quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Voluntários examinam imagens da Lua em busca de presença alienígena

Se planos traçados por cientistas forem implementados, centenas de milhares de fotos da Lua serão examinadas em busca de indícios de que extraterrestres visitaram nossa vizinhança cósmica no passado distante.
Extraterrestres de passagem podem ter deixado mensagens, instrumentos científicos, montes de lixo ou evidências de mineração praticada na superfície lunar empoeirada, vestígios que poderiam ser captados por telescópios humanos e naves espaciais em órbita.
Embora as chances de serem encontrados vestígios de alienígenas do passado distante sejam excepcionalmente pequenas, cientistas argumentam que uma busca computadorizada nas imagens lunares ou uma análise feita por entusiastas amadores em grande número teriam custo suficientemente baixo para justificar a empreitada, em vista da importância de uma descoberta potencial.
Os professores Paul Davies e Robert Wagner, da Universidade Arizona State, argumentam que imagens da Lua e outras informações colhidas por cientistas para suas pesquisas devem ser examinadas em busca de sinais de intervenção extraterrestre A proposta visa complementar outras buscas por vida extraterrestre, como a Busca por Inteligência Extraterrestre (Seti), que emprega dados colhidos por radiotelescópios para vasculhar o espaço à procura de mensagens transmitidas ao espaço por civilizações extraterrestres.
"Embora exista apenas uma probabilidade minúscula de uma tecnologia extraterrestre ter deixado vestígios na Lua, sob a forma de um artefato ou uma modificação superficial das características lunares, esse local possui a virtude de ser próximo da Terra e de preservar vestígios por um tempo imenso", escreveram os cientistas em um artigo publicado on-line no periódico "Acta Astronautica".
"Se custa pouco vasculhar dados em busca de indícios de manipulação inteligente, perde-se pouco por fazê-lo, mesmo que a probabilidade de detectar tecnologia alienígena em ação seja excepcionalmente pequena", eles escreveram.
Os cientistas focaram sua atenção sobre o Orbitador de Reconhecimento Lunar (LRO) da Nasa, que desde meados de 2009 já mapeou um quarto da superfície da Lua em alta resolução. Entre as imagens obtidas, os cientistas já identificaram os locais de pouso do Apollo e todas as sondas não tripuladas da Nasa e soviéticas, algumas das quais foram reveladas apenas por suas sombras de formato esdrúxulo.
A Nasa já divulgou mais de 340 mil imagens feitas pelo LRO, mas a expectativa é que esse número chegue a 1 milhão quando a sonda orbitadora tiver mapeado a superfície lunar completa. "Com esses números, fica evidente que uma busca manual feita por uma equipe pequena seria inútil", escrevem os cientistas.
APARÊNCIA INCOMUM
Uma maneira de examinar todas as imagens envolve a criação de software para buscar sinais de aparência incomum, como as linhas nítidas de painéis solares ou os contornos de pedreiras ou construções com cúpulas, mesmo recobertas de poeira. Estas poderiam ser visíveis milhões de anos depois de construídas, porque a superfície da Lua é geologicamente inativa e se modifica tão lentamente.
Em um raio de 350km, o sismógrafo da missão do Apollo 12, da Nasa, detectou apenas um impacto por mês de meteoritos do tamanho aproximado de uma laranja grande. De acordo com Davies e Wagner, um objeto com dezenas de metros de largura pode levar centenas de milhões de anos para ser recoberto pelo solo lunar e a poeira levantada por esses impactos.
Outra abordagem possível seria enviar as imagens pela internet a dezenas de milhares de entusiastas amadores para serem examinadas por eles. Mas isso poderia provocar discordâncias quanto ao que constitui um sinal incomum e potencialmente extraterrestre
O artefato mais fácil de encontrar provavelmente seria uma mensagem deixada intencionalmente. De acordo com os cientistas, algo assim poderia estar contido em uma cápsula deixada em uma grande cratera recente, como a de Tycho, no planalto sul da Lua.
Algumas mensagens de duração mais longa poderiam ser enterradas em grande profundidade, mas equipadas com transmissores que penetrassem a superfície lunar.
Formas de vida extraterrestre podem, no passado, ter montado uma base lunar nas redes subterrâneas de tubos de lava existentes sob as planícies basálticas escuras da Lua. Elas podem ter deixado lixo para trás quando partiram.
"Os mesmos fatores que tornam os tubos de lava atraentes como habitat implicam que possíveis artefatos deixados para trás durariam por tempo quase ilimitado, intactos e sem serem enterrados", escrevem os cientistas.
Folha.com

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