terça-feira, 11 de setembro de 2012

"Balão de magma" cresce sob ilha grega

Santorini é um dos mais famosos destinos turísticos da Grécia. Há 3.600 anos, essa ilha paradisíaca, a principal de um pequeno arquipélago que leva o mesmo nome, foi cenário de um dos maiores eventos vulcânicos já registrado na Terra. O vulcão Thera, localizado na ilha, entrou em erupção e causou a destruição de antigos assentamentos da civilização minoica (que precedeu a grega helênica na região) e provocou uma onda de mudanças climáticas que afetou o antigo Egito e a China.
Nos séculos seguintes não houve registro de nada tão violento, e nas últimas décadas o vulcão não produziu nenhuma atividade relevante. Agora, cientistas britânicos afirmam terem detectado a formação de uma imensa bolha de magma (pasta viscosa formada pela fusão das rochas do interior da Terra) embaixo da ilha, que já tem entre10 e 20 milhões de metros cúbicos – o suficiente para encher entre 4.000 e 8.000 piscinas olímpicas.
Segundo os cientistas, a expansão, que ocorreu entre janeiro de 2011 e abril de 2012, fez a ilha subir de 8 a 14 centímetros acima do nível do mar. A descoberta foi publicada nesta segunda-feria na edição online da revista Nature Geoscience, e foi possível graças à análise de dados de GPS (sistema de posicionamento por satélite), que detectou deformações na ilha.
Segundo o artigo, a formação da bolha começou após uma série de terremotos de baixa intensidade na região. “Durante minhas visitas de campo para Santorini, em 2011, tornou-se evidente que muitos dos habitantes estavam cientes de uma mudança no comportamento do vulcão. Os guias de turismo, que visitam o local várias vezes ao dia, me atualizavam sobre as mudanças na quantidade de gás que era liberado do cume, ou alterações na cor da água“, disse Michelle Parks, uma das autoras do artigo e membro do Departamento de Geociências da Universidade de Oxford.
No artigo, os cientistas chegam a traçar paralelos entre a erupção da antiguidade e a formação da atual bolha de magma sob a ilha, mas apesar da comparação, eles afirmam que esse acúmulo não significa que a erupção do vulcão seja iminente – o que poderia provocar problemas para os 13.000 habitantes do arquipélago.
Segundo o artigo, a atividade do vulcão parece ter diminuído novamente após abril deste ano, mas é necessário um estudo mais detalhado para entender melhor os efeitos dessas mudanças na ilha.
Veja.com

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