sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Cratera no Egito indica que mesmo os menores asteróides são perigosos

Com a recente descoberta, no Egito de uma das crateras de impacto mais bem conservadas do mundo, formada por um meteorito milhares de anos atrás, os cientistas encaram o futuro da ciência egípcia com entusiasmo. A cavidade de 45m de diâmetro e 16m de profundidade, batizada de Kamil, se encontra a sudoeste do deserto egípcio, perto da fronteira com o Sudão, em uma zona característica  por sua inóspita superfície. Não há nada lá, nem vento, o que permitiu que a cratera se mantivesse tão bem conservada. Esse nível de preservação só pode ser encontrada na lua, segundo os cientistas que fazem os estudos na região.
A cratera foi observada pela primeira vez por uma equipe de italianos em uma missão do Google Earth, há dois anos. Diante da descoberta, foi formada uma equipe de cientistas italianos e egípcios, do Museu Nacional da Antártida de Siena, na Itália, para analisar a zona e decifrar a origem da cratera.
Além de sua excepcional localização, seu bom estado de conservação se deve ao fato de o meteoro que a originou não ter se fragmentado ao entrar em contato com a atmosfera terrestre, segundo publicação da revista Science.
Entre os estudos a serem aprofundados, um deles seriam os riscos e os danos que podem ser causados por um novo meteorito no futuro. A cratera Kamil foi produzida por um meteorito do qual restaram 1,7 toneladas de fragmentos, incluindo o pedaço maior que existe no Egito, de 85 kg.
Os cientistas egípcios começam a considerar o que décadas antes podia parecer impossível por lá, um país no qual a ciência não foi prioridade durante muitos anos. A despesa em pesquisa no Egito é muito baixa. Os pesquisadores egípcios estão entre os mais mal pagos dos países árabes e a maioria dos instrumentos que são utilizados são de tecnologia de países desenvolvidos como EUA, França e Inglaterra.
O achado da cratera Kamil encoraja os cientistas na medida em que encoraja o governo a destinar mais verba à pesquisa no país, porque vê nela resultados de interesse mundial.
Fonte: Estadão

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