quinta-feira, 27 de junho de 2013

Voyager 1 em território desconhecido

A cerca de 18 bilhões de quilômetros de distância da Terra, a sonda Voyager 1 encontrou anomalias inesperadas na heliopausa, a fronteira da zona de influência do Sol, a heliosfera, e o espaço interestelar. Com base em dados coletados pelos poucos instrumentos da nave ainda ligados depois de mais de 35 anos de seu lançamento pela Nasa em 1977, cientistas descobriram que a heliopausa é cortada por “autoestradas” magnéticas onde a quantidade de partículas carregadas provenientes do Sol desaparecem enquanto há um forte aumento no número de raios cósmicos altamente energéticos vindos de fora da heliosfera.
Embora estes sejam dois dos três sinais esperados pelos especialistas para determinar que a Voyager 1 chegou ao espaço interestelar, a expectativa deles era que este processo de queda de partículas do Sol e alta dos raios cósmicos fosse mais gradual e contínuo, e não marcado pelas fortes variações encontradas e divulgadas em três artigos publicados na edição desta semana da revista “Science”. Já o terceiro sinal é uma mudança abrupta na direção do campo magnético, indicando estar sob a influência campo interestelar.

- Esta estranha e última região antes do espaço interestelar está entrando em foco graças à Voyager 1, a mais distante emissária da Humanidade – comentou Ed Stone, cientista da missão Voyager do Instituto de Tecnologia da Califórnia. - Se olhássemos para os dados sobre os raios cósmicos e das partículas carregadas de forma isolada, poderíamos achar que a Voyager tinha chegado ao espaço interestelar, mas nossa equipe acredita que ela ainda não chegou lá porque ainda está sob o domínio do campo magnético do Sol.
Os cientistas não sabem exatamente quando a Voyager 1 deixará a heliopausa, onde chegou em 2004, e finalmente entrará no espaço interestelar. Segundo eles, isso pode levar ainda alguns meses ou até anos. A heliosfera se estende por pelo menos 13 bilhões de quilômetros além da órbita dos planetas do Sistema Solar, formando uma “bolha” ao redor dele sob o domínio do campo magnético da nossa estrela onde viajam as partículas do vento solar, mas o tamanho da sua zona de fronteira é desconhecido.



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