quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Caos urbano


A população brasileira cresceu, em menos de um século e meio, quase 20 vezes, passando de 10 milhões em 1872, segundo o "Recenseamento da População do Império do Brasil", para cerca de 191 milhões, segundo estimativa on-line do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Cerca de 85% dessa população vive em cidades, de acordo com o último censo. Hoje, são 15 as cidades com mais de 1 milhão de habitantes, entre as quais se destacam grandes centros como São Paulo e Rio de Janeiro.
As metrópoles sofrem com os problemas típicos da expansão mal planejada: produção acelerada de lixo, poluição sonoro-visual, contaminação dos mananciais, deterioração das redes de saneamento básico e energia elétrica, chuva ácida e agravamento da inversão térmica (um fenômeno natural) e do efeito estufa. A lista é grande , e inclui o estresse característico de quem enfrenta o caos urbano e a insegurança da vida em grandes cidades.
Lógico que não é apenas um "privilégio" brasileiro. Eles decorrem do inchaço urbano observado nos últimos dois séculos em todo o mundo. Segundo o biólogo Edward Wilson, da Universidade de Harvard, a humanidade está prestes a passar por um "gargalo" - um período de pressão máxima sobre os recursos naturais e a engenhosidade do homem.
São Paulo é um exemplo do "gargalo" a que se refere o biólogo. Com cerca de 11 milhões de habitantes, a cidade observou, sobretudo na segunda metade do século XX, o agravamento de problemas relacionados à habitação, ao desemprego, a má distribuição de renda e ao ambiente. Dados recentes da prefeitura apontam para a assustadora média de mais de 1 quilo de lixo gerado por habitante a cada dia, ou seja, um total de 15.000 toneladas diárias, das quais somente cerca de 1% é reciclado.
A destinação inadequada do lixo provoca contaminação de lençóis freáticos e mananciais, tornando fraquente as epidemias. As doenças são transmitidas por pragas urbanas como ratos e insetos, e pela contaminação da água. O lixo que contamina mananciais é originado do descarte feito pela população que habita de forma irregular essas áreas, ou do lançamento de resíduos lançado nos córregos.
As indústrias despejam todos os dias centenas de toneladas de resíduos no ar e na água. Esses resíduos elevam o custo do tratamento hídrico, e comprometem ainda mais a já inadequada qualidade do ar da cidade.
Durante as décadas de 60 e 70, surgiram os primeiros movimentos ambientalistas como forma de protesto e de alerta a toda sociedade para os perigos do crescimento descontrolado. Com o passar dos anos, esses movimentos foram ganhando adeptos e força, mas ainda estão aquém de despertar consciência e atenção da maioria das pessoas. Vivemos em tempos de observar as consequências da exploração não-racional dos recursos naturais, que geram cada vez mais resíduos não-degradáveis.
Portanto, o ser humano começa a entender as variáveis que afetam a vida no planeta. cabe agora à sociedade mudar sua relação com a natureza, conscientizando-se de que é parte de um ecossistema e, portanto, depende dele. (Trechos de um texto do prof. Danilo Policastro - Guia Época vestibulares)
A cidade de São Paulo foi aqui apresentada como um parâmetro, por ser a mais populosa, hoje, mas este caos urbano já se concentra em muitas cidades brasileiras: são os mesmos problemas! O que me causa aflição é a demora, o tempo que leva para a conscientização chegar aos lares e nas cabeças das pessoas. Tomando como exemplo as fortes chuvas que causaram tantos alagamentos, quase sempre por problemas de lixo indevido jogados nos bueiros, etc, etc, etc... Todos sabem os porquês...Parando a chuva, todos esquecem o problema. Quando vamos aprender a conviver com  responsabilidade???

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