segunda-feira, 11 de novembro de 2013

China oferece a províncias prêmio por redução de poluição

 
O governo chinês ofereceu uma recompensa de 5 bilhões de yuans (cerca de R$ 1,83 bilhão) para Pequim e outras cinco províncias próximas caso elas implementem, com sucesso, medidas para reduzir a poluição do ar até o final do ano.
As províncias de Tianjin, Hebei, Shanxi, Shandong, Mongólia Interior e Pequim, todas no norte do país, são consideradas as maiores poluidoras da China. Uma delas, Hebei, abriga sete das dez cidades mais poluídas do país.
Para receber o prêmio, que será dividido entre as seis regiões, os governos locais devem encaminhar medidas como a instalação de filtros em indústrias, oferecer recompensas fiscais para empresas que diminuírem a emissão de gases, fechar fábricas em dias de altos níveis de poluição e adotar sistemas de rodízio de carros.
A recompensa faz parte do plano anunciado em janeiro pelo Ministério do Meio Ambiente chinês, que prevê um investimento de 1,7 trilhão de yuans (R$ 6,3 bilhões) para reduzir a poluição do ar no país em 25% nos próximos cinco anos.
Golpe para o turismo As autoridades não estão preocupadas apenas com os efeitos da poluição sobre a saúde da população, mas também com seu impacto sobre o turismo. Segundo uma pesquisa do jornal "Beijing Youth Daily", o número de visitantes à capital, Pequim, caiu 50% no primeiro semestre em comparação com o mesmo período de 2012.
É a primeira vez que Pequim vê o volume de turistas cair desde 2008, quando a cidade recebeu os Jogos Olímpicos, de acordo com o jornal. O período da queda coincide com índices recordes de poluição na metrópole.
"Os Jogos abriram os olhos das pessoas para a China como um destino turístico, mas a cobertura pela mídia internacional da poluição no início do ano afetou os planos de viagem de muita gente", disse à BBC Brasil Andy Beales, consultor de marketing e produtos da China Highlights, uma das maiores empresas de turismo internacional do país.
A medição da concentração de partículas PM 2 (de dois micrômetros – as mais perigosas, por serem difíceis de filtrar) em Pequim chegou a 900 mg por metro cúbico de ar. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), uma concentração de 150 mg já é nociva à saúde.
Mas não é apenas Pequim que está sofrendo com a queda do turismo. Haarbin, o principal destino de inverno do país, deverá sofrer uma redução semelhante no número de visitantes para o anual Festival de Gelo.
A cidade, conhecida pelas congelantes temperaturas de -20° C, por sua proximidade com a Sibéria, marcou em outubro os maiores níveis de poluição já registrados no país: 1.003 mg por metro cúbico de ar.
Trabalho E os turistas não são os únicos estrangeiros a evitar as cidades poluídas. Segundo a Câmara de Comércio Europeia, dezenas de empresas da Europa passaram a deslocar seus funcionários para destinos mais saudáveis e menos onerosos à saúde.
Um relatório recente do banco HSBC diz que a China é o principal destino mundial para profissionais estrangeiros, atraídos pelo crescimento do país, salários e benefícios até 50% superiores aos oferecidos no restante do mundo.
Os salários generosos, seriam, segundo o relatório, "uma recompensa" pelo trabalho em um ambiente tão poluído.
A ONU estima que pelo menos 230 mil pessoas morram anualmente na China por doenças ligadas à poluição.

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