terça-feira, 15 de maio de 2012

Planeta leva um ano e meio para regenerar recursos consumidos anualmente

A crescente população mundial e o consumismo ameaçam a saúde do planeta, alerta a organização ambientalista Fundo Mundial para a Natureza (WWF). A demanda por recursos naturais se tornou insustentável e exerce uma pressão "tremenda" sobre a biodiversidade do planeta, destaca a organização em um estudo publicado nesta terça-feira (15).
O relatório Planeta Vivo ('Living Planet Report') destaca que com o atual ritmo de consumo, "leva 1,5 ano para a Terra regenerar os recursos renováveis consumidos pelos seres humanos e absorver os resíduos de CO2 que eles produzem a cada ano".
A pesquisa, compilada a cada dois anos, reportou uma redução média de 30% na biodiversidade desde 1970, chegando a 60% nas regiões tropicais, duramente afetadas.
O declínio foi mais rápido em países de baixa renda, "demonstrando como os países mais pobres e vulneráveis subsidiam o estilo de vida dos países mais ricos", destacou o WWF.
Em todo o mundo, cerca de 13 milhões de hectares de florestas foram peridas todo ano entre 2000 e 2010.
"Uma demanda sempre ascendente por recursos de parte de uma população crescente põe uma enorme pressão sobre a biodiversidade do nosso planeta e ameaça nossa segurança, saúde e bem estar futuros", informou o organismo.
O relatório do WWF citou o Qatar como o país com a maior pegada ecológica, seguido dos vizinhos Kuwait e dos Emirados Árabes Unidos. O Brasil aparece na 56ª posição com uma pegada ecológica de 2,9 hectares globais por habitante, índice próximo à média global que é de 2,7 hectares globais por habitantes.
Para se ter uma ideia, a pegada ecológica do Qatar é próxima de 12 hectares globais por habitante. A pegada ecológica é um instrumento de medição do uso de recursos naturais. Quanto menor é a pegada ecológica de uma nação, melhor é o uso que ela faz de seus recursos naturais.
Dinamarca e Estados Unidos completam o ranking dos 5 primeiros, segundo cálculo com base na comparação de fontes renováveis consumidas contra a capacidade de regeneração do planeta.
O relatório revelou que países de alta renda têm uma pegada ecológica em média cinco vezes maior do que a de países de baixa renda. Segundo a pesquisa, a pegada ecológica dobrou de tamanho em todo o planeta desde 1966.
O relatório é publicado às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.
O WWF quer ver sistemas de produção mais eficientes que possam reduzir a demanda humana por terra, água e energia e uma mudança na política governamental que medisse o sucesso de um país para além do Produto Interno Bruto (PIB).
Mas o enfoque imediato precisa estar na redução drástica da pegada ecológica dos países de alta renda, particularmente sua pegada de carbono, destacou o WWF.

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