quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Grupo encontra possível "super Terra" habitável

Um grupo internacional de pesquisadores diz ter descoberto um possível planeta habitável fora do Sistema Solar.
Mas é melhor ir com calma: o que o novo estudo faz melhor é mostrar como é delicado o trabalho de procurar exoplanetas.
A descoberta foi feita usando dados do espectrógrafo Harps, do ESO (Observatório Europeu do Sul), o mais preciso do mundo para buscar planetas extrassolares.
Contudo, o trabalho não é fruto de uma nova leva de observações, mas de dados antigos, garimpados dos arquivos da organização.
A estrela, designada HD 40307, é parecida com o Sol, mas um pouco menor e mais fria (cerca de 70% da massa solar), localizada a 44 anos-luz da Terra. (Um ano-luz equivale à distância que a luz percorre em um ano, cerca de 9,5 trilhões de quilômetros.)
Com as observações originais, pesquisadores europeus já haviam descoberto três planetas, todos muito próximos da estrela para abrigar água em estado líquido --principal qualidade para a habitabilidade.
Usando uma nova técnica de análise, a equipe liderada por Mikko Tuomi, da Universidade de Hertfordshire, no Reino Unido, e Guillem Anglada-Escudé, da Universidade de Göttingen, na Alemanha, conseguiu extrair sinais de outros três mundos orbitando HD 40307.
O mais interessante deles completa sua órbita (um ano naquele mundo) em cerca de 200 dias terrestres. Como a estrela é um pouco menos brilhante que o Sol, ele está na posição certa para abrigar água em estado líquido na superfície.
E o melhor de tudo: ele tem cerca de sete vezes a massa da Terra, o que o coloca numa categoria de planeta que possivelmente tem solo rochoso --as "super-Terras". É interessante notar que não há análogo desse tipo de mundo no Sistema Solar.
 
 
BAMBOLÊ ESTELAR
A técnica mais consolidada --e usada pelo Harps-- para detectar planetas é observar pequenas modificações na luz da estrela, causadas por seu movimento. Se o astro está se aproximando de nós, sua luz fica mais azulada. Se ele está se afastando, a luz fica mais avermelhada.
A boa notícia é que, a 44 anos-luz daqui, de fato esse possível planeta estaria ao alcance de uma futura geração de telescópios espaciais, como o Terrestrial Planet Finder, da Nasa, e o Darwin, da ESA, que buscarão detectar diretamente a luz vinda desses astros.
"É o primeiro planeta na zona habitável no regime de massa das "super-Terras" que poderia ser alvo desses observatórios planejados", dizem Tuomi e seus colegas, no artigo aceito para publicação no periódico "Astronomy & Antrophysics".
Com a luz, seria possível identificar, por exemplo, a composição atmosférica desses mundos. Se HD 40307 tiver grandes quantidades de oxigênio em sua atmosfera, é certo que o planeta não só é habitável, como também é efetivamente habitado (pelo menos por criaturas capazes de fotossíntese, como plantas).
Folha.com

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