sexta-feira, 7 de março de 2014

Cientistas da Ucrânia pedem união acadêmica em prol da paz


A agitação política que vem reverberando por toda a Ucrânia levou seus principais cientistas a emitir um apelo de paz.
Desde a escalada da crise, no início de março, depois que a Rússia se mobilizou para estabelecer controle sobre a península da Crimeia, no sul da Ucrânia onde predomina largamente o idioma russo, o conflito vem alimentando temores de se transformar em uma ação militar entre a Federação Russa e o Ocidente.
Enquanto os Estados Unidos e muitos países europeus pressionam Moscou a reduzir suas tropas na Crimeia, a Academia Nacional de Ciências da Ucrânia (ANCU) publicou uma carta pedindo paz e contenção russa, e apoio da comunidade acadêmica internacional.
A ANCU tem 95 anos e está em importantes centros científicos espalhados pelo país, inclusive na Crimeia. Ao longo de toda a sua história “acadêmicos de suas instituições nunca se dividiram de acordo com o princípio territorial, nem admitiram qualquer discriminação com base em motivos étnicos, linguísticos ou religiosos”, a organização salientou em seu apelo datado de 3 de março.
“Agora todos nós temos que nos unir e, ao unificarmos nossos esforços, impedir o contínuo agravamento da situação social e política, o derramamento de sangue e uma divisão do país. Todos os cientistas ucranianos, todos os nossos compatriotas, tanto faz se eles vivem no Norte, no Sul, no Leste ou no Oeste, devem permanecer unidos para alcançar o objetivo de toda a nação ucraniana — viver no país onde a paz domina, onde os direitos e as liberdades de cada pessoa são respeitados”, declarou a carta, pedindo ao povo russo que não permita o uso de armas.
“Nesse momento crucial da história do nosso país apelamos à comunidade acadêmica mundial para que faça todos os esforços necessários para preservar a paz e a integridade territorial da Ucrânia”, acrescentou o texto da carta.
O documento foi assinado por seis graduados membros da instituição, inclusive seu presidente de longa data, o cientista metalúrgico e de materiais Borys Paton, e um de seus vice-presidentes, o físico Anton Naumovets.

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