sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Herança da Guerra Fria

Quatro décadas após ser construído, abrigo secreto antiatômico para militares da antiga Alemanha Oriental é aberto ao público pela primeira vez.
No meio de um bosque, nas imediações da pequena cidade de Tessin, no norte da Alemanha, acaba de ser aberto um dos segredos mais bem guardados da Guerra Fria, a disputa estratégica travada entre americanos e russos no fim da Segunda Guerra Mundial (1945) até a extinção da União Soviética (1991). Trata-se de um buncker de três mil metros quadrados e dois andares subterrâneos projetado para sediar o comando das operações navais da antiga Alemanha Oriental assim que eclodisse a primeira guerra nuclear. Com capacidade para 300 militares, o abrigo se localiza a cerca de 30 km da parte do Mar Báltico onde ficava estacionada a frota do país, alvo potencial de ataque em caso de eclosão de um conflito atômico mundial.
Construída entre 1969 e 1970, o complexo foi mantido pronto para uso por uma equipe permanente de 69 homens até o final de 1990, quando ocorreu a reunificação da Alemanha.
A abertura do buncker, porém, não foi um processo fácil. A entrada do complexo, camuflada entre árvores, havia sido vedada com concreto pelo Exército da Alemanha reunificada em 1993. Quatorze anos depois, toda a área foi vendida para um empresário, com a intenção de abri-lo ao público por três meses. Após quebrar o concreto foi acessada a entrada do abrigo e encontrado os primeiros degraus de uma escadaria que desce 12 metros abaixo do nível do solo. Este trabalho foi realizado com a ajuda de profissionais que prestaram serviço ao abrigo e, nos tempos da Guerra Fria, não puderam contar nem para a família o que faziam ou onde trabalhavam.
No primeiro complexo do subsolo encontraram as peças fundamentais para a atividade militar, como as salas de comando e de comunicação. No subsolo inferior, ficava a parte dos equipamentos como reservatórios de ar e geradores de energia.
No complexo eles encontraram todos os planos de resgate dos comandantes militares, que assumissem seus postos no buncker assim que eclodisse um conflito nuclear.
Entre os documentos encontrados está o projeto de expansão do abrigo, com obras previstas para 1990-1994. A reunificação da Alemanha e o fim da Guerra Fria reduziram os papéis a registros do passado.
No final de outubro, o buncker de Tessin será fechado de novo. Seu destino por enquanto, é uma incógnita.

Fonte: Isto É.com

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