terça-feira, 27 de novembro de 2012

Cientistas descobrem bactérias vivendo em condições extremas, em lago da Antártida

Cientistas encontraram vida bacteriana em um lago salgado na Antártida, isolado da superfície por uma espessa camada de gelo há quase 3.000 anos. Uma amostra de água recolhida via perfurações no lago Vida, localizado no leste do continente, revelou a presença de oito grupos diferentes de micro-organismos.
Peter Doran, da Universidade de Illinois (EUA) e um dos pesquisadores envolvidos, afirmou à revista Nature que é impressionante que algum organismo viva em condições tão extremas de temperatura, falta de luminosidade e salinização. “O lago Vida não é um bom lugar para se viver", disse.
Alison Murray, do Desert Research Institute em Nevada, nos EUA, co-autor da pesquisa, afirma que as baixas temperaturas – média anual de 13ºC negativos – são o maior desafio à ocorrência de vida nesse ambiente. "A habilidade das células de realizar funções metabólicas requer adaptações especiais nas baixas temperaturas", disse ao site de VEJA.
Os cientistas publicaram nesta segunda-feira, na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), os resultados de duas perfurações realizados no lago Vida, uma 2005 e outra em 2010. O lago está separado da superfície por uma camada de gelo de 27 metros e é um dos mais frios ambientes aquáticos no mundo. É seis vezes mais salgado do que a água do mar.
Um dos questionamentos dos cientistas diz respeito à energia necessária para suportar a vida no lago. A camada de gelo impede a passagem de luz, o que descarta a existência de organismos que façam fotossíntese. Segundo os pesquisadores, as altas concentrações de hidrogênio e óxido de nitrogênio em forma gasosa provavelmente proporcionam a fonte de energia química para a existência deste ecossistema isolado. Estes gases se formam a partir de reações químicas da água muito salgada com rochas ricas em ferro.
De acordo com os pesquisadores, a descoberta de vida em um dos ambientes mais hostis em todo a Terra ajuda a ciência a compreender os limites mais extremos possíveis para a ocorrência de vida, algo que pode ter aplicações para o estudo da vida em outros planetas, como Marte, e satélites, como Europa, uma das luas de Júpiter.
"O ecossistema encontrados nos níveis mais profundos do lago Vida nos dá uma visão melhor de onde podemos procurar um sistema habitável em planetas gelados do sistema solar", afirmou Murray.
Veja.com

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