quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Astronauta italiano narra quase afogamento em caminhada espacial


           
A agência espacial dos EUA, Nasa, que comandou essa saída ao espaço, está investigando a causa do defeito no capacete de Parmitano, primeiro italiano a fazer uma caminhada espacial.
Naquele dia, ele instalava um cabo de Internet entre duas partes da Estação, quando notou um acúmulo de líquido no capacete.
O astronauta italiano Luca Parmitano, que se encontra em órbita na Estação Espacial Internacional (ISS), narrou nesta terça-feira em seu blog a aterradora experiência que viveu no último dia 16 de julho, quando teve de interromper uma caminhada espacial por causa da inexplicável presença de água em seu capacete.
Parmitano, de 36 anos, é comandante da Força Aérea italiana e realizava sua segunda caminhada desde que chegou a Estação Espacial. Dessa vez, ele deveria sair da estação para corrigir alguns problemas técnicos e preparar a nave para receber um novo módulo russo. No entanto, meia hora depois de ter iniciado a caminhada, ele percebeu que havia algo errado. "A sensação inesperada de ter água na nuca me surpreendeu, principalmente porque me encontrava num lugar onde preferia não ter surpresas", afirma o astronauta.
"Senti de cara que a temperatura do líquido era muito fria, e achei que podia ser suor", escreve. "Mas a água chegou a cobrir meu nariz, uma sensação realmente espantosa, que agravei ao tentar tirar a água sacudindo a cabeça".
Enquanto a quantidade de água em seu capacete não parava de aumentar, Parmitano enfrentava dificuldades para entrar em contato com a base da Nasa, em Houston. Flutuando em pleno espaço, ligado à Estação por apenas um cabo e com o risco de se afogar dentro da própria roupa de astronauta, Parmitano diz que se sentia sozinho. "A parte superior do capacete estava cheia de água, e eu não sabia se na próxima vez que respirasse iria encher meus pulmões de ar ou de líquido", afirmou.
Por fim, Parmitano conseguiu se comunicar com seu companheiro de caminhada espacial, o americano Christopher Cassidy, e com a base, que ordenou que voltassem à estação. "Obriguei-me a ficar calmo e, com paciência, me aproximei da escotilha, ao mesmo tempo tentando imaginar uma maneira de eliminar a água caso ela me chegasse à boca".
A caminhada teve uma hora e 32 minutos de duração, mas estava programada para durar seis horas e 15 minutos. Os pesquisadores da agência espacial iniciaram uma investigação para estabelecer a causa exata da falha, por ora desconhecida. Entre as possíveis causas levantadas até agora, está a de um vazamento no sistema de refrigeração do traje espacial. Por enquanto, todas as caminhadas espaciais estão suspensas.
Parmitano afirma que a experiência o fez lembrar que o espaço não é um ambiente tão seguro e confortável quanto pode parecer. "O espaço é uma fronteira dura e inóspita e nós somos exploradores, não colonizadores. As habilidades de nossos engenheiros e a tecnologia que nos rodeia fazem as coisas parecerem simples, e às vezes nos esquecemos disso. É melhor não esquecer".
Veja.com

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