segunda-feira, 18 de julho de 2011

Um mundo menos "carrocêntrico"

Na Los Angeles do início do século 21, pegar ônibus era o último recurso dos californianos. As linhas eram confusas, as placas de sinalização pouco descritivas, os veículos, velhos. Além disso, no país de Henry Ford e das carteiras de habilitação aos 16 anos, andar de carro é tão natural quanto respirar.
Foi ao perceber que enfrentava não só questões práticas para atrair usuários, mas também a impressão de que o transporte coletivo era muito ruim, que a prefeitura da cidade decidiu reformular todo o sistema. Mesmo antes das caras soluções de engenharia, com corredores exclusivos e linhas rápidas, começou a investir em uma ideia: andar de ônibus não só reduz a poluição e é mais econômico como melhora a vida do usuário.
Decidimos nos posicionar, e não apenas para chegar de um ponto a outro, afirma a vice-diretora da Metro, empresa de transporte de Los Angeles, equivalente à Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), daqui da capital.
Campanhas de marketing passaram a mostrar vantagens de escapar dos engarrafamentos sentado confortavelmente em ônibus renovados. Restauraram a confiança no sistema ao garantir o cumprimento de horários. Mostraram ser possível deixar o carro em casa distribuindo mapas simples e fáceis de entender.
Tudo foi iniciado, em 2003, com uma unificação de todas as linhas e meios de transporte comandados pela Los Angeles Conty Metropolitan Transportation Authority.
A reformulação se deu em toda Los Angeles, mas uma área, o Vale de San Francisco, virou a joia da coroa: ali foi instalada, em 2005, uma linha de ônibus exclusiva, um Bus Rapid Transit (BRT), inspirado nos ligeirinhos de Curitiba (PR).
No primeiro ano de operação, o sistema teve 6 milhões de viagens. Um terço desses passageiros deixou seu carro em casa e preferiu o ônibus. A meta de número de passageiros definida para 2020 foi batida já em 2006. "Conseguimos fazer as pessoas acreditarem que o sistema funciona", diz a diretora.
Especialistas afirmam que, o transporte público é uma solução mais sustentável para o trânsito das grandes cidades, é o que emite menos CO2 por pessoa, além de fazer com que menos carros transitem nas vias das cidades.
Nem tão crítico como o de Los Angeles, nos EUA, no início dos anos 2000, nem tão bom que faça com que mais pessoas deixem os carros em casa para ir ao trabalho ou levar os filhos à escola. O transporte público em Porto Alegre está sendo pensado para a implantação dos BRTs até a Copa de 2014 na cidade. A cidade já irá receber um test drive do chamado "ônibus do futuro - BRT" . O projeto, no entanto, só deve entrar em execução no ano que vem.

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