terça-feira, 11 de junho de 2013

Por que pinguins não voam?

Pinguins perderam a capacidade de voar milênios atrás e cientistas podem ter finalmente descoberto o motivo. Um novo estudo sugere que sair eventualmente do chão passou a exigir muita energia dos pássaros que estavam se tornando especialistas em natação.
O voo deve fazer em alguns aspectos a vida dos pinguins na Antártida mais fácil. A exaustiva marcha do pinguim imperador, por exemplo, tomaria apenas poucas fáceis horas em vez de vários dias. Fugir de predadores, como a temida foca-leopardo, na beira d’água seria também mais fácil caso os pinguins pudessem voar.
Uma teoria popular de biomecânica sugere que pinguins adaptaram suas asas para se tornarem mais eficientes no nado e elas eventualmente perderam a habilidade para tirar as aves do chão.
Um mergulho mais eficiente, por outro lado, aumenta as oportunidades de conseguir alimento. Um pinguim imperador moderno pode ficar sem respirar por mais de 20 minutos e mergulhar rapidamente a 450 metros.
O novo estudo de custos de energia em aves vivas que voam e mergulham fornece importantes provas que reforçam a teoria antiga. “Claramente, a forma restringe a função em animais selvagens e o movimento em um meio cria compensações no movimento em um segundo meio”, disse Kyle Elliott da Universidade de Manitoba, em comunicado. “O saldo é que para ter boas nadadeiras têm-se asas que não voam bem”.
Senta, nada e voa
A ave marinha conhecida como airo de Brünnich ( Uria lomvia) usa suas asas para mergulhar assim como fazem os pinguins, mas ela também é capaz de voar. Cientistas teorizam que a fisiologia e a energia usada por estas aves para voar podem ser semelhantes aos dos últimos ancestrais de pinguim voadores.
Outra ave voadora, o biguá ( Phalacrocorax pelagicus), se impulsiona na água com as patas. Elliot e colegas afirmam que os biguás podem ser considerados modelos biomecânicos para o estilo de uso de energia e de vida do ultimo ancestral voador dos pinguins.
A análise aprofundada da técnica de voo a análise de isótopos de como aves nadadoras queimam energia revela por que os pinguins de hoje não voam. Aves como o airo e o biguá mergulham com mais eficiência do que qualquer outro pássaro mas são superados no mergulho pelos pinguins, de acordo com o estudo.
O voo, no entanto, custa aos pinguins mais energia que qualquer outro pássaro ou vertebrado e ficou muito difícil para ser mantido.
A equipe examinou uma colônia de airos de Brünnich em Nunavut, no Canadá e de biguás na ilha de Middleton, no Alasca. Os pesquisadores injetaram isótopos de oxigênio e hidrogênio nos animais para servir como marcadores do custo de energia de cada atividade realizada pelos pássaros, eles também usaram equipamentos para monitorar o tempo que as aves levavam em cada uma destas atividades.
“Basicamente os pássaros fazem três coisas: sentam, nadam e voam. Portanto, ao medir a atividade de vários pássaros e combinar com o tempo dispendido e o gasto de energia foi possível calcular quanto cada componente de atividade custa em energia”, disse o coautor do estudo John Speakman, da Universidade de Aberdeen, na Escócia.
“A suposição é que os pinguins evoluíram de um ancestral parecido com os Alcidae (grupo inclui as tordas e araus)“, disse Speakman.
"Isso implicaria em uma redução progressiva no tamanho da asa, o que faz o mergulho mais eficiente e o voo pior. Os ossos dos pinguins também engrossam ao longo do tempo, e como ossos mais leves facilitam o voo, deram lugar a ossos mais densos, que podem ter ajudado a torná-los menos flutuante no mergulho". Porém, Speakman acredita que as mudanças de asa foram a principal adaptação sofrida.
Explicação elegante “Estes resultados fazem muito sentido”, disse Julia Clarke, pesquisadora da Universidade do Texas que estuda a evolução dos pássaros e para quem o curso do voo foi cooptada para o mergulho.
“Existem diferentes cenários explorados sobre a origem dos pinguins, mas poucos dados relevantes. Estas informações sobre outras aves nadadoras nos dá uma elegante explicação sobre uma etapa chave na transição de asa para nadadeira”.
IGCiência

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