quarta-feira, 31 de março de 2010

Genoma revela o lado carnívoro dos Pandas

Mais parecidos com cachorros do que com humanos, os simpáticos ursos símbolo da China mostram que são bem diferentes do que se revelam ao público, pelo menos é o que revela o material genético. A sequência genética completa do panda gigante revelou que o urso símbolo da China tem todos os genes necessários para digerir carne e não sua comida favorita, o bambu.
A equipe internacional analisou a sequência de uma panda de três anos que foi, por sinal, a mascote dos Jogos de Pequim em 2008, e descobriu que ela não tinha genes que pudessem ajudá-la com a produção de celulase, uma enzima que descompõe o material das plantas chamado celulose.
"A dieta de bambu dos pandas é possível graças às bactérias do seu intestino e não à sua composição genética", afirma o diretor do Beijing Genomics Institute na cidade de Shenzhen, província de Guangdong, que liderou o projeto de identificação da sequência genética.
Os pesquisadores descobriram também que o gene T1R1, que alberga um receptor fundamental do gosto do sabor "uma-mi" da carne, encontra-se na condição de "pseudo-gene" inativo no animal devido a duas mutações. "Isso pode explicar porque a dieta do panda é principalmente herbívora embora seja classificado como um carnívoro", diz.
De todos os mamíferos pesquisados até agora, os pandas são mais parecidos com os cães - com 80% de semelhança - e apenas 68% parecidos com os humanos.
Mas o genoma do panda passou por menos alterações genéticas que o cão e o homem ao longo do tempo, sugerindo que sua evolução é mais vagarosa. O panda é considerado como um "fóssil vivo", porque se acredita que seus antecessores tenham vivido na China há mais de oito milhões de anos.
Os críticos salientam que proteger o sensível e delicado habitat do panda que está ficando cada vez menor, é mais importante agora do que pensar na conservação. A China deve ter aproximadamente 1.600 pandas selvagens, mais 300 vivem em cativeiro.
O genoma estudado é o primeiro de uma série de esforços do Instituto, um teste de como a informação genética pode ajudar na conservação das espécies ameaçadas.
(Fonte: revista Leituras da História - originado da revista Nature)

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