segunda-feira, 5 de abril de 2010

Eram os vermes astronautas?

Um astrofísico de renome mundial - Chandra Wickramasinghe - concedeu entrevista à revista Época desta semana, sobre a sua teoria de origem da vida na Terra. 
Explica por que podemos ser descendentes de bactérias alienígenas!
Ao olhar a imensidão do cosmo, com trilhões de galáxias, cada uma com trilhões de estrelas e planetas, as chances de a vida ter surgido na Terra são grotescamente ínfimas. O argumento também vale para o Sistema Solar. A vida o antecede. Ela talvez anteceda até mesmo a Via Láctea, que tem 12 bilhões de anos. De qualquer forma, a vida deve estar espalhada pela galáxia. Muito provavelmente, foi introduzida na Terra pelo impacto de cometas e asteróides no período hadeano, entre 4,5 bilhões e 3,8 bilhões de anos, a idade das rochas mais antigas que se conhecem.
O oxigênio do ar que respiramos e da água que bebemos, o silício dos chips, o urânio das bombas, quase todos os elementos químicos foram forjados na fornalha de estrelas que explodiram há bilhões de anos, espalhando nuvens de detritos pela Via Láctea. Há 4,5 bilhões de anos, nuvens coalesceram para formar o Sistema Solar. Tão logo a Terra surgiu, a vida fincou raízes. Mas seria a vida exclusividade terrestre? Descobertas recentes mostram que não. Mais de 400 moléculas orgânicas foram detectadas em nuvens a milhões de anos-luz da Terra. "Como surgiram e foram parar lá?", pergunta ele. "Para a Igreja do tempo de Copérnico e Galileu, a Terra era o centro do Universo. No século XXI, ainda não enxergamos o óbvio: a vida veio do espaço. Nossos ancestrais são vírus alienígenas!!!
Há mais de 30 anos, o astrônomo Fred Hoile e eu começamos a afirmar que a origem da vida estaria no espaço. A simples menção dessa teoria gerava reações de ultrage na comunidade científica. Nos anos 70, dada a ausência de evidências concretas, nossa teoria era baseada em argumentos hipotéticos. Mas, de lá para cá, tudo mudou. Para minha surpresa, de quase todos os ramos da ciência, da biologia, da geologia e da astronomia surgiu uma quantidade impressionante de evidências a favor da vida no espaço. Aos poucos foi emergindo um cenário irrefutável de nossa ancestralidade alienígena.
Hoje, ela está praticamente provada. Só falta começar a ser discutida séria e abertamente dentro da academia e da sociedade. É hora de abandonarmos a ideia de que estamos sozinhos no cosmo. Os radioastrônomos detectaram mais de 400 moléculas orgânicas no espaço, em luas de Júpter e Saturno ou em nuvens no espaço interestelar a anos-luz de distância. Como essas moléculas foram criadas? Como foram parar em locais tão distantes da galáxia? Na natureza só existe um processo conhecido capaz de criar compostos orgânicos. Seu nome é VIDA. O fato de vivermos na Terra e estarmos cercados por vida não implica a vida ser exclusividade terrestre.
A Terra é constantemente bombardeada por meteoritos - e no interior deles há moléculas orgânicas. Daí a importância do anúncio em 1996, da descoberta na Antártica de um meteorito marciano com traços microscópicos que lembrariam fósseis - o que ainda não foi provado. A partir daí foram achadas dezenas de meteoritos marcianos na Antártica, provando que a troca de matéria entre os dois planetas é corriqueira e acontece desde a formação do Sistema Solar há 4,5 bilhões de anos. Se hoje não há vida em Marte - ou ela ainda não foi encontrada - não significa que não tenha existido no passado e fecundado a Terra. É uma hipótese mas a comprovação de que Terra e Marte não são ecossistemas inteiramente separados tem implicações muito maiores.
A vida não depende da existência de moléculas orgânicas. Ela depende do "arranjo dessas moléculas"!!!
Vidya Jothi Nalin Chandra Wickramasinghe de 71 anos, nasceu no Sri Lanka. É professor de matemática e astrologia da Universidade de Cardiff, no Reino Unido. Ao lado do astrônomo inglês Sir Fred Hoyle (1915-2001), desenvolveu a teoria da panspermia, segundo a qual a vida na Terra foi disseminada no espaço. atualmente estuda meios para detectar sinais de vida fora da Terra.
Para ler na íntegra a entrevista: Revista Época 05/04/2010.

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