sexta-feira, 30 de maio de 2014

Satélite perdido da Nasa faz seu primeiro contato com a Terra em 17 anos

project reboot (2)

É oficial: o ISEE-3, um satélite lançado há 36 anos que a NASA deixou para morrer há mais de uma década, voltou a fazer contato com a humanidade. Um grupo de voluntários – que arrecadou quase US$ 160.000 para controlar o ISEE-3 – estabeleceu contato bidirecional com o pequeno satélite.
O contato foi feito pelo Observatório de Arecibo em Porto Rico, onde cientistas colaboraram com uma rede mundial de fãs do espaço para financiar e realizar o projeto.
O que acontece daqui para a frente? “Ao longo dos próximos dias e semanas, nossa equipe irá fazer uma avaliação do status geral do satélite, e aperfeiçoar as técnicas necessárias para ativar seus motores e trazê-lo de volta para uma órbita próxima à Terra”, explica a equipe Reboot em um comunicado triunfante.
Na semana passada, a NASA autorizou oficialmente a equipe a fazer contato com o ISEE-3, lançado em 1978 para estudar a relação entre Terra e Sol. Ele realizou diversas missões até 1997, quando a NASA parou de contatá-lo.
Uma década depois, a agência descobriu que o ISEE-3 ainda estava funcionando, mas não poderia levá-lo a novas missões, pois a antena na Terra que se comunicava com ele foi removida. A NASA não tem orçamento o suficiente para perseguir esse projeto.
Por isso, a equipe Reboot de cientistas – vindos da SkyCorp, SpaceRef, Space College Foundation e outros – se prontificaram a usar outra antena e a reconstruir o software dos anos 70 usado para se comunicar com o ISEE-3. Eles arrecadaram US$ 159.602 em uma campanha de crowdfunding no RocketHub, e fecharam um acordo com a NASA para controlar o satélite.
Isto pode indicar um futuro diferente para a indústria espacial: em vez de ficar nas mãos de agências governamentais, ela passaria para a iniciativa privada – Elon Musk e seu SpaceX estão aí para mostrar isso – e também para cientistas e engenheiros independentes.
Nos próximos anos, outras espaçonaves da NASA vão ficar obsoletas e talvez sejam abandonadas, enquanto o orçamento da agência não deve crescer muito até lá. Quem assumirá o controle?

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