terça-feira, 10 de junho de 2014

Nós temos o poder de proteger o oceano

Peixes na costa brasileira (Foto: Divulgação/SOS Mata Atlântica)

No último domingo, 8 de junho, foi dia de comemorarmos uma data importante, mas que, entra ano e sai ano, passa quase desapercebida no Brasil – o Dia Mundial dos Oceanos. A data, instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), teve neste ano o tema “Juntos nós temos o poder de proteger o oceano”.
Os oceanos cobrem 71% da superfície do nosso planeta e são fundamentais para nossa sobrevivência, já que fornecem energia, água, sal e alimentos, entre outras matérias-primas. No Brasil, com seus mais de 8.600 quilômetros de costa, esta relação fica ainda mais clara, já que nosso país, na forma que conhecemos hoje, nasceu e se desenvolveu a partir do litoral.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 70% da população brasileira vive na faixa situada a até 200 km do litoral. Os municípios da zona costeira abrigam 26,9% da população brasileira, ou 50,7 milhões de pessoas. Dessas, cerca de 4 milhões utilizam seus recursos naturais para sobreviver. Dados do Ministério da Pesca apontam a existência de quase 1 milhão de pescadores no país, responsáveis pela oferta anual de 1,24 milhão de toneladas de pescados que abastecem as casas de milhões de brasileiros.
O que pouca gente sabe é que, apesar dessa abundância, muitas espécies no Brasil estão ameaçadas de extinção e outras precisam obedecer, na comercialização, um período de defeso, que é quando a pesca da espécie é proibida para garantir sua reprodução.
Para verificar quais espécies de pescado – entre peixes, moluscos e crustáceos – são mais encontradas na cidade de São Paulo (maior centro consumidor de pescados do país), a Fundação SOS Mata Atlântica fez, no ano passado, um levantamento em feiras livres, peixarias e supermercados da cidade para observar se as espécies estavam identificadas de forma correta e se as normas existentes, como o defeso e a proibição de captura, eram conhecidas e estavam sendo respeitadas.
Considerando todos os locais pesquisados, a grande maioria de peixes encontrada no levantamento foi de água salgada (80,6%), com o salmão e a sardinha presentes em 92,2% dos estabelecimentos. Infelizmente, poucos sabem que a sardinha (Sardinella brasiliensis) encontra-se na lista dos ameaçados de extinção e que, devido a sua alta procura pelo mercado consumidor, a pesca desse animal continua intensa, levando os estoques de sardinha à iminência de colapso.
Época.com

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