quinta-feira, 24 de julho de 2014

Terra passa por período de extinção em massa de animais, diz estudo


Enquanto o número de seres humanos na Terra quase dobrou nas últimas quatro décadas, o número de insetos, lesmas, minhocas e crustáceos recuou 45%, revelaram cientistas nesta quinta-feira. Entretanto, a maior perda de espécies selvagens grandes ou pequenas em todo o planeta pode ser um importante fator da crescente violência e inquietação, destacou outra pesquisa publicada na revista Science, como parte de uma série especial sobre animais em extinção.
Os invertebrados são importantes para o planeta porque eles polinizam cultivos, controlam pragas, filtram a água e transportam nutrientes no solo. Entre os animais vertebrados que vivem no solo, 322 espécies desapareceram nos últimos cinco séculos e as espécies remanescentes tiveram cerca de 25% de declínio, destacou o estudo.
"Ficamos chocados ao encontrar perdas similares nos invertebrados como nos animais maiores, pois pensávamos anteriormente que os invertebrados fossem mais resilientes", disse Ben Collen, da Universidade College de Londres.
Os cientistas atribuem o declínio de invertebrados a dois principais fatores: a perda de habitat e as mudanças climáticas globais. Segundo eles, esse declínio planetário de espécies selvagens pode estar provocando mais conflitos violentos, crime organizado e trabalho infantil ao redor do mundo. As razões para essa intensificação se devem à escassez de alimentos e à perda de empregos, resultando em mais tráfico de pessoas e outros crimes, destacou o estudo, realizado por cientistas da Universidade da Califórnia em Berkeley.
"Este artigo identifica o declínio da vida selvagem como uma fonte de conflitos sociais e não um sintoma", disse o principal autor do estudo, Justin Brashares, professor associado de ecologia e preservação da UC Berkeley. "Bilhões de pessoas dependem direta e indiretamente de fontes silvestres de carne para seu sustento e este recurso está diminuindo", acrescentou.
O estudo destacou, por exemplo, que o aumento da pirataria na Somália se deveu a disputas sobre os direitos de pesca. "Para pescadores somalis e para milhões de outros, os peixes e os animais silvestres são o único meio de sustentou, portanto quando isto foi ameaçado por frotas pesqueiras internacionais, medidas drásticas foram tomadas", afirmou o co-autor do estudo, Justin Brashares.
Os cientistas também apontaram para o aumento do tráfico de presas de elefantes e chifres de rinocerontes como uma evidência da crescente indústria criminal vinculada aos animais ameaçados.
"As perdas de espécies selvagens puxa o tapete de sociedades que dependem desses recursos", afirmou o co-autor do estudo, Douglas McCauley, professor assistente da Universidade de Santa Bárbara. "Não estamos apenas perdendo espécies. Estamos perdendo crianças, dividindo comunidades e incentivando o crime. Isso torna a preservação de espécies selvagens um trabalho mais importante que nunca", concluiu.

Conheça as dez principais novas espécies do último ano
Olinguito: um mamífero carnívoro da família dos Procionídeos, com cerca de 30 cm de comprimento. O animal tem pelo acastanhado e causa, e se encontra em florestas do Equador e Colômbia, nos Andes. O Olinguito foi a primeira nova espécie de carnívoros descoberta nos últimos 35 anos.
Camarão esqueleto:  o camarão esqueleto, ou Liropus minusculus, é o menor do gênero. Esta espécie foi identificada em uma caverna da ilha de Santa Catalina, Califórnia. O novo camarão tem aparência estranha, translúcida  e que se assemelha a uma estrutura óssea. O corpo do macho mede 3,3 milímetros; a fêmea é ainda menor em 2,1 milímetros.
Gecko Cauda de Folha: em latim, Saltuarius eximius; a espécie foi descoberta vivendo em florestas tropicais isoladas na região nordeste da Austrália. O Gecko tem um poder de camuflagem inacreditável e, possuindo membros mais longos, olhos maiores e corpo mais magro que outros do gênero. Esta espécie pode ser encontrada em rochas e árvores.
Caracol-cúpula terrestre: uma espécie de caracol terrestre todo transparente foi encontrada vivendo na escuridão completa a mais de 900 metros abaixo da superfície em uma caverna de Lukina Jama-Trojama, na Croácia. 
Ameba protista: ou Spiculosiphon Oceana é um organismo unicelular, que mede entre  4 a 5 centímetros, o que o torna um gigante entre outros unicelulares. Esta espécie foi descoberta em cavernas submarinas da costa sudeste da Espanha, onde, curiosamente, também foram encontradas as esponjas carnívoras.
Dragoeiro de Kawasaki: esta nova espécie de dragoeiro, ou Dracaena draco, apresenta árvores de até 12 metros de altura. Ela possui folhas macias, em forma de espada, com bordas brancas e flores com filamentos alaranjados brilhantes. O dragoeiro foi encontrado nas montanhas de pedra calcária das províncias Loei e Lop Buri, na Tailândia, e também pode ser encontrado na Birmânia. Em todo o mundo, existem apenas 2.500, fazendo com que a espécie seja considerada ameaçada de extinção.
Vespa fada Sininho: a pequena e delicada espécie de vespa vem da família da vespa parasitóide Mymaridae; a nova espécie recebeu o nome de Thinkerbella nana, em homenagem à fadinha Sininho, personagem do clássico Peter Pan.  Ela mede apenas 250 micrometros e está entre os menores insetos do mundo. A nova espécie foi coletada em uma vegetação da Costa Rica pela Estação LA Selva.
Micróbio de salas limpas: esta nova espécie de micróbio, Phoenicis Tersicoccus, foi descoberta em locais onde espaçonaves são montadas. Uma curiosidade é que este micróbio poderia contaminar outros planetas viajando pela nave espacial, pois tem capacidade de viver em ambientes hostis. A princípio, tais micróbios foram encontrados nos ambientes limpos da Flórida e América do Sul.
Penincilina laranja: este novo fungo, Penicillium vanoranjei, de destaca pela cor alaranjada brilhante quando se produz em colônias; ela foi nomeada desta maneira em homenagem à família real holandesa, especialmente ao Príncipe de Orange. O fungo foi, primeiramente, relatado por um jornal holandês e vive isolado no solo da Tunísia.
Anêmona Andrill: ou Edwardsiella andrillae, foi encontrada ancorada na parte de baixo da plataforma de gelo Ross, na Antártida. É a primeira espécie de anêmona-do-mar que vive no gelo. Ela foi descoberta quando um programa de perfuração Geológica da Antártida (ANDRILL) enviou um veículo que passeava nos buracos que haviam sido feitos no gelo. Isto revelou a presença de pequenas criaturas, com menos de 2,5 cm de comprimento, que possui um corpo amarelo claro e dezenas de tentáculos.

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