segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Estudo confirma: poluição reduz drasticamente expectativa de vida

Está confirmado: exposição à poluição provocada pela queima de combustíveis fósseis, como carvão, pode diminuir sua vida significativamente. A conclusão está em um estudo feito na China e publicado por um economista do MIT, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts. 
Pela primeira vez, dados coletados a longo prazo ao norte do rio Huai, na China, foram compilados e comparados. A conclusão é que 500 milhões de chineses vivendo naquela região estão destinados a perder, juntos, 2,5 bilhões de anos em expectativa de vida, por causa do uso extensivo de aquecedores à base de carvão naquela área. A população ao sul do mesmo rio, de acordo com os pesquisadores, apresentou expectativa de vida maior, porque daquele lado, políticas governamentais inibem o uso de aquecimento à base de carvão.
O estudo conclui o que já se suspeitava: longa exposição a uma poluição crônica, especialmente a de partículas, impacta dramaticamente a expectativa de vida de uma população. O estudo também contém uma métrica que permite calcular o impacto negativo da poluição na expectativa de vida em qualquer lugar: a cada 100 microgramas adicionais de matéria particulada por metro cúbico de ar na atmosfera, a expectativa de vida de um bebê nascido nessa atmosfera poluída diminui três anos.
Na China, entre 1981 e 2001, os níveis estavam em mais de 400 microgramas por metro cúbico, o que reduziria a expectativa de vida da população em até 12 anos. Cidades como Pequim chegaram a registrar mais de 700 microgramas de partículas por metro cúbico. Para efeitos de comparação, nos anos 90, os EUA tinham uma média de 45 microgramas de partículas suspensas de poluição por metro cúbico.
 
De acordo com a OMS, o limite saudável para essas partículas suspensas é de 25 microgramas por metro cúbico de ar. Um teste informal feito em 2009 em São Paulo pela revista VejaSP, em conjunto com o Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental da USP, identificou níveis acima desse número em 56 pontos da capital - antes da lei Antifumo vigorar na capital, muitos lugares fechados, como casas noturnas, apresentam níveis de partículas suspensas de mais de 3 mil microgramas por metro cúbico.
Esse tipo de poluição é tão densa que você consegue enxergá-la e até tocá-la: é ela a responsável pela fuligem que encarde a cidade, deixando paredes, placas e superfícies meio cinzas. Saber que você vai viver menos por causa dela pode te ajudar a gostar mais das bicicletas - ou então, a planejar com mais dedicação aquela mudança pro interior.
Galileu.com

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