domingo, 26 de agosto de 2012

Patrimônio histórico grego corre risco com a crise, alerta arqueóloga

Berço da civilização ocidental, da filosofia e da democracia, a cultura grega vive um período difícil devido à crise financeira, que coloca em risco os quase 20 mil sítios arqueológicos e monumentos históricos do país, além de 17 edificações tombadas como patrimônio mundial da UNESCO, como a Acrópolis em Atenas e a cidade medieval de Rhodes.
 Sem recursos para financiar escavações arqueológicas, pagar os salários de profissionais e manter os museus, a Grécia vive um momento sem precedentes de escassez de recursos humanos e materiais, admitiu Marlen Mouliou, secretária do Comitê Internacional para Coleções e Atividades dos Museus das Cidades e membro do Conselho Internacional de Museus (ICOM).
 “Não há dinheiro para a proteção de museus e patrimônios arqueológicos. O dinheiro chega especialmente de apoio europeu. O que mais a crise financeira afeta é a falta de recursos humanos e financeiros. É sempre um risco quando não temos recursos, pois assim não teremos pessoas suficientes para garantir a segurança”, afirmou Mouliou.
Durante o Encontro Internacional de Museus de Cidade, no Rio de Janeiro, a arqueóloga e museóloga grega falou ao Opera Mundi sobre os desafios de preservar o legado histórico secular no país em meio à política de austeridade que tem gerado cortes profundos nos orçamentos da Cultura.
A falta de pessoal obrigou os 216 museus espalhados pelo país a fecharem as portas para visitantes mais cedo. A segurança dos locais também foi afetada, segundo a especialista.
“Trabalhamos sob pressão. Temos que fazer o nosso trabalho em tempos ainda mais curtos. Tivemos que reduzir e apressar os trabalhos de escavações em obras de desenvolvimento do país, iniciados antes mesmo da crise. É uma luta, pois a sociedade precisa do desenvolvimento e a arqueologia tem suas metodologias e princípios que demandam tempo”, argumenta
Segundo a arqueóloga grega, os museus sempre foram locais seguros, mas adverte que o risco existe em sítios históricos mais afastados das cidades. “Especialmente em igrejas e mosteiros que estão isolados e abrigam um patrimônio cultural importante. São locais situados em áreas mais distantes e com menos população e onde precisamos de mais pessoas para salvaguardar”, ressaltou.
 



 

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