domingo, 5 de junho de 2011

A evolução humana acelerou?

Se você tem olhos azuis, pode se considerar um mutante. Em sua companhia estão 300 milhões de pessoas, um em cada 20 humanos. Outros 19 têm olhos castanhos, verdes ou cinza. Os olhos azuis são relativamente recentes. A mutação que lhes deu origem surgiu no Leste Europeu, entre 6 mil e 10 mil anos atrás. Não se sabe a razão pela qual ela se disseminou. Seria porque olhos azuis são bonitos? Não se sabe. Eles se espalharam rapidamente pela Europa, dominando o norte do continente.
Hoje, as pessoas de olhos azuis formam uma minoria expressiva da humanidade - demonstrando, de forma prática, que as mutações de nossos genes não pararam no tempo. Ao contrário. Segundo alguns pesquisadores, à medida que a população humana cresce, a evolução da espécie se acelera. Eles acreditam que somos todos mutantes - e que mudamos com rapidez cada vez maior.
Charles Darwin descreveu o Homo Sapiens sob a ótica da seleção natural. O que resultou foi um macaco que não era forte como as feras que o perseguiam nem ágil como seus primos das árvores. Mas era inteligente. Bastou essa arma para que, 10 mil anos atrás, inventássemos a agricultura, domesticássemos animais e formássemos as primeiras cidades. Segundo a corrente majoritária de biólogos evolucionistas, ao trocar a imprevisibilidade da natureza pelo ambiente construído, nossos ancestrais eliminaram os fatores que pressionavam a adptação da espécie ao meio. Nossa evolução teria congelado.
Se fosse assim, como explicar a mutação que produziu os olhos azuis? Como explicar a redução do tamanho de nossos dentes? Antes da agricultura, nossos ancestrais eram caçadores e coletores. O sustento diário era composto de frutas e raízes, daí a necessidade de dentes grandes e resistentes, capazes de morder cascas grossas e roer tubérculos.
E a tolerância à lactose? Há cerca de 6 mil anos, uma mutação genética permitiu aos filhos dos pastores da Europa Central continuar tomando leite depois da primeira infância. Adicionar à dieta um alimento rico como o leite garantiu a sobrevivência de muitos com essa mutação benigna. A produção de uma enzima capaz de digerir leite cru foi uma adaptação tão importante que se espalhou rapidamente pela Europa e para o mundo. Hoje, boa parte da humanidade se alimenta de leite sem problemas.
"A evolução humana se acelerou nos últimos 10 mil anos", afirmam alguns antropólogos americanos. "Em vez de desacelerar ou parar, a evolução acontece agora 100 vezes mais rápido do que nos 6 milhões de anos" da linhagem humana.
Trata-se de uma questão aritmética. Desde o surgimento da espécie, levamos quase 200 mil anos para somar 1 milhão de pessoas. Hoje, somos 7 bilhões. A população multiplicou-se por 7 mil. Com isso, aumentou na mesma proporção a probabilidade de surgir alguma mutação em um dos 255 bebês que nascem a cada minuto. Cada bebê tem cerca de 1.000 mutações em relação a seus pais. Elas surgem na fecundação, durante a combinação imperfeita dos genes do pai e da mãe. São mutações quase sempre inócuas. Raramente surge uma que pode gerar malformação congênita ou uma doença genética. Muito mais raramente ainda aparece uma mutação benéfica.
Imagine um bebê com um gene mutante que confere mais resistência aos raios ultravioleta ou à poluição do ar. Essa criança terá menores chances de desenvolver câncer de pele ou sofrer asma. Quando adulto, poderá viver mais, ter filhos e passar a mutação benéfiva às gerações futuras. A esperança dos Evolucionistas é que o aumento da população vá produzir mais e melhores mutações entre nós. Circula entre eles a hipótese de que o crescimento populacional, associado às mudanças do modo de vida, produza incremento da inteligência humana. Sabe-se que ela tem um forte caráter hereditário. Vivemos o primeiro momento na história em que o cérebro se tornou mais sexy que os músculos. Caso esse padrão persista, quantas gerações serão necessárias para sermos todos gênios?
Se os pais da próxima geração forem um pouco mais inteligente que a média, a próxima geração será levemente mais inteligente que a atual. Uma meia dúzia de séculos pode dar conta do recado...!
Fonte: R.Época

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