sábado, 11 de dezembro de 2010

Um museu para Gaza

É raro ver o nome de Gaza nas páginas culturais dos jornais. Mas a cidade, no centro do turbulento território palestino, inaugurou seu primeiro museu dedicado à arqueologia. A obra é fruto de um engenheiro da construção civil que em 1985 começou a guardar relíquias, muitas delas monumentais, em escavações de terrenos para construção de novos prédios.
O primeiro museu de Gaza, de frente para o mar, fica perto do campo de refugiados de Shati. Seu nome é simples e direto: Al Aathaf - "O Museu", em árabe. O acervo conta com mais de 350 peças que remontam até 3.500 a.C. São testemunhos do rico passado dessa que foi uma das cidades mais antigas do Oriente Médio. Gaza sempre esteve no cruzamento de civilizações.
Ocupada por grupos vindos do Egito desde o quarto milênio a.C., a cidade passou por várias dominações sucessivas: egípcios, filisteus, assírios, babilônios, persas, helênicos, romanos, bizantinos, omíadas, abássidas, fatímidas, mamelucos e, na época contemporânea, britânicos, egípcios e israelenses. De Alexandre o Grande, a Napoleão Bonaparte, todos passaram por Gaza.
O projeto do museu nasceu a partir de uma acordo entre o Museu da História da Arte de Genebra, autoridades palestinas com o apoio da Unesco. O primeiro fruto dessa parceria foi a exposição Gaza no Cruzamento das Civilizações, quando os objetos arqueológicos de Gaza foram exibidos ao público.
A crise política, no entanto, não deixou o projeto do museu nacional seguir adiante. O construtor não se deu por vencido e ergueu por conta própria, um museu para abrigar sua coleção. O processo levou meses.  mostrar ao mundo que Gaza e a Palestina têm muito mais a "Por causa do cerco (de Israel), os materiais de construção são raros na faixa ds Gaza, o que torna o processo mais lento e custoso", explica ele. Sua motivação? "Patriotismo. Minha intenção, desde o começo, é provar para o mundo que Gaza e a Palestina têm muito mais a mostrar do que aquilo que as pessoas vêem na TV (guerra e assassinatos etc.), têm um rico e diverso patrimônio e uma história que deve ser preservada", conclui ele. 
Fonte: Aventuras na História 

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