terça-feira, 21 de setembro de 2010

"Geoarqueologia" busca soluções para questões climáticas no Egito faraônico

Enquanto especialistas mundiais se debatem sobre formas de conter o aquecimento global, cientistas também se reúnem no Egito em busca de respostas do passado faraônico que ajudem a enfrentar os problemas ambientais do presente.
Dono de uma incomparável riqueza arqueológica, o Egito é a nação mais populosa do mundo árabe e o número de habitantes no país deve mais que dobrar em 2050, com uma estimativa de 160 milhões de pessoas.
Há muito tempo, os efeitos das mudanças climáticas têm sido negligenciadas no país, que depende amplamente do fértil delta do Nilo para alimentar sua crescente população, em meio a preocupações sobre a erosão do solo.
Na Conferência de três dias, inaugurada neste domingo, especialistas esperam compreender como os antigos egípcios, que foram capazes de erguer as pirâmides, lidavam com as mudanças do clima.
Cientistas da Universidade do Cairo afirmaram em entrevista, que são necessárias respostas rápidas, ressaltando que as vidas de milhões de pessoas estarão em risco se desaparecerem as preciosas terras cultiváveis do país. Entendendo mais como as sociedades se adaptaram ao seu ambiente, poderão ser planejadas e feitas adaptações aos desafios atuais e futuros que confrontam o delta do Nilo.
Há cerca de 200 arqueólogos, historiadores, geólogos e paleontólogos de 25 países que esperam que a geoarqueologia - união entre arqueologia e geologia - encontrará as respostas.
A Conferência é a primeira do tipo a ser realizada no Egito, onde a arqueologia sempre foi tomada com uma abordagem rígida e clássica para entender o passado.
A meta das discussões é resgatar evidências arqueológicas e geológicas que possam explicar como os antigos sobreviveram às mudanças climáticas e quais lições poderão ser tiradas daí. Especialistas acreditam que os arquitetos que criaram templos milenares capazes de resistir aos ataques do tempo podem colaborar e muito pode ser aprendido com eles.
Fortes chuvas provocadas pelas mudanças climáticas no último milênio e grandes inundações do Nilo foram consideradas pelos arquitetos ao construir as estruturas milenares, destacaram.
Fonte: Folha online 

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