sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Por que Malala e Satyarthi mereceram Nobel da Paz 2014

Malala Yousafzai
 
A adolescente paquistanesa que desafiou o Taleban, Malala Yousafzai, e o ativista indiano que luta pela erradicação do trabalho infantil, Kailash Satyarthi, receberam nesta manhã uma das mais louváveis honrarias, o Prêmio Nobel da Paz.
Segundo o comitê responsável pela escolha da dupla, que atua separadamente, mas em prol dos direitos de crianças e jovens, 60% da população em países pobres é formada por pessoas com menos de 25 anos de idade. Portanto, é essencial que este grupo tenha seus direitos respeitados para que exista um desenvolvimento global pacífico. 
Conheça o trabalho de cada um dos vencedores abaixo.
Malala Yousafzai
“Ela é o orgulho do Paquistão”, disse o primeiro-ministro paquistanês nessa manhã ao saber que a jovem Malala havia recebido o importante prêmio. “Suas conquistas não encontram paralelos e são inigualáveis. Meninas e meninos em todo o mundo devem se inspirar em sua luta e comprometimento”, continuou Nawaz Sharif.
Malala se tornou nesta manhã a mais jovem pessoa a receber o Nobel da Paz. Nascida em 1997 em uma pequena cidade no interior paquistanês, a adolescente se tornou um ícone na luta pelo direito de meninas à educação.
Em seu blog, “Diário de uma estudante paquistanesa”, a jovem expressava o amor pelos livros e também as dificuldades de permanecer na escola. E um dos motivos era a pressão dos extremistas do Taleban.
O grupo dominava o Vale do Swat, região paquistanesa onde Malala cresceu. Por lá, mandou fechar mais de 150 escolas para meninas e explodiu tantas outras. Mesmo diante do violento cenário, Malala não se calou.
Seu engajamento causou a ira do grupo. Em 2012, a adolescente levou um tiro na cabeça ao voltar da escola na companhia de amigas. Há poucas semanas, foram presos dez homens acusados de terem participado no atentado.
Kailash Satyarthi
Fortemente influenciado pela luta pacífica de outro ídolo indiano, Mahatma Gandhi, Satyarthi deixou para trás uma consolidada carreira como engenheiro nos anos 80 para se engajar na batalha contra a exploração do trabalho infantil.
Em 1998, o ativista liderou uma marcha pacífica que acabou se espalhando por todo o mundo e terminou em Genebra, justamente quando se iniciava um encontro mundial da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
O resultado foi a produção da Convenção 182, que explora as piores formas de trabalho infantil e seus impactos no futuro destas vítimas. O documento foi ratificado por 177 dos 182 países membros da OIT.
Pois o sucesso da marcha fez com que Sayarhi a transformasse em uma organização não governamental (ONG), a Global March Against Child Labor (Marcha Global Contra o Trabalho Infantil).
Além do resgate de crianças em situação de risco, a entidade se propõe também a fazer com que voltem para a escola. Desde a fundação da organização, estima-se que quase 80 mil crianças tenham sido retiradas de condições exploratórias.
Exame.com 

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