sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Extinção em massa já havia ocorrido na Terra antes de choque com asteroide, diz estudo

Há 65 milhões de anos um asteroide com pelo menos 10 quilômetros de diâmetro se chocou contra a Terra, criando um "ambiente infernal" para a vida no planeta, com terremotos, incêndios e escuridão. Isso provocou uma enorme extinção em massa e acabou com o reinado dos dinossauros.
Agora, cientistas afirmam que cerca de 300.000 anos antes desse cataclismo, outro processo de extinção em massa já havia acontecido. E a culpa foi da própria Terra. Uma série de erupções vulcânicas no platô de Deccan, onde hoje é a Índia, aqueceu o planeta e começou a "cozinhar" as espécies que viviam nos oceanos, a maioria delas moluscos.
Segundo os autores de um estudo da Universidade de Washington, nos EUA, essas erupções encheram a atmosfera com poeira — o que inicialmente esfriou o planeta —, mas também liberaram uma série de gases como dióxido de carbono (CO2), que contribui para o efeito estufa, e o consequente aquecimento da Terra. "Essa poeira, um conjunto de partículas finas chamadas aerossóis, são ativas por no máximo dez anos. Já o dióxido de carbono afeta em uma escala de dezenas de milhares de anos", disse Thomas Tobin, um pesquisador em ciências da Terra da Universidade de Washington.
Enfraquecimento — Os pesquisadores afirmam que esse processo de extinção pode ter durado pelo menos 100.000 anos, mas não sabem apontar se ele teve influência na extinção em massa que ocorreu quando o asteroide se chocou contra a Terra numa área onde hoje fica o México.
"É possível que muitas espécies sobreviventes do primeiro processo tenham se enfraquecido muito, e quando a segunda extinção em massa começou, elas não conseguiram aguentar as consequências ambientais do choque do asteroide", disse Tobin.
Segundo o estudo, as evidências da ocorrência do primeiro processo foram localizadas na ilha de Seymour, na Antártida, uma área repleta de sedimentos (depósitos formados por substâncias inorgânicas ou orgânicas) onde os cientistas coletaram amostras de antigas rochas e fósseis.
Após coletarem o material, eles usaram uma técnica chamada magnetostratigrafia, que consiste em analisar as propriedades magnéticas das rochas, podendo assim determinar sua idade.
Segundo o estudo, a análise da idade da maior parte dos fósseis indicou que as espécies de animais que os originaram morreram anos antes do asteroide ter atingido a Terra. As conclusões foram publicadas no periódico Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology.
"Eu acho que as evidências que conseguimos nesse lugar mostram a existência de dois processos de extinção em massa, e também indicam que houve um aquecimento do planeta”, disse Tobin.
Veja.com

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