sábado, 1 de outubro de 2011

Ilha de Páscoa muito mais que um segredo

Cerca de cinco mil cavalos caminham soltos pela Ilha de Páscoa. Pastam entre as pedras, roçam seu dorso nos moais e atravessam, sem cerimônia, as duas estradas asfaltadas que ligam os extremos do pequeno triângulo de formação vulcânica no meio do oceano Pacífico.
Segundo algumas fontes, os equinos são a maior população da ilha, superando, em algumas centenas de cabeças, a quantidade de humanos. Outros garantem, porém, que Páscoa já tem 5.700 habitantes, dos quais 3.000 são brancos importados e apenas 2.700 legítimos rapanui, descendentes dos polinésios que teriam avistado e ocupado a ilha entre os anos 300 e 400 da Era Cristã.
Os números são imprecisos na ilha mais remota do planeta, cujos vizinhos mais próximos estão no Chile (a 3.700 quilômetros de distância) e no longínquo arquipélago de Pitcairn (2 mil quilômetros a noroeste). Nem mesmo a quantidade de moais espalhados por Páscoa escapa de divergências. Para os que contam todos os que supostamente foram feitos, incluindo os surrupiados por naus estrangeiras, a estimativa é a de que chegou a 900 a quantidade de grandes estátuas de pedra vulcânica. Já os que se referem apenas a tudo o que veem na ilha, incluindo os moais derrubados, os que permanecem inacabados na “pedreira” de Rano Raraku e os que foram reerguidos tornando-se ícones de Páscoa, enumeram 400 peças. De pé mesmo, altivos sobre seus altares de veneração chamados ahus, restam apenas pouco mais de 40.
A Páscoa não é de resultados, mas de dúvidas. E, ainda que feita de pedra, não é concreta, mas etérea.
No fim da tarde, o sol banha as 15 grandes estátuas de forma oblíqua, realçando as suas feições e criando longas sombras na direção do mar, ao qual dão as costas. A magia funciona a qualquer hora do dia, mas é ao poente que é realçado.
Os poucos visitantes – raras vezes veem-se grupos –, parecem atônitos, ajoelham-se, deitam ou murmuram sua própria incompreensão. A sensação é a de estar diante de um largo palco ao final de uma função, acometidos de um silêncio secular!

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