segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Pessimismo marca abertura de reunião climática da ONU

Apesar do crescente alarme sobre a mudança climática, quase 200 nações reunidas a partir desta segunda-feira em Doha pouco terão a oferecer além de palavras sobre a necessidade de conter as emissões de gases do efeito estufa.
O provável fracasso na definição de uma prorrogação significativa do Protocolo de Kyoto --tratado que obriga nações desenvolvidas a reduzirem suas emissões-- deve também enfraquecer a busca por um novo acordo que junte países ricos e pobres na luta contra o aquecimento global a partir de 2020.
"A situação é muito urgente... Não podemos mais dizer que a mudança climática é um problema para amanhã", disse Andrew Steer, presidente do Instituto dos Recursos Mundiais, de Washington.
Há dois anos, numa conferência semelhante, os países da ONU decidiram limitar o aquecimento global a 2ºC acima dos níveis pré-industriais. Mas as emissões de gases do efeito estufa bateram um novo recorde em 2011, apesar da desaceleração da economia global.
Na semana passada, um estudo divulgado pela ONU mostrou que o mundo se encaminha para um aumento de 3ºC a 5ºC nas suas temperaturas médias, o que pode causar mais inundações, secas, ondas de calor e elevação dos níveis dos mares.
"Uma resposta mais rápida à mudança climática é necessária e possível", disse Christiana Figueres, diretora do Secretariado de Mudança Climática da ONU, em nota na qual delineou as expectativas para o encontro, que vai até 7 de dezembro.
A reunião acontece num amplo centro de convenções do Catar -- primeiro país da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) a receber a conferência climática anual, e a nação do mundo com a maior taxa per capita de emissões de gases do efeito estufa, quase o triplo da média norte-americana.
Para manter alguma ação climática em vigor, a maioria dos países é favorável à prorrogação do Protocolo de Kyoto, que foi adotado em 1997 e expira no final de 2012. Esse tratado obrigava as nações desenvolvidas a reduzirem suas emissões num volume médio de 5,2 por cento em relação aos níveis de 1990.
Mas os EUA nunca concluíram sua adesão ao tratado, enquanto Rússia, Japão e Canadá se desvincularam nos últimos anos. Assim, restaram como principais aderentes União Europeia e Austrália, que representam apenas 14 por cento das emissões mundiais.
As nações não-participantes dizem que não faz sentido prorrogar o Protocolo de Kyoto se grandes nações em desenvolvimento, como China, Índia, Brasil e África do Sul, não sofrerem restrições legais ao aumento das suas emissões.
Os países em desenvolvimento e os apoiadores de Kyoto dizem que os países desenvolvidos precisam liderar o movimento rumo a um novo acordo global, a ser negociado até o final de 2015, para entrar em vigor em 2020.
Exame.com

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