terça-feira, 2 de julho de 2013

Navio alemão está no Brasil para pesquisas sobre aquecimento global

Entender a interação entre os oceanos e os diferentes climas em cada região do globo terrestre. Em resumo, é isso que faz a pesquisa do Centro de Controle de Navios de Pesquisa Alemães da Universidade de Hamburgo. Falando assim, parece até simples, mas não é por aí. Em linguagem mais técnica, os trabalhos coordenados pelo professor Peter Brandt buscam colher dados para determinar o papel do Atlântico Tropical na capacidade de variação do clima e os seus impactos bioquímicos entre o oceano e a atmosfera.
        Para tal, a equipe conta com a estrutura do navio oceanográfico Meteour, que ficou atracado no último fim de semana em Fortaleza. A pesquisa tentará entender as alterações no equilíbrio de correntes marítimas, causadas supostamente pelo aquecimento global. “A Alemanha tem uma longa linha de pesquisa nesse assunto, desde a década de 1980. Mas essa última começou em 2000. Fizemos uma expedição com o Meteour até 2004 e agora iniciamos outra, que servirá para comparar com os resultados anteriores e entender o que aconteceu no período”, conta Brandt. “A passagem por aqui foi programada junto com a Universidade Federal do Ceará e a Universidade de São Paulo, que são nossas parceiras de pesquisa”.
O gigante tem 96 metros de comprimento e 400 metros quadrados de área de laboratório - com espaço para 28 cientistas mais tripulação -, assim como os mais diferentes instrumentos para o estudo do oceano. Ele possui ainda uma usina elétrica própria, processamento ecológico de lixo, estação de tratamento de água, processamento de água potável e ar condicionado, todos com instalações de alta tecnologia que prejudicam o mínimo possível do ambiente marinho. “Esse sistema é o que chamamos de Blue Angel. É caro mantê-lo em funcionamento, mas acreditamos que devemos investir no que seria o futuro da navegação no mundo”, disse o professor.
        A visita é parte da programação da Temporada da Alemanha no Brasil 2013/2014, que acontece entre os meses de junho e maio. Aproveitando a parada, haverá também troca dos cientistas, da tripulação e embarque de equipamentos científicos. “Estaremos por cerca de 10 dias fazendo estudos na costa brasileira. Depois disso, partimos para Namíbia e Angola, onde ficaremos quase um mês”, conta Brandt.
Galileu.com

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