sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Alimentos mais contaminados por agrotóxico

A Anvisa divulgou ontem os resultados do PARA 2010 (Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos de Alimentos). Ao todo, 2.488 amostras foram analisadas durante o ano passado. Destas, 28% (ou seja, 694) foram consideradas insatisfatórias por apresentarem resíduos de produtos não autorizados (em 605 amostras) ou acima do limite permitido.
Segundo o estudo, os alimentos que entram na estatística das amostras com níveis de agrotóxico acima do recomendando deixam evidentes práticas que estão em “desacordo com as determinações dos rótulos”: maior número de aplicações, quantidades excessivas de agrotóxicos aplicados por hectare, por ciclo ou safra da cultura, e não cumprimento do intervalo de segurança (intervalo entre a última aplicação e a colheita).
Os estudadosDezoito alimentos foram analisados: abacaxi, alface, arroz, batata, beterraba, cebola, cenoura, couve, feijão, laranja, maçã, mamão, manga, morango, pepino, pimentão, repolho e tomate, escolhidos com base em dados do IBGE sobre consumo, na disponibilidade dos alimentos em supermercados de vários estados e no uso intensivo de agrotóxicos para as plantações destes alimentos.
Top Five
O primeiro lugar da lista é ocupado pelo pimentão. Os números realmente assustam: 91,8% das amostras foram insatisfatórias e quase a totalidade destas (84,9%) foram reprovadas com a presença de agrotóxicos não autorizados (NA).
Depois vem o morango, que teve mais de 60% das amostras insatisfatórias. O pepino ficou em terceiro lugar, com 57,4%. O alface aparece em quatro lugar, com 54,2%. Nos três casos, a porcentagem de amostras com agrotóxicos não autorizados é maior que 50%. Em quinto lugar, a cenoura é a que contém mais agrotóxicos (com 49,6% das amostras).
Além disso, 59,5% do total tem pelo menos um Ingrediente Ativo (IA) em situação irregular. No caso do morango e pimentão, foram encontrados até sete IA diferentes irregulares em uma
Você é o que você come
De acordo com a Anvisa, um dos objetivos do programa é ajudar a prevenir as chamadas doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como neuropatias, nefropatias, doenças hepáticas, distúrbios de funcionamento glandulares, abortos, malformações fetais e câncer em diferentes órgãos – consideradas um dos maiores problemas mundiais de saúde pública. (As DCNT são doenças que compreendem elementos comportamentais que incluem fatores de risco como consumo de bebidas alcoólicas, hábitos alimentares, tabagismo, exposição a agrotóxicos, entre outros).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), as DCNT foram responsáveis por 63% das mortes no mundo em 2008 e por 45,9% do volume global de doenças. A Organização prevê que o número de mortes deve crescer 15% até 2020 em decorrência desses tipos de doença.
Como consumidor, o que fazer?
- Opte por alimentos de origem identificada, o que contribui para a adoção de Boas Práticas Agrícolas.
- Quando possível, dê preferência às opções orgânicas, que não usam agrotóxicos. Ainda é mais caro comer de forma saudável. O benefício, no entanto, pode vir no longo prazo;
- Escolha produtos “da época”, que não precisaram ser conservados por tanto tempo, portanto são mais frescos;
- Lembre-se de que lavar os alimentos ajuda a reduzir os resíduos de agrotóxicos, mas não os elimina. - Conheça pesquisas sobre alimentação, acompanhe notícias e procure entender um pouco do processo que leva os alimentos a quem consome. Só assim é possível se alimentar com mais consciência e espalhar a ideia de um mundo mais saudável para outras pessoas.
Fonte: Superinteressante.com

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