por essa situação é o desmatamento, embora o governo federal negue esse fato ou tente esconder os índices verdadeiros como ocorreu recentemente. O Inpe desmente o governo ao demonstrar que o desmatamento no País nos meses de agosto e setembro bateu na casa dos 122%. 
ISTOÉ.com
 

Estudo diz que pequenos vulcões podem conter aquecimento global

Vulcão Turrialba visto de Cartago, na Costa Rica: cientistas apontam conexão com aquecimento global
Vulcão Turrialba visto de Cartago, na Costa Rica: cientistas apontam conexão com aquecimento global
 
As erupções de pequenos vulcões poderiam estar retardando o aquecimento global, ao emitir aerossóis de enxofre, que chegam à alta atmosfera e desviam a luz solar para longe da Terra, afirmaram cientistas americanos nesta terça-feira (18).
 Há tempos, os estudiosos sabem que os vulcões são capazes de proteger o planeta do aquecimento global, mas eles não consideravam que pequenas erupções fizessem muita diferença.
 As mais recentes descobertas, publicadas no periódico Geophysical Research Letters, demonstram que pequenas erupções vulcânicas desviaram quase duas vezes mais radiação solar do que se estimava anteriormente.
 "Ao rebater a energia solar que entra de volta para o espaço, partículas de ácido sulfúrico destas erupções recentes poderiam ter sido responsáveis por reduzir as temperaturas globais entre 0,05 e 0,12 grau Celsius desde o ano 2000", destacou o estudo.
 "Estes novos dados poderiam ajudar a explicar porque aumentos nas temperaturas globais diminuíram nos últimos 15 anos, um período denominado de 'hiato do aquecimento global'", prosseguiu.
O ano mais quente já registrado foi 1998 e, embora os últimos anos tenham sido mais quentes que a média do século XX, a escalada íngreme vista nos anos 1990 se estabilizou.
 Várias teorias foram levantadas sobre por que o mundo está vivendo um hiato do aquecimento, entre as quais estão mudanças na forma como o calor é absorvido nos oceanos ou um período de fraca atividade solar.
 A maioria das projeções climáticas não consideram as erupções vulcânicas porque elas são muito difíceis de prever.
 No entanto, acredita-se que grandes ocorrências do tipo, como a erupção do Monte Pinatubo, nas Filipinas, em 1991, que emitiu 20 milhões de toneladas métricas de enxofre, tenham tido um impacto no clima mundial.
 David Ridley, um cientista atmosférico do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, em Cambridge, sentiu que faltava uma peça do quebra-cabeça.
 Segundo o estudo, ele conseguiu encontrá-la na interseção entre a estratosfera e a troposfera, a camada mais baixa da atmosfera, onde ocorrem os eventos climáticos.
As duas camadas se encontram entre 10 e 15 quilômetros acima da Terra e ficam abaixo do alcance da maioria dos satélites.
 "Dados de satélites fazem um grande trabalho ao monitorar as partículas acima dos 15 km, o que é excelente nos trópicos", disse Ridley.
 "No entanto, na direção dos polos, sentimos falta de cada vez mais partículas repousando na baixa estratosfera, que pode chegar até 10 quilômetros", prosseguiu.
 O estudo combinou observações feitas com instrumentos no solo, no ar e no espaço para melhor observar os aerossóis nas partes mais baixas da estratosfera e descobriu que há mais aerossóis do que se pensava anteriormente.
 Especialistas afirmam que, no futuro, os modelos climáticos vão precisar incorporar melhores dados sobre aerossóis, que só podem ser obtidos com um sistema de monitoramento mais robusto para aerossóis estratosféricos.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Os 10 primeiros meses de 2014 são os mais quentes já registrados

O mês de outubro também foi o mais quente já registrado
 
Os dez primeiros meses de 2014 foram os mais quentes do planeta desde que foram iniciados os registros de temperatura em 1880, informou nesta quinta-feira Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA). Além disso, o mês passado foi o outubro mais quente já registrado, com 0,74 grau Celsius acima da média do século 20, que é de 14 graus.
Para o período de janeiro a outubro de 2014, a temperatura média nos oceanos e na terra foi de 10,3 graus, ultrapassando assim em 1,05 grau a média do século anterior. "O aquecimento foi significativo em uma grande área do sul da América do Sul, nas regiões costeiras do oeste dos Estados Unidos, no Extremo Oriente russo, em partes do sul e sudeste da Ásia, no sul e no oeste da Austrália e em partes do sul da Europa", disse o NOAA em comunicado.
Essas temperaturas mais elevadas deixaram o ar mais quente em todo o planeta. A temperatura global na superfície do mar foi de 16,51 graus Celsius em outubro, a mais alta para esse mês e o sexto aumento consecutivo mensal, informou a agência. "O aquecimento recorde foi observado em partes das principais bacias oceânicas. Quase todo o oceano Índico teve temperaturas quentes recordes ou mais quentes do que a média", explicou.
Esses recordes de temperatura ocorreram sem a presença do El Niño, que é registrado, em média, a cada cinco a sete anos, exercendo uma forte influência no clima mundial. De acordo com o NOAA, há cerca de 60% de chance de o El Niño reaparecer neste verão.
Veja.com

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Frase

Foto

A gota d´água

 (Foto: Otávio Silveira/Editora Globo)
Uma das primeiras guerras da história aconteceu há mais de 4,5 mil anos na Suméria, região onde hoje se encontra o Iraque. Munidos de espadas, machados de bronze e lanças, o exército da cidade-estado de Lagash avançou contra o rei de Umma, que desviou as águas do Rio Tigre para construir um canal de irrigação. “Eannatum, líder de Lagash, foi para a batalha e deixou 60 soldados mortos na margem do canal”, dizia uma inscrição encontrada por arqueólogos. Assim como outras civilizações que não tinham acesso a recursos hídricos abundantes, a luta pela água era, literalmente, uma batalha de sobrevivência para os dois povos.
Passados alguns milênios, os conflitos já não são resolvidos apenas pela força. Mas a explosão populacional e a crescente demanda por infraestrutura e produção de bens ampliaram ainda mais a necessidade por recursos naturais. A água doce, antes considerada abundante em boa parte do mundo, se transformou num bem estratégico. Apesar de ocupar dois terços da superfície terrestre, a água própria para consumo faz parte de uma fatia mínima. De 1,2 bilhão de quilômetros cúbicos de água existentes no planeta, menos de 3% é potável — o que representa cerca de 35 milhões de quilômetros cúbicos. O problema é que 2% deste volume está disponível na forma de geleiras e camadas de neve e 0,9% está localizado em aquíferos subterrâneos. Ou seja, 0,1% de água doce é encontrada em locais de fácil acesso, como rios e lagos — o equivalente a 1,4 milhão de quilômetros cúbicos.
Como se não bastasse, essa pequenina porção é degradada a cada dia pela poluição de rios e depósitos subterrâneos gerados pelo despejo de esgoto não tratado e resíduos industriais. Um relatório divulgado em 2013 pelo Ministério de Recursos Hídricos da China indicava que 97% dos lençóis freáticos de 118 cidades do país estavam poluídos. Com esse cenário, o discurso de que a água poderá se transformar no petróleo do século 21 não é simples conversa daquele tio alarmista. Como as fronteiras políticas não coincidem com os limites geográficos das 261 bacias hidrográficas existentes no mundo, litígios pelo controle da água tendem a aumentar. “A disputa pela água não gera necessariamente uma guerra. Mas em regiões com um histórico beligerante, a redução e degradação dos recursos podem virar um estopim para um conflito”, diz Vanessa Barbosa, autora do livro A Última Gota, da Editora Planeta, que chega às livrarias em outubro.
Apesar de contar com quase 12% da água superficial do planeta, o Brasil não escapa desse cenário de tensão. São Paulo e Rio de Janeiro, os dois estados mais ricos do país, entraram recentemente numa crise política por causa do controle da vazão do Rio Paraíba do Sul, que nasce em território paulista, mas é essencial para abastecer a região metropolitana carioca. Antes de tomar aquele banho demorado ou lavar a calçada de casa, saiba como a água está sendo disputada gota a gota em diferentes lugares do mundo.
 
SP vs RJ > NÃO É SÓ VOLUME MORTO
Crise hídrica em São Paulo também tem reflexo na distribuição interestadual de água
Durante a virada de 2013 para 2014, São Paulo enfrentou o verão mais quente e seco das últimas décadas. Com a diminuição contínua dos níveis de água do Sistema Cantareira, composto por seis represas que atendem mais de 9 milhões de habitantes da região metropolitana da capital paulista, o governo passou a utilizar uma reserva de emergência, chamada popularmente de volume morto, para continuar normalmente o abastecimento. Além disso, deu início às obras de transposição das águas da represa de Jaguari, que faz parte da bacia do Rio Paraíba do Sul, para o reservatório de Atibainha, integrante do Cantareira.
“A transposição era uma alternativa prevista apenas para 2025”, afirma Edilson de Paula Andrade, geólogo especialista em recursos hídricos. O problema é que o Paraíba do Sul, com nascente em São Paulo, corre para o Rio de Janeiro e tem parte de sua água transposta para outro rio, o Guandu, responsável por abastecer 80% da região metropolitana da capital fluminense.
 
Clique na imagem para ampliá-la (Foto: Bruno Algarve)
 
NA CONTA DA NATUREZA
Além de afetar o consumo humano, a crise hídrica em São Paulo também ameaça a biodiversidade dos reservatórios
Pela primeira vez, o índice de água das represas do Sistema Cantareira atingiu em 2014 um volume menor do que 10%, obrigando o governo estadual a utilizar um reservatório de 400 milhões de metros cúbicos de água, uma reserva técnica conhecida como "volume morto". Ao contrário do que o nome indica, essa porção hídrica é muito importante para a manutenção da biodiversidade. "De morta essa reserva não tem nada. Há toda uma cadeia de vida que será alterada por conta da interferência humana", afirma o ambientalista Dener Giovanini, vencedor em 2003 do prêmio ambiental Unep-Sasakawa, promovido pela ONU. Para o especialista, a seca também é motivada pela eliminação da cobertura vegetal nativa, o que afeta a proteção dos cursos de água responsáveis por abastecer os córregos. "Por mais que o cidadão faça sua parte e economize água, o atual estilo de desenvolvimento predatório continuará a promover desequilíbrios", diz Giovanini.
 
ISRAEL vs VIZINHOS > GUERRA TÁTICA
Cercado de inimigos, Israel tomou o controle dos principais recursos hídricos da região
Após sua criação, em 1948, o Estado de Israel se encontrava em posição geopolítica difícil: além de ser rodeado de vizinhos árabes que não concordavam com a partilha do território palestino, o país era dependente das águas do Mar da Galileia, lago abastecido majoritariamente pelo Rio Jordão, cujas principais nascentes se encontravam em território sírio, nas Colinas de Golan.
Para garantir o abastecimento, Israel e Síria firmaram um acordo de paz assinado em 1949 que determinava a partilha do Mar da Galileia. Em 1953, no entanto, os israelenses iniciaram a construção de um aqueduto que levaria as águas do lago para outras regiões do país.
Alegando que o pacto havia sido desrespeitado, a Liga Árabe (organização composta por mais de 20 países) aprovou um plano para a construção de canais que desviariam as águas de parte das nascentes do Rio Jordão. Ameaçado pelo projeto, Israel iniciou uma série de ataques fronteiriços contra Síria e Jordânia, o que forçou a interrupção das obras. 
As crescentes tensões entre os países chegaram ao ápice em 5 de junho de 1967, quando Israel lançou uma ofensiva militar contra Egito, Jordânia e Síria. De uma só vez, os israelenses tomaram o controle das Colinas de Golan, da Península do Sinai, de Jerusalém Oriental e da Cisjordânia.
Além do controle estratégico das nascentes que davam o domínio exclusivo do Mar da Galileia, Israel também conquistou um complexo de aquíferos subterrâneos localizados na Cisjordânia. “Os palestinos que vivem nessa região não podem utilizar os poços sem a autorização do exército israelense”, afirma o geógrafo Gilberto Souza Rodrigues Junior, que defendeu sua tese de doutorado sobre os recursos hídricos israelenses.
Clique na imagem para ampliá-la (Foto: Bruno Algarve)

BOLÍVIA > REBELIÃO POPULAR
Na cidade boliviana de Cochabamba, a privatização dos serviços hídricos motivou uma revolta contra o governo
Após ser eleito em 1997, o presidente boliviano Hugo Banzer passou o controle da empresa estatal de recursos hídricos da cidade de Cochabamba para as mãos do grupo privado Aguas Del Tunari. As tarifas de água foram reajustadas em 100%, apesar do abastecimento não atingir os bairros mais pobres da cidade. Durante os primeiros meses de 2000, setores populares se uniram contra a privatização, em protestos que foram reprimidos violentamente pela polícia. No dia 9 de abril daquele ano, a Aguas Del Tunari se retirou de Cochabamba e colocou fim ao episódio que ficou conhecido como Guerra da Água. Passados alguns anos, a situação não melhorou. “A população pobre não tem acesso à rede pública e fica à mercê da perfuração de poços, com um mercado clandestino da água”, afirma Matheus Pfrimer, professor de relações internacionais da Universidade de Goiás.
 (Foto: Bruno Algarve)
EGITO vs ETIÓPIA > DÁDIVA EM RISCO
  Quem gostava das aulas de história do colégio deve se lembrar da frase de que a civilização milenar egípcia só floresceu graças à presença do Nilo, o maior rio do mundo com 6,6 mil quilômetros de extensão. Ainda hoje, o Egito depende exclusivamente de sua bacia hidrográfica e 98% dos 80 milhões de habitantes do país vivem próximo de suas margens. Em 2011, o anúncio de que a Etiópia se preparava para construir uma usina hidrelétrica orçada em US$ 4,2 bilhões e capaz de produzir 6 mil megawatts de energia por hora acendeu o alerta vermelho no país árabe.
 (Foto: Bruno Algarve)
 
CHINA vs ÍNDIA > UM RIO ENTRE GIGANTES
  O Rio Brahmaputra, que percorre as duas nações mais populosas do mundo, sofre com a construção de barragens em seu leito
Somadas, as populações de China e Índia representam quase 35% da população mundial, o que equivale a mais de 2,5 bilhões de habitantes. Com o desafio de abastecer e providenciar energia para tantas pessoas, o governo chinês conta com um trunfo geográfico: após a revolução socialista de 1949, o exército do país ocupou a região do Tibete, nascente de algumas das principais bacias hidrográficas da Ásia.
Entre os rios que se originam na região está o Brahmaputra, que tem extensão de 2,9 mil quilômetros e percorre estados indianos importantes, como Assam, antes de se encontrar com o Rio Ganges e desaguar no Golfo de Bengala, em Bangladesh. Em território chinês, onde nasce, ele é chamado de Yarlung Tsangpo e passa pelo maior desfiladeiro do mundo, que tem o mesmo nome do rio e até 5 mil metros de profundidade.
Por conta de seu potencial energético, a China determinou a construção de quatro usinas hidrelétricas ao longo do rio e, futuramente, o desfiladeiro de Yarlung Tsangpo poderá abrigar duas construções capazes de gerar mais energia do que a usina chinesa de Três Gargantas, que tem potência instalada de 22,4 mil megawatts e é considerada a maior hidrelétrica do mundo.
“A construção dessas usinas é uma ameaça à Índia”, afirma Mirza Zulfiqur Rahman, pesquisador de estudos internacionais da universidade indiana Jawaharlal Nehru. “O Brahmaputra tem uma importância vital ao país, sustentando 4% da população que mora próximo de sua bacia hidrográfica.”
Apesar de ouvir do governo chinês que as quatro usinas hidrelétricas não represarão a água do Brahmaputra, a Índia iniciou a construção de barragens na província de Arunachal Pradesh, que faz divisa com a China. “O Rio Brahmaputra envolve também Bangladesh  e essas nação será duramente afetada”, diz Rahman.
 
 (Foto: Bruno Algarve)
EUA vs MÉXICO > DISPUTA DESIGUAL
México e Estados Unidos divergem sobre a divisão de águas do rio que separa suas fronteiras
Se a falta de chuvas no estado de São Paulo durante um verão já causou uma crise hídrica de grandes proporções, imagine a situação do oeste dos Estados Unidos, que registra em sequência os 14 anos mais secos desde o início do século 20. Localizada em uma região com pouca disponibilidade hídrica, a fronteira entre México e Estados Unidos depende das águas do Rio Grande, que nasce no estado americano do Colorado e cruza o país latino-americano sob o nome de Rio Bravo, até desaguar no Golfo do México.
Com mais de 3 mil quilômetros, suas águas são disputadas entre os dois países e também são alvo de conflitos internos nos estados americanos. Em março deste ano, o Texas processou o Novo México e o Colorado, alegando que eles estavam utilizando mais água do que o determinado em acordos estabelecidos. “A distribuição entre os países não é justa, mas, por ser o vizinho do país mais poderoso do mundo, o México sofre uma assimetria grande entre as relações”, diz José Luiz Escobedo Sagaz, pesquisador da Universidade Autônoma de Coahuila.
 (Foto: Bruno Algarve)

Vídeo da NASA simula produção anual de CO2 no planeta

Pela primeira vez na história, cientistas da Nasa produziram um modelo que simula todo o fluxo do dióxido de carbono no planeta Terra ao longo de um ano. A ação pioneira ilustra em alta resolução como o gás realmente se move na atmosfera da Terra.
No vídeo, fica claro como as nuvens de CO2 formam redemoinhos e se deslocam pelos hemisférios Norte e Sul. Essas regiões, inclusive, apresentam trocas de concentrações de acordo com o crescimento de plantas e árvores.
A visualização criada por cientistas da  NASA Goddard's Global Modeling and Assimilation Office só se tornou possível com um novo modelo de programação chamado GEOS-5. O projeto faz parte das simulações da “Nature Run”, uma área que processa dados reais oriundos das condições atmosféricas.

Em particular, essa simulação se baseou no período de maio de 2005 a junho de 2007; e com as emissões de carbono aumentando, o modelo pode se tornar ainda mais assustador.
 
 (Foto: Reprodução)

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Sonda Philae detecta matéria prima da vida na poeira fina do cometa

Concepção artística do Philae descendo no terreno acidentado do cometa Churyumov-Gerasimenko. Notícias do cometa, boa e má. A má é que aparentemente a perfuratriz do módulo de pouso Philae não conseguiu colher uma amostra do cometa Churyumov-Gerasimento para ser analisada por seu laboratório interno. A boa é que, mesmo assim, a sonda aparentemente encontrou a matéria-prima da vida — moléculas orgânicas — na poeira fina do objeto. Elas foram detectadas por um dos instrumentos da sonda, mas os cientistas ainda precisam analisar os resultados para saber quais são elas.
Por enquanto, o achado não é tratado como evidência concreta de que os cometas ajudaram a semear os compostos essenciais à vida em planetas como a Terra. É apenas uma confirmação de que há compostos orgânicos em cometas, algo que já havia sido observado por outras sondas e por análises telescópicas.
O melhor ainda está por vir, quando esses dados forem analisados e indicarem especificamente que substâncias provavelmente existem em maior quantidade no cometa. Um dos instrumentos responsáveis por isso é o COSAC, instalado no interior do Philae.
Ele tinha dois modos de operação. Num, que os cientistas chamam de “modo farejador” (“sniff mode”), ele apenas analisa os compostos que porventura tenham chegado a ele durante a descida. Noutro, ele deveria analisar uma amostra colhida pela perfuratriz da sonda, a SD2.
A detecção de moléculas orgânicas se deu pelo método passivo. E ele terá de servir. Embora tanto a perfuratriz como o instrumento tenham operado com sucesso, de acordo com a telemetria, o experimento não produziu resultados.
Segundo Fred Gösmann, do Instituto Max Planck, cientista-chefe do COSAC, os dados mostram que a amostra não chegou ao instrumento. “Não há nada lá”, disse ele, segundo o repórter Eric Hand, da revista “Science”.
Os dados do instrumento recebem especial atenção, pois ele não só é capaz de detectar compostos orgânicos como aminoácidos (os tijolos de que são feitas as proteínas), como também pode diferenciar entre versões “canhotas” e “destras” dessas moléculas. Curiosamente, embora elas apareçam nos dois tipos na natureza, a vida (ao menos na Terra) só faz uso das versões canhotas.
Uma detecção desbalanceada das duas versões poderia ser um indicativo indireto de atividade biológica no cometa. Mas, sem a amostra de solo, isso ficou mais difícil.
CHÃO DURO
Enquanto isso, saíram também dados preliminares do instrumento MUPUS — basicamente uma agulha que penetrava no solo para medir sua temperatura e outras propriedades. Ele não conseguiu avançar muito e empacou perto da superfície. Nem mesmo com a máxima potência aplicada, houve perfuração.
Isso leva os cientistas a pensar que, sob uma camada de 10 a 20 cm de poeira, exista gelo muito duro. Curiosamente, dados obtidos da órbita sugerem que o interior profundo do cometa é bem poroso e de baixa densidade. Ao que parece, o cometa tem uma camada de poeira recobrindo uma casca dura.
Os cientistas trabalharão duro analisando todos os dados, enquanto torcem pelo retorno do Philae. Ele entrou no modo de hibernação e recebe muito pouca energia em seus painéis solares. Mas há a esperança de que, com o tempo, suas baterias possam se recarregar e ele volte ao trabalho. Mas isso só em 2015, quando o cometa se aproximar mais do Sol.
FolhaSP.com

Com que frequência a Terra é atingida por meteoritos?

Fragmento de meteorito que foi retirado de um lago e exposto no museu de Tcheliabinsk, em Chelyabinsk, Rússia
 
Fragmentos de asteroides, cometas e mesmo pedaços de planetas desintegrados estão sempre caindo do céu. E isso não é privilégio nosso: rochas e metais de todos os tamanhos e formas também atingem outros planetas e até a Lua.
"Diariamente, mais de uma tonelada chega à Terra", afirma Othon Winter, pesquisador e professor de astronomia da Unesp (Universidade Estadual Paulista). Ao alcançarem a atmosfera, esses fragmentos provocam o fenômeno luminoso conhecido como meteoro.
"A maior parte desses corpos se desintegra e os que são encontrados são chamados de meteoritos", esclarece o astrônomo. Dos poucos que chegam, boa parte vai para o mar ou áreas desabitadas. Flagrar uma queda ou encontrar esses fragmentos é questão de sorte. Ou de azar, como foi o caso da americana Ann Hodges, do Alabama, atingida na perna por uma pedra de 4 kg que caiu no teto de sua casa em 1954.
Flagrar uma queda ou encontrar esses fragmentos é questão de sorte. Ou de azar: um meteoro que caiu sobre a região de Tcheliabinsk, na Rússia, deixou mais de 500 pessoas feridas no ano passado. A maioria dos meteoritos é composta por rocha e metais, como o ferro, e advêm de cometas ou de asteroides agrupados em um cinturão entre Marte e Júpiter

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Após pouso em cometa, veja os próximos desafios no espaço

Representação artística de como poderia ser um planeta habitável e semelhante à Terra (Nasa)
 
O robô Philae fez história ao pousar na superfície de um cometa a 500 milhões de quilômetros da Terra. O módulo, enviado pela sonda Rosetta, enviará para a Terra dados com os quais os cientistas pretendem ajudar a elucidar questões fundamentais sobre a formação do Sistema Solar e a própria vida no nosso planeta.
Uma teoria sustenta que os cometas foram responsáveis pela distribuição de água aos planetas. Outra ideia é que eles poderiam ter "semeado" a Terra com a química necessária para dar o pontapé inicial na biologia.
Enquanto os cientistas analisam as imagens que começam a ser enviadas pela sonda, outras explorações espaciais estão em andamento - com prospectos igualmente animadores para a Ciência. Veja algumas das iniciativas.

Hubble, Spitzer e Kepler

 
Com esses três telescópios, os cientistas vêm explorando o universo há alguns anos. A missão Kepler, lançada em 2009 para identificar planetas habitáveis, já encontrou um planeta do tamanho da Terra orbitando uma estrela -a uma distância do corpo em que água líquida pode se concentrar em sua superfície.

Curiosity

Buraco em Marte realizado pela exploração da sonda Curiosity
 
A sonda da Nasa em Marte encanta os fãs de exploração espacial com as imagens do planeta vermelho. Atualmente, o veículo está explorando uma montanha em Marte e, como resultado, já levou à criação de um mapa mineral do planeta, que vai ajudar a guiar futuras missões.

New Horizon

 
Plutão ainda não recebeu nenhuma espaçonave, portanto os cientistas não têm uma visão detalhada de sua geografia. No entanto, a missão da Nasa chamada "Novos Horizontes", lançada em 2006, deve mudar isso no ano que vem. A sonda deve ser retirada de seu período de hibernação nas próximas semanas para se preparar para sua missão histórica com o corpo celeste.

Missão Dawn

 
Em uma ambiciosa missão da Nasa, uma nave foi lançada para orbitar dois gigantescos corpos celestes localizados entre Marte e Júpiter. O veículo já orbitou o protoplaneta Vesta por mais de um ano e agora deve atingir o planeta-anão Ceres em abril de 2015. A expectativa dos cientistas é que a missão forneça novos dados sobre a formação e a evolução do Sistema Solar.

Cassini

 
A missão conjunta entre Estados Unidos e Europa foi lançada em 1997. A sonda já explorou os anéis de Saturno e muitas de suas luas congeladas. A Cassini pousou em Titã, a maior lua de Saturno, em 2005. Os cientistas estão especialmente interessados em Titã porque pode haver semelhantes com a Terra em seus primeiros anos. A missão seguirá em curso até 2017, pelo menos.

Imazon aponta alta de 467% no desmate da Amazônia, em outubro

Imagem de 14 de outubro deste ano mostra árvore solitária em área devastada pelo desmatamento ilegal na área de floresta amazônica no estado do Pará (Foto: Raphael Alves/AFP)
 
O levantamento não-oficial de desmatamento feito pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), de Belém, apontou nova alta na devastação da floresta amazônica em relação ao ano passado. O SAD, como se chama esse monitoramento independente, detectou 244 km² de desmatamento na Amazônia Legal em outubro de 2014. Isso representou um aumento de 467% em relação a outubro de 2013, quando o desmatamento somou 43 km².
O Imazon destacou que, por cusa da cobertura de nuvens, foi possível monitorar 72% da área florestal na Amazônia Legal enquanto que em outubro de 2013 o monitoramento cobriu uma área menor (69%) do território.
Em outubro de 2014, o desmatamento se concentrou em Rondônia (27%), Mato Grosso (23%), seguido pelo Pará (22%) e Amazonas (13%), com menor ocorrência em Roraima (9%), Acre (5%) e Amapá (1%).
As florestas degradadas (parcialmente destruidas) na Amazônia Legal somaram 468 quilômetros quadrados em outubro de 2014. Em relação a outubro de 2013 houve um aumento de 1.070%, quando a degradação florestal somou 40 quilômetros quadrados.
O SAD do Imazon já havia indica aumento de 191% em agosto e setembro de 2014, em relação ao mesmo bimestre de 2013. Em termos absolutos, naqueles meses, a alta foi de 288 km² para 838 km².
O levantamento do Imazon é paralelo ao realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que utiliza o sistema Deter. O dado mais recente do Deter foi divulgado em setembro, com números referentes aos meses de junho e julho, e também indicava aumento de 195% no desmate na comparação entre os dois meses de 2013 e 2014. As informações são utilizadas pelo Ministério do Meio Ambiente para controlar a devastação do bioma. A pasta não quis comentar os dados do Imazon, posto que não são oficiais.
 

Grande Barreira de Corais está ameaçada na Austrália

Golfinhos dançam sobre o Recife Myrmidon. Crédito: Catlin Seaview Survey
 
O estado de saúde da Grande Barreira de Corais inspira sérios cuidados. Apesar de toda a sua fama, de toda a sua importância ecológica e turística, e de ser uma unidade de conservação oficial da Austrália desde 1975 e considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco desde 1981, a GBC padece dos mesmos problemas de grande parte dos outros ecossistemas recifais do planeta: pesca ilegal, poluição e outras formas de degradação que emanam das atividades humanas na sua região costeira — incluindo a dragagem de portos e o tráfego de navios cargueiros. Segundo um estudo publicado em 2012 na revista PNAS, a cobertura de coral vivo dos recifes da GBC encolheu 50% nos últimos 30 anos, aproximadamente (era de 28%, caiu para menos de 14%).
Ou seja, o que você vê nas fotos do Catlin Seaview Survey hoje representa apenas metade do que existia de corais na Grande Barreira até pouco tempo atrás, em meados da década de 1980. E o prognóstico para os próximos 30 anos, se as coisas continuarem do jeito que estão, também não é muito animador.
A situação é tão preocupante que a Unesco ameaçou colocar a GBC na lista de “Patrimônios Ameaçados” da humanidade no ano que vem, se o governo australiano não adotar medidas concretas para garantir a sobrevivência dos recifes. O governo ouviu o recado e publicou no mês passado (outubro de 2014) um Plano de Sustentabilidade a Longo Prazo, com uma série de metas e compromissos associados à conservação do Parque Marinho da Grande Barreira de Corais. O problema é que o plano foi massacrado pela comunidade científica logo na sequência. A Academia Australiana de Ciências publicou uma resposta oficial ao projeto, dizendo que a proposta do governo é  tímida e não chega nem perto de garantir a sustentabilidade dos recifes a longo prazo.
“A ciência é muito clara: a Barreira está em estado de degradação e sua condição está piorando. Esse plano não restaura os recifes nem garante a manutenção de seu estado atual, já diminuto”, diz o pesquisador Terry Hughes, em um comunicado divulgado pela Academia. Uma das principais falhas, segundo ele, é que o projeto ignora as novas ameaças trazidas pelo aquecimento global, que incluem a elevação de temperatura e acidificação da água do mar — fatores prejudiciais aos corais.
O plano será submetido à Unesco para análise em janeiro. Fica no mar a pergunta: Como estará a Grande Barreira de Corais daqui mais 30 anos? Quando os astronautas olharem para ela do espaço em 2045, continuarão a ver a maior estrutura viva do planeta, ou apenas o esqueleto do que resta dela? Imagine só.

sábado, 15 de novembro de 2014

A missão Rosetta: um grande passo para a humanidade

A SELFIE – A imagem distribuída pela Agência Espacial Europeia foi o primeiro e histórico autorretrato do robô Philae, ancorado na superfície do cometa 67P. Vê-se no canto esquerdo inferior um dos pés da sonda
 
O macaco sem pelo aprendeu a andar ereto, desenvolveu um cérebro que consome 20% da energia corporal e, impulsionado por ele, evoluiu a ponto de, na semana passada, instalar um robô espacial na superfície de um cometa do tamanho de um terço da Ponte Rio-Niterói, viajando no espaço 100 vezes mais rápido do que uma bala de fuzil. É um feito extraordinário para uma espécie que, se a idade da Terra fosse de 24 horas, estaria perambulando pelo planeta há apenas 1 segundo. Nada nos fascina mais do que a água, a base da vida. Estamos sempre em busca dela. Nunca foi encontrada em forma líquida (e estável) fora do nosso oásis azulado que orbita o Sol. Nosso corpo é 60% água. Nosso cérebro, 75%. Sem ela, morremos em três dias. Sem ela não seríamos. Por isso, olhamos para o céu noturno e enxergamos estrelas, mas buscamos água.
“Foi um grande passo para a civilização”, celebrou Jean-Jacques Dordain, diretor-geral da ESA, a agência espacial europeia, depois de o primeiro sinal emitido pelo Philae chegar ao controle da missão na cidade alemã de Darmstadt, às 17h01 de quart­a-feira passada (14h01 no horário de Brasília). Viajando à velocidade da luz, a mensagem levou 28 minutos para alcançar a Terra — 28 minutos de tensão até terem certeza do sucesso da aterrissagem no 67P Churyumov-Gerasimenko, o Chury, chamado assim em homenagem aos astrônomos ucranianos que o identificaram pela primeira vez como um cometa, em 1969. A identificação alfanumérica 67P é anterior a 1969, quando o agora cometa aparecia nos documentos da União Astronômica Internacional (IAU) apenas como mais um dos centenas de milhares de pequenos corpos celestes genéricos que orbitam o Sol — que podem ser planeta­s-anões ou asteroides. Quando era apenas o 67P, o hoje Chury despertava pouco ou nenhum interesse na comunidade científica. Asteroides e planetas-anões são corpos estéreis, compostos apenas de rochas e poeira cósmica. Já os cometas são misteriosas formações de gelo sobre rochas que irradiam luz quando sua órbita os leva muito perto do Sol. Cometas contêm água e, quem sabe, formas microscópicas de vida.
A Rosetta, que carregou o módulo de pouso Philae, foi lançada há dez anos pela ESA. É magnífico pensar que uma tecnologia de uma década atrás — espaço de tempo considerável se se levar em conta a toada cada vez mais rápida dos avanços científicos — concretizou um dos maiores marcos da história da exploração espacial.